❄︎ 20

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Valentina Foster

Rebecca sai do quarto, me fazendo suspirar aliviada enquanto fecho a porta. Observo o imobilizador em minhas mãos, e o sentimento de culpa me aflige...

Ela havia saído à noite para me comprar isto, e eu estava aqui, com um garoto em meu quarto! Pior, estava quase aos beijos com Ivan!

Havia tantas coisas erradas nisso que nem sabia por onde começar a me arrepender. Que tipo de garota eu era?! Eu devia pensar mais em meu futuro...

O loiro sai do banheiro, fingindo limpar o suor imaginário de sua testa.

— Foi quase... — ele brinca, aproximando-se e olhando para o objeto em minhas mãos, que deposito na cabeceira ao lado da cama.

Ivan está colado a mim novamente. Seus braços rodeiam minha cintura, e eu mordo meu lábio inferior, tentando ser racional.

Não é hora pra isso... Não posso fazer isso.

— É melhor você ir... — murmuro, ainda sem graça pela situação de minutos atrás — Liz deve chegar em breve...

Ele tenta dizer algo, mas sua boca abre e fecha-se em hesitação. Isso não é um bom sinal; talvez ele tenha recuperado a consciência agora e se arrependa amargamente de sua atitude, tanto quanto eu.

Tiny... — Ivan suspira, fazendo meu corpo arrepiar-se.

Seus olhos verdes brilham enquanto encaram os meus, que não desviam a atenção um segundo sequer de seu rosto...

Dessa vez, não há batidas na porta. Ela simplesmente se abre bruscamente, fazendo meu coração saltar mais uma vez... Tento dar um passo para trás, assustada, mas os braços de Ivan não me soltam.

— Tina, por acaso você... — a voz de Liz é cortada por um ar de surpresa. Ela fica estática diante de nós — Que porra... — e xinga baixinho.

Eu olho incrédula para Ivan, que nem faz sinal de me soltar. Me obrigado a empurra-lo, mesmo com o desejo dividido entre continuar ali, em seus braços, ou sair correndo e pular da sacada devido ao tamanho constrangimento...

— Não é o que parece... — falo nervosa, enquanto me volto para Liz.

— É sim! É exatamente o que parece, Elizabeth... — Ivan dá de ombros, olhando para a irmã com cara de poucos amigos, enquanto cruza os braços.

O olho ainda mais incrédula...

Filho da puta! Não está ajudando!

— Me digam que não fizeram nada na minha cama, pelo amor... — ela diz, olhando para a própria cama com nojo.

— Não, claro que não! — a vergonha se espalha por minhas bochechas — Não fizemos nada, eu juro...

— Porque a oportunidade foi curta, mas eu juro que... — Ivan começa, mas não tem a oportunidade de continuar. Pego o travesseiro mais próximo e atinjo em cheio o seu rosto.

Dessa vez, ele que me olha incrédulo.

Dava para sentir a fumaça saindo por meu nariz e ouvidos, à medida que meu rosto assumia um tom de vermelho.

GLACIAL HEARTS ❄︎ TINA & IVANOnde histórias criam vida. Descubra agora