Capítulo 28

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𝗛𝗮𝗿𝗲 𝗕𝗮𝗸𝘂𝗴𝗼𝘂
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Segunda-feira, terrível, eu diria. Se pudesse excluir um dia da semana, com toda certeza seria esse.

Felizmente, ele começou um pouco melhor, já que disse para Katsuki que o buscaria em casa e agora estou segurando o riso pelo seu cabelo lambido que não voltou ao normal desde o estágio.

— Se você rir eu me jogo dessa moto em movimento. — ameaçou.

— Se jogar de coisas em movimento é o meu lance, fica calado e me deixa tirar uma foto. — segurei o celular, apontando com a câmera para sua direção, mas ele rapidamente pegou e colocou no bolso.

— Te entrego quando chegarmos. Vamos de uma vez!

Tinha aulas em todos os meus períodos hoje, e tenho certeza que os primeiros anos estarão impossíveis por causa da volta dos estágios, por isso me apressei na sala dos professores. Abracei Nemuri, peguei minha pasta no armário e não fiz questão de procurar por mais nada.

No corredor, esbarrei com Yamada sem querer, que me impediu de cair segurando meus ombros e quando voltei para olhá-lo, sorriu de modo cúmplice.

— Bom dia...? — não tive certeza se foi uma afirmação ou uma pergunta.

— Bom dia! — exclamou. — Cunhadinha, você precisa tomar mais cuidado.

Cunhadinha…? Ata. Não. Sim? Aparentemente agora sou a cunhadinha do Mic.

— Desculpa Yamada. — pedi, enquanto fingia ignorar o apelido.

— Não foi nada.

Passei o final de semana inteiro no automático e ainda não consegui sair, foi fácil ignorar a situação e continuar meu caminho. Nos três primeiros períodos revisei com o segundo ano os protistas e os fungos para auxiliar nas provas finais, no quarto, me dirigi até o andar dos primeiros anos. Precisava encarar a 1-A, e não é como se eu não gostasse deles, existem personalidades enormes e grandes potências naquela turma, mas ainda são cansativos.

E existe um motivo para ter entrado em modo automático, durante o sábado e o domingo, tive ao todo três lembranças involuntárias, não só visões mas também escutei conversas antigas. Sei o que isso significa, mas não posso perder minha cabeça, pelo menos não agora.

O sinal tocou, e esperei na porta para poder entrar, em menos de alguns minutos Aizawa abriu a porta e saiu, me encarou, e eu não consegui segurar a língua.

— Você está bem? — perguntei, ele parecia cansado como sempre, não como se ainda estivesse doente.

— Estou — afirmou, com os ombros caídos. — Obrigado… Por cuidar de mim ou algo assim.

Sorri em resposta, e nos despedimos rapidamente com um acenar de cabeça.

Quando entrei, a primeira coisa que notei foi Katsuki que de alguma forma conseguiu voltar ao cabelo arrepiado nesse meio tempo em que não o vi, ri sozinha e logo fui atacada pelas garotas contando sobre suas experiências.

— Vou adorar ouvir, mas se vocês não lembram em menos de duas semanas, os exames finais estão aí. — relembrei, eles murcharam no geral. — Não se preocupem, vou listar os conteúdos e nós vamos repassá-los durante esse tempo.

— Suas provas são as piores. — Mina reclamou e Uraraka concordou com a cabeça.

— Assim vocês me ofendem... — coloquei a mão dramaticamente no peito e continuei. — Desde que façam as listas com os exercícios suplementares estarão seguros, as questões nunca fogem do padrão.

╏⁠ Meu refúgio ↝ Shōta AizawaOnde histórias criam vida. Descubra agora