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Valentina Foster

Na noite anterior, assim que cheguei ao hotel com minha treinadora e parceiro, tranquei-me no banheiro da suíte e liguei para Ária.

Ela já estava em seu hotel, junto da família Davis, e ouviu tudo atentamente enquanto se isolava na varanda. Contei-lhe tudo: sobre os treinos "extras", a conta de hospital paga pelo Sr. Lawrence, minha suspensão do Campeonato de Verão e a gigante bronca que recebera de Rebecca por estar me sobrecarregando e por invadir um local privado na calada da noite...

E claro, pensei em mencionar os lances estranhos com Ivan, mas isso não tinha a extrema urgência que os outros assuntos possuíam. Então, talvez, não tivesse lhe contado tudo... Já eram emoções demais para uma só chamada, pessoalmente, eu entraria nos detalhes e lhe explicaria melhor toda a situação...

Minha amiga, à medida que estava furiosa por ser deixada de lado sobre meu "segredo", estava incrédula por minha audácia, surpresa pela gentileza do Sr. Lawrence e super triste pelo fato de que estou suspensa... A tranquilizei dizendo que era uma punição justa — mesmo que odiasse isso — e lhe garanti que não cometeria mais loucuras ou delitos...

Ari riu e me aconselhou a tirar alguns dias de repouso, dizendo para apenas sair do hotel quando meu joelho estivesse melhor, ou pelo menos, sem ter surtos de dor repentinamente... Eu levo em consideração suas palavras, mas sei que não passaria os dias em Boston presa aqui. Bem, não todos os dias.

Além disso, conversei com Ária sobre a fisioterapia. Era algo que me deixava tensa, mas ela disse que me acompanharia até que eu enjoasse de seu rosto — como se isso fosse possível — e que era algo bom, que seria divertido.

Me senti aliviada pelo modo descontraído o qual ela abordava o assunto, me senti aliviada por ela não levar a lesão como algo que poderia arruinar minha carreira se não tratado corretamente... Talvez Ari tivesse noção disso, ou sequer fizesse ideia, mas ela me trazia tranquilidade e simplicidade — quase sempre — e eu a amava por isso.

Sem dúvidas, ela era a pessoa mais otimista que eu conhecera, e eu precisava de mais disso em minha vida.

Encerramos a ligação quando Liz bateu na porta do banheiro, perguntando se estava tudo bem... Depois disso, tive um breve diálogo com a Lockwood mais nova.

Parabenizei Liz pela vitória, que sorriu tímida enquanto me mostrava alguns vídeos gravados do jogo, e não pude deixar de elogiar seu desempenho.

Ela é tão ágil quanto o irmão, e com apenas 15 anos... É nítido que seu futuro é promissor, mesmo que ela não ache isso. Liz tem o mesmo olhar do irmão, dizendo que falta muito para chegar um nível alto, e sinceramente, via um pouco de mim neles também...

Talvez todo atleta tivesse isso em comum: A Ambição.

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Hoje, havia estado o dia inteiro no hotel... Indo para lá e para cá com Sebastian, bem, o tanto que meu joelho aguentasse... Ele me repreendeu diversas vezes, mas não lhe dei ouvidos.

Durante o jantar, aquela sensação de estar sendo observada me fazia olhar para os lados, desconfiada. Mas meus olhos sabiam bem para onde seguir...

Ivan sempre virava a cara, talvez ainda emburrado pelo modo como minha treinadora o tivesse expulsado ontem... Talvez curioso sobre meu estado... Nada era uma certeza, eu só tinha inúmeras suposições... Que deveriam continuar assim.

Contorno a sala e sento-me junto de Rebecca, que olhava algo em seu celular enquanto mergulhava um pãozinho na sopa...

— Oi — ela sorri sutilmente, enquanto guarda o aparelho no bolso, às pressas. — Como se sente?

GLACIAL HEARTS ❄︎ TINA & IVANOnde histórias criam vida. Descubra agora