Capítulo 37

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- Você escrevia em diários como uma garotinha? - Katsuki perguntou, parecendo muito surpreso. Hare franziu o cenho.

- Katsuki, talvez você não consiga enxergar isso mas... - ela gesticulou apontando para si mesma. - Eu sou uma mulher, consequentemente fui uma garotinha.

- Eu te vejo como uma mulher sua idiota, só não pensava que tivesse feito esse tipo de coisa. - ele pegou a outra caixa, tirando a primeira carta. - 'Para Alba' - ele repetiu o que o verso da carta dizia. - Quem é Alba?

- Não leia essas, deixe na pilha.

Hare fingiu não dar importância, mas fazia um tempo desde que não ouvia esse nome. Katsuki ignorou a reação imediata da irmã ao ouvir a pergunta dele, ela pareceu não perceber, mas ele viu como seus ombros tencionaram e sua expressão mudou por alguns segundos antes de finalmente responder. Ele apenas a colocou na pilha e continuou a busca.

Eram cinco caixas, com cartas, pertences e outras coisas, todas elas guardadas por Hare no sótão da casa dos pais. Ela pediu para Katsuki levar até o apartamento, ele ia apenas deixar, mas como o tempo estava ruim lá fora, eles decidiram almoçar juntos e ela pediu sua ajuda na procura.

Ele até tentou fazê-la falar o motivo dessa busca, mas ela não disse nada, e o Bakugou mais jovem não quis insistir.

- Ah, a propósito... - Hare largou a segunda caixa e pegou a terceira, antes de continuar a falar. - Eu e Aizawa estamos namorando.

O loiro piscou algumas vezes, um pouco desnorteado com a informação. Não sabia exatamente o que dizer, nem como deveria reagir após saber que sua irmã estava em um relacionamento sério com seu professor... Bom, não é como se não soubesse do envolvimento dos dois, e talvez tivesse sido melhor descobrir assim do que como descobriu semanas atrás.

- Que nojo. - foi o que disse. Hare riu fraco. - Espero que não seja um desastre, não gostaria de odiar ele.

- Não se preocupe com isso, se der errado provavelmente a culpa será minha.

O garoto assentiu.

- E você? - ela perguntou.

- Eu o que? - Bakugou estava se fazendo de desentendido, ele entendeu o sentido da pergunta, mas não queria falar sobre isso agora.

- Nada. - a loira decidiu deixar para lá. - Está preparado para o acampamento semana que vem? Vai ser pesado.

- Nada com que eu não possa lidar. - ele respondeu.

Hare estendeu a mão e tocou a cabeça do irmão, bagunçando seu cabelo loiro em seguida. Ele não resmungou dessa vez, continuou mexendo nas caixas, ficou curioso quando encontrou uma com a caligrafia dele, de quando ainda era criança.

- E isso aqui? - ele estendeu, Hare observou o papel colorido e só conseguiu reconhecer de quem era o remetente pelo adesivo característico do All Might fechando a carta.

- Não lembra? Me mandava cartas no tempo que passei com a vovó.

- Devem ser horríveis, posso ler?

- Pode, a maioria é bem engraçada, na verdade. - ela sorriu, ele recolheu mais algumas e abriu-as sem delongas.

"Hare, quando você volta? tem acompanhado as notícias? sinto sua falta.

- Katsuki"

- Eu não sabia escrever uma carta direito, que garranchos são esses? - ele mostrou para a irmã, que riu, negando com a cabeça.

- Se dê um desconto, era uma criança, muito avançada para sua idade, na verdade. Com seis anos você sabia escrever as palavras corretamente e sabia usar acentuação.

╏⁠ Meu refúgio ↝ Shōta AizawaOnde histórias criam vida. Descubra agora