Capítulo 32

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𝗛𝗮𝗿𝗲 𝗕𝗮𝗸𝘂𝗴𝗼𝘂
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Havia avisado meu pai que iria almoçar com eles no domingo, o motivo muito simples — do qual não contei a ele —, queria conversar com Katsuki sobre o que aconteceu ontem, sei que ele disse que não queria saber mas mesmo assim entendo que a situação é um tanto quanto… inusitada?

Toquei a campainha e esperei até alguém abrir, para minha surpresa, quem me recepcionou foi o próprio loiro, que me olhou desconfiado.

— É dívida de jogo? O que está fazendo aqui?

— Eu queria conversar com você, na verdade.

— Que idiota. — ele estalou a língua e olhou para dentro de casa. — Não me importo com quem transa.

— Katsuki! — o censurei. — Vamos conversar sobre isso depois, lá em cima, agora cala a boca!

O garoto abriu espaço entre a porta e fechou depois que passei por ela. Segui em direção a cozinha enquanto respirava fundo, provavelmente meu pai estaria lá acompanhado de minha mãe, não vejo Mitsuki pessoalmente desde que me mudei, não foi a melhor despedida, e me dói muito admitir isso mas não estou com um pingo de saudade de nenhum dos dois.

— Bom dia! — forcei um sorriso, meu pai estava cortando algumas cebolinhas, mas minha mãe não estava no recinto.

— Bom dia querida, como foi sua semana? — Masaru perguntou simpático, sorrindo para mim.

— Foi boa, na medida do possível. — sussurrei a última parte. — E a sua?

— Tranquila. — respondeu e apontou para a porta larga em seguida. — Sua mãe está na sala. — concordei com a cabeça.

Me dirigi até a sala e encontrei Mitsuki sentada no sofá, me aproximei com cuidado.

— Bom dia. — cumprimentei, ela inusitadamente sorriu.

— Bom dia, como está Hare?

— Estou bem, e a senhora?

— Também estou. — sua atenção voltou à televisão e meus ombros finalmente relaxaram.

Foi uma conversa extremamente constrangedora, mas pelo menos conversamos. Está ótimo por hoje.

Subi as escadas em um sopro e bati na porta de Katsuki ouvindo-o responder irritadamente que já iria abrir. Quando destrancou e me olhou, juntou as sobrancelhas em confusão.

— Literalmente te dei o aval para ir embora e mesmo assim continuou aqui? Já disse que está tudo bem.

— Como foi ontem com Kirishima? — perguntei, ele me puxou pelo braço e fechou a porta atrás de nós.

— Nós estudamos. — ele respondeu afoito. — E isso não é da sua conta!

— Não seja amargurado. — toquei sua cabeça, sem deixar que ele pudesse reclamar, me sentei em sua cama enquanto balançava os pés. — É seu primeiro amor?

— Que coisa ridícula! — resmungou. — Achei que se não perguntasse sobre você e o professor Aizawa, me deixaria em paz! — sorri divertida, eu sabia disso. Seu rosto se contorceu e tenho certeza que se pudesse me xingaria agora mesmo. — E obviamente você sabe, é irritante para caralho.

— Pode me perguntar o que quiser. — assegurei.

— É sério? — perguntou imediatamente. — O relacionamento ou sei lá o que…

— Não, e para sua informação, não estávamos fazendo nada ontem, na verdade foi um dia terrível.

— Que nojo, você está ficando com o Aizawa…

╏⁠ Meu refúgio ↝ Shōta AizawaOnde histórias criam vida. Descubra agora