A descobrir os limites da minha auto estima - parte 2

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----------------------------------------- SEXTA-FEIRA ( continuação ) -------------------------------------------------------

Gostei da ideia do Lukas, apanhar quem tinha inventado isto.

Decidi que na hora de almoço iria a uma loja que ficava quatro ou cinco ruas depois da escola, era conhecido por alguns alunos, mas não por todos, e a maior parte nem sequer lá ía.Era excelente para pensar e para não haver mais escândalos baseados em mentiras.

Quando me sentei numa mesa, a um canto, pousei a mala ao meu lado e vi sair, pelo meio dos meios cadernos, um livro bonito. Tirei-o da mala e abri-o. Estava cheio de poemas de que eu não sabia os autores, e de páginas em branco ao lado de cada poema. Depois voltei a abri-lo, mas desta vez na primeira página. Tinha algo escrito:

"Esquece durante um bocado os teus problemas, desenhando e pintando ilustrações para os poemas.

Espero que gostes."


Pensei que seria um presente do Eduardo, pois ele já devia saber do escândalo.

Quando voltei à escola fui ter com ele e perguntei-lhe se ele sabia do livro de poemas, e ele ficou calado. Não sei bem o que aquilo queria dizer. Não lhe cheguei a mostrar o livro, apenas falei, no geral. Deixei estar.

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Todos os dias, durante a horrível semana que se seguiu, eu sentava-me, nos intervalos, a um canto e desenhava. Era relaxante e, por momentos, esquecia o mundo à minha volta.


----------------------------------- SEXTA-FEIRA ( uma semana depois ) ---------------------------------------------------


Fui para a escola, tal como na última semana, com o livro de poemas e desenhos na mão, esperando mais um dia para esquecer.

Entrei na aula onde, à exatamente uma semana atrás, fiquei conhecida como " copiadora " porque alguém se lembrou de inventar isso.

Todos olharam para mim com desdém, e eu só me perguntava quando é que a verdade vinha ao de cima.

- Bom dia. - disse o professor Alexandre

- Bom dia. - disse todos em coro

- Hoje ficarão a saber as notas do teste, mas também uma história, que de engraçada não tem nada.

- Qual história? - perguntou alguém

- Então começamos por aí. Ao que parece, a Jade foi incriminada sem razão, e é preciso ser-se muito arrogante para se deixar uma carta em cima da minha mesa a dizer que foi ela, quando não foi. Felizmente um outro aluno veio até mim, pessoalmente, e resolvemos esta questão.

- Quem foi? - perguntou a Courtney , ela devia querer saber para o tramar

- Se essa pessoa quiser revelar, pode fazê-lo, mas se ele não vos disser, eu também não. - disse o professor Alexandre

- Então a verdade veio mesmo ao de cima. - disse eu, quase murmurando

- Acho que a pessoa que inventou esta história devia pedir desculpa à Jade, pois mais cedo, ou mais tarde, iremos saber quem foi. - finalizou o professor


O Lukas, que estava ao meu lado sorriu-me. Não sei p+orquê mas acho que foi ele o tal aluno que fez com que todos soubessem que eu estava inocente. Se foi ele, estou-lhe muito agradecida, e espero, um dia, poder retribuir-lhe.


- Eu disse-te. - disse o Lukas

- Sim, pois disseste, e melhor ainda, confiaste em mim. Obrigada.

- É o que os amigos fazem.


A aula acabou, e quando fui para o intervalo, resolvi sentar-me novamente a desenhar, não por tristeza, mas por felicidade.







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