Das duas, uma: Hare havia perdido completamente o juízo ou estava no mínimo em um surto psicótico.
Ela e Aizawa passaram por diversos assuntos enquanto ele estava febril na última sexta. Uma dessas conversas resultou na loucura que ela estava fazendo agora mesmo: Jogando pedrinhas, sim, malditas pedrinhas, na janela dele.
A conversa em questão foi bem simplista, entraram em um debate sobre clichês, e Hare comentou que todo mundo deveria ter um “romance” na adolescência para viver coisas românticas e sem sentido — nas palavras dela.
— Talvez esse seja meu problema então. — Aizawa estava com os olhos fechados, mas Hare estava vidrada nele.
— Como assim?
— Não vivi esse tipo de coisa. — respondeu, dando de ombros.
— Está brincando… — ela colocou a mão na frente da boca, surpresa. — Sempre foi um gatinho, duvido que não tenha pulado algumas janelas.
— Nunca — reafirmou. — Às vezes algumas garotas se interessavam por mim, mas naquela época não era bem o meu foco, acho que nunca foi.
E era esse o seu objetivo: sequestrar Shouta no meio da noite — na sua própria casa, e se ele achasse ridículo ela respeitaria sua vontade —, e levá-lo para uma saída — ela nunca admitirá, mas é um encontro — onde vão fazer coisas clichês de jovens apaixonados. Talvez seja o tédio, ou a falta de acompanhamento psicológico, mas quando teve essa ideia tudo pareceu tão certo que não pensou duas vezes antes de planejar tudo.
O moreno ouviu o barulho na janela da sacada, de início ignorou, mas quando o barulho se repetiu mais algumas vezes, decidiu levantar e ir conferir. Os vidros eram de acidato e precisou abri-los, só para ter a visão da Bakugou de cabeça para baixo, que quando percebeu a movimentação sorriu como uma criança pega durante a arte.
— Não vou fazer nenhuma pergunta. — ele sacudiu a cabeça negativamente.
— Oi! — Hare colocou uma das mãos nas barras e a outra pegou algo lá de cima, deixando seu corpo cair em seguida.
Quando finalmente estava em pé na sacada dele, estendeu o que havia pego antes de descer: era uma rosa coral.
— Nós vamos sair. — declarou sussurrando. — E isso aqui é para você. — se referiu a rosa em sua mão.
— Por que está sussurrando? Meio que já fez barulho suficiente para levar multa. — por algum motivo estranho, ele também sussurrou de volta.
— Estou me preparando para tirar você de casa pela janela… no caso da sacada… Enfim, que seja.
Aizawa encarou a cena com os olhos cerrados, uma clara confusão em seu rosto, segurou a rosa, e então uma lâmpada acendeu na sua cabeça.
— Você não está fazendo isso… — apontou para a loira, que juntou as mãos e assentiu positivamente.
— Estou sim.
— Sabe que temos que trabalhar amanhã, né?
— Não é como se você fosse dormir…
— Mas você ia. — relembrou.
— O plano tem três fases e se você aceitar a primeira já está feita. — ela juntou os ombros. — Mas se não quiser eu entendo.
— Ta planejando isso desde quando?
— Minha cabeça começou a projetar quase no mesmo momento.
— Deveria ter acreditado quando disse que era doida da cabeça…
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╏ Meu refúgio ↝ Shōta Aizawa
FanficEm meio a um novo trabalho e volta repentina à cidade natal, Hare Bakugou precisa enfrentar todos os fantasmas que deixou para trás durante seus anos na Itália. Além de cuidar de si mesma, agora se vê encurralada e responsável pelos problemas de seu...