Avisos: As datas partem da teoria de que o universo de BNHA acontece durante o ano de 2034. A maioria dos acontecimentos será descrita durante o ensino médio, ou seja, são adolescentes, lembrem-se disso.
TW: crises emocionais, violência física e psicológica, relações abusivas (sendo elas românticas e parentais), menção a transtornos, consumo de drogas lícitas e ilícitas.
Lembrando que são apenas personagens e EU não concordo com suas ações nem incentivo ou romantizo o uso de nenhuma substância, sendo ela lícita ou ilícita.
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Eu te desejo não parar tão cedo
Pois toda idade tem prazer e medo
E com os que erram feio e bastante
Que você consiga ser tolerante
Quando você ficar triste, que seja por um dia
E não por um ano inteiro
E que você descubra que rir é bom
Mas rir de tudo é desespero- Frejat
Kentin Hyuga;
o herói em declínioHare não se lembrava, ela quase não tinha lembranças da sua infância, todas as memórias daquela época eram apenas borrões, um pequeno brinde vindo da amnésia dissociativa¹, mas eu lembro muito bem, não tinha como esquecer.
Com oito anos não se entende muito sobre o mundo, principalmente do seu lado sombrio, mas, para mim e Kaze, acostumados a estar no meio de tanta injustiça e miséria, não era tão difícil assim entender que se não lutarmos por nós mesmos não conquistaremos nada.
Era uma manhã de domingo, nossas mães conseguiram tirar folga juntas e nos levaram até a grande praça do centro, raramente íamos lá. Era um dia típico de neve, nada pesado que impedisse a passagem dos carros, nós brincamos. Nossa infância, por mais difícil que tenha sido, foi boa, nossas mães nos proporcionaram o melhor que puderam. Nunca cheguei a conhecer o pai de Kaze, pelo menos não com idade suficiente para lembrar dele, nem ele se lembrava da fisionomia do pai. Já o meu... Bom, ele tentava estar presente, mas não pagava pensão, também não ajudava na casa, acabou se envolvendo com coisas perigosas e minha mãe o expulsou de casa. Anata e eu crescemos juntos.
Ao longe, tinham algumas crianças fazendo um boneco de neve clássico, nós não damos muita importância, sempre preferimos correr, como toda criança, gostávamos de fingir que éramos heróis, salvando o mundo e protegendo as pessoas com nossos poderes. Lembro vagamente de outras crianças se juntarem conosco, em algum momento da brincadeira, virou um esconde-esconde, enquanto estava escondido em um dos arbusto perto do boneco de neve, ouvi um soluço, seguido de um choro. Me atrevi a olhar por entre as folhas, era uma menina, aparentava ter a minha idade ou ser mais nova.
Não sei exatamente o que moveu meu corpo até ela, nem o que me convenceu a sair do meu esconderijo com chance de ser pego, mas talvez se não tivesse dado esses passos, tudo isso seria evitado. O efeito borboleta sempre me fez pensar bastante.
- Você está bem? - perguntei, a menina não olhou para mim, mas negou. - Está perdida? - negou novamente.
- O cachecol - ela apontou para o boneco de neve. - Falta um cachecol.
- Podemos colocar o meu. - disse, animado. - Aí podemos ser amigos.
- Sério? - ela finalmente levantou a cabeça, e me encarou.
Ela tinha o cabelo loiro, não tão amarelo quanto o sol, na verdade, era tão claro que parecia ser de mentira, e ainda não alisava, então os cachos deixavam seu rosto em destaque. Os olhos tinham o vermelho mais bonito que já tinha visto em todos os meus oito anos de vida, na verdade, até hoje, vinte anos depois, vermelho carmesim ainda é minha favorita.
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╏ Meu refúgio ↝ Shōta Aizawa
FanficEm meio a um novo trabalho e volta repentina à cidade natal, Hare Bakugou precisa enfrentar todos os fantasmas que deixou para trás durante seus anos na Itália. Além de cuidar de si mesma, agora se vê encurralada e responsável pelos problemas de seu...