𝗛𝗮𝗿𝗲 𝗕𝗮𝗸𝘂𝗴𝗼𝘂
———— ෴ ————O dia seria agitado e durante a noite dormi por quatro horas no máximo, mesmo assim, ainda me adiantei para acordar. Precisava organizar as coisas com Nemuri antes de ir encarar a turma de Katsuki.
Me olhei no espelho e ri sozinha, cobrindo as olheiras com corretivo e arrumando a franja na testa. Uma vez, Hana me disse que a solução para os problemas era uma mudança no cabelo, já que reencontrei ela ontem, decidi pôr em prática. Meu cabelo agora estava médio e alguns fios loiros cobriam minha testa, se existisse uma forma de me clonar eu com certeza me beijaria.
Agradeci mentalmente à Hare do passado por ter arrumado a bolsa com antecedência, só peguei um iogurte da geladeira para comer antes das aulas e uma garrafa de água gelada. Olhando para o chão, percebi que alguns cacos do copo de ontem tinham ficado presos no tapete, sinceramente cansativo. Decidi ignorar por hora e seguir com meu dia, não posso deixar as lembranças do dia anterior me atingir novamente, isso seria quase como um empurrão para o precipício.
Tranquei a porta do apartamento e segui para o elevador, pressionando o botão do térreo, no painel estava sendo solicitado no segundo andar antes de parar no meu, então mantive a postura agarrando a alça da bolsa enquanto esperava o elevador parar no meu andar. Quando a porta se abriu, para minha surpresa, Aizawa estava encostado em uma das extremidades e quando notou minha presença abriu a boca confuso, entrei no elevador e parei ao seu lado.
— Você... — ele estava me encarando, seus olhos acompanhando meu rosto.
— Sim! — confirmei com a cabeça, sorrindo. — Ficou bom?
Minha resposta veio quase de imediato, ele me encarou, puxou meu braço para nos aproximar, segurou minha nuca com a outra mão e selou nossos lábios transmitindo necessidade. Segurei sua cintura com uma das mãos e empurrei seu corpo contra a parede do elevador, com a outra mão, puxei-o pelo suéter ainda mais para perto do meu corpo.
— Hare, porra... — murmurou contra minha boca. Não nos separamos, segurei sua outra mão e estava prestes a colocá-la em meu quadril quando escutamos a porta do elevador se abrindo e nos desgrudamos por reflexo.
A senhora olhou de cima a baixo e balançou a cabeça em negação, foi a primeira vez que pude enxergar o rosto dele tomar um tom avermelhado enquanto se encolhia, parecia querer se fundir com as paredes cinzas. Quando chegamos ao térreo, esperamos a idosa sair, ela ainda parou e sussurrou "Giovani spericolati, questo posto si sta trasformando in un disastro"
— Mi dispiace, signora. — respondi, ela virou abruptamente enquanto me encarava e torceu o nariz, seguindo seu caminho até o estacionamento.
Me virei para encarar Aizawa que estava com os ombros baixos em sinal de derrota, sorri tentando reconfortá-lo.
— Vou levar isso como um sim. — tirei sarro, ele me encarou incrédulo.
— O que ela disse? — perguntou, se aproximando.
— Basicamente que somos inconsequentes e que esse lugar está virando uma bagunça.
— Céus...
— Não se preocupe, ela não parece ser o tipo de velha fofoqueira. — tentei tranquilizar.
— Não acredito que chamou ela de velha fofoqueira.
— Não. Eu disse que ela não se parece com uma. — fiz uma pequena pausa antes de me aproximar do seu ouvido. — E se quer colocar algo na minha boca prefiro que não sejam palavras.
— Hare! — censurou, me afastei rindo baixinho.
— Você gosta de me ver irritada e agora descobri que adoro ver você constrangido.
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╏ Meu refúgio ↝ Shōta Aizawa
FanfictionEm meio a um novo trabalho e volta repentina à cidade natal, Hare Bakugou precisa enfrentar todos os fantasmas que deixou para trás durante seus anos na Itália. Além de cuidar de si mesma, agora se vê encurralada e responsável pelos problemas de seu...