Mão na mão... e Bernardo não

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  Saímos do quarto, já todos prontos e arranjados, e voltámos para o salão de festas.

  O Bernardo correu logo para ao pé de mim.

- Onde é que tu andaste? - perguntou-me ele

- Nada de mais.

- Como assim?

- Não percebo para que são estas perguntas todas. - disse eu um pouco secamente

- Para nada. - disse ele, desistindo daquela conversa

- Ainda bem.

- Vamos comer alguma coisa? - perguntou-me ele, devia estar a tentar fazer com que eu me esquecê-se do assunto anterior

- Pode ser.

  Comemos e depois voltámos a conversar um pouco mais fluentemente

- Desculpa. - disse ele

- Esquece que aquilo aconteceu, ok? - disse eu, queria acabar com aquela conversa imediatamente

- Ok.

  Continuámos a falar, apesar de eu me tentar conter um pouco sobre o que falávamos e como falávamos,  queria prevenir-me em relação a ele.

  A certa altura eu olhei para trás e vi que o Eduardo olhava para nós. Via-se à distância que ele não estava a gostar lá muito de eu estar ali, mas, e isso só demonstra que ele é um ótimo amigo, ele respeitou o facto de eu estar ali e não me foi obrigar a sair de perto do Bernardo.

  Depois de voltar a olhar para a frente, reparei que o Bernardo tinha estado a ver que eu estava a olhar para Eduardo e que ele também olhava para mim.

  De repente sinto algo a tocar-me nas costas, era o Bernardo. Estava a pôr o braço à volta da minha cintura. Não sei bem o que foi aquilo, mas pareceu-me que ele se queria impor sobre o Eduardo, TENTANDO ( pois o tiro saiu-lhe pela culatra ) demonstrar que eu era dele. POIS, mas enganou-se!

- Mas o que é isto? - disse eu, furiosa

- Não gostas? - disse ele com cara de parvo

- Não.

 Apressei-me a tirar o seu " adorável "  bracinho de cima de mim.

- Eu só queria... - disse ele, baixando o tom

- Não me interessa o que querias. Eu não sou tua, nem de ninguém, se me queres terás de me merecer, e sempre que fizeres algo mal, terás de consertar o erro, ouviste-me. E não tentes voltar a por o teu BRACINHO EM CIMA DE MIM !!


 Nesse momento reparei que a nossa conversa tinha atraído muitos olhares e eu calei-me. Sempre me tinham ensinado a ser bem-educada e eu não ía desperdiçar isso. Coloquei um sorriso e fiquei à espera que o meu cérebro processa-se isto. Não precisei de esperar muito, pois o Eduardo depressa veio ter connosco.

- Posso conversar com vocês, os dois?

- Sim. - respondi eu

- Claro, senhor Perfeição. - disse o Bernardo ironicamente

- Ainda bem que concordam. Vamos para um local mais silencioso e, com menos pessoas a assistir.


 Entrámos dentro do quarto do Eduardo e a Clara apressou-se a seguir-nos.


- Ainda bem que vieste Clara. - disse o Eduardo

- Está tudo bem? - perguntou ela, um pouco receosa

- Está tudo ótimo. - repondeu-lhe o Eduardo,também ironicamente


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