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Valentina Foster

O TD Garden pulsava com a energia da multidão. Enquanto alguns exibiam com orgulho as camisetas de suas academias favoritas, outros se agasalhavam, devido à atmosfera gelada da arena.

A decoração havia mudado desde o dia anterior. Arranjos de diferentes flores adornavam a base dos vidros de proteção da pista, os corrimãos das arquibancadas e o grande telão — que capturava cada jogada em detalhes vívidos.

Hoje, a Ice Blade sediaria apenas dois jogos. O que já ocorreu pela manhã, sub-15 — foi finalizado com vitória — e o jogo desta noite, sub-17 — a partida de Ivan.

Pelo que sei, dez academias competem no hockey, divididas em dois grupos, A e B, de cinco times cada.

Como é impossível realizar todos os 120 jogos em um único dia, o Campeonato se estende por duas semanas e um dia — dia em que ocorrem a final de hockey e a cerimônia de premiação.

Então, seguindo a lógica, haveria 8 jogos por dia.

Seriam dois jogos para cada subcategoria (15, 16, 17 e 18), um masculino e um feminino, por Academia. Assim, os times poderiam jogar mais de uma vez por dia, desde que pertençam a subcategorias diferentes.

Além disso, não são permitidos jogos da mesma subcategoria em dias consecutivos — essa regra só é flexibilizada para as semifinais e finais, a fim de proteger a saúde dos atletas.

Bom, era tudo isso que dizia nos banners do lado de fora da arena...

Rebecca nos guia pelas arquibancadas, até chegarmos a uma grande parte ocupada por atletas e torcedores da Ice Blade, que vinham diretamente de Chicago para nos apoiar.

Um dos treinadores vem ao encontro de Rebecca, me lança um olhar de pena — que odeio — e inicia uma conversa com ela.

Desvio minha atenção para a multidão.
Há tantas pessoas... Mas é fácil notar os cabelos ruivos de Ária, que se destacam no meio da arquibancada. Era isso, e o fato dela estar em pé, acenando freneticamente em minha direção...

Sorrio e aceno de volta, agradecida por achar minha amiga. Havia tantas coisas que precisava lhe contar, ou como ela gostava de dizer, "atualizar". 

Sebastian se envolve na conversa de Rebecca e do outro treinador... Estou prestes a subir mais alguns degraus da arquibancada, para ir ao encontro de minha amiga quando meu joelho protesta...

Uma dor aguda me atinge ao dobra-ló, e imediatamente, paro de andar e seguro o corrimão com força. Tento não cair ou me desequilibrar para os degraus abaixo... Estico a perna, na intenção de alonga-lá, e vejo estrelinhas dançando em minha visão...

A dor vem acompanhada de uma leve náusea, que faz minha cabeça girar e meu jantar querer sair pela boca... Era algo comum, devido à ressonância magnética.

Ari deve ter notado meu rosto de dor, pois desce apressada e segura meu braço, preocupada. Ela me dá apoio, enquanto recupero os sentidos.

Algumas pessoas passam por nós, o que dificulta a visão de Rebecca... Agradeço por isso, porque odiaria que ela me obrigasse a voltar para o hotel antes do jogo...

— Tina! Tudo bem? — os olhos de minha amiga me encaram, preocupados.

Balanço a cabeça, positivamente, e respiro fundo.

GLACIAL HEARTS ❄︎ TINA & IVANOnde histórias criam vida. Descubra agora