Mistérios, Irmãos e Educação

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Depois de saber que o Eduardo e Clara eram irmãos percebi o motivo das suas parecenças físicas, mas perguntei-me se psicologicamente também eram parecidos. Será que podia confiar em Clara, eu não queria criar barreiras com o Eduardo por causa da irmã-gémea. Mas eu já estou é a complicar as coisas.


----------------------------------- Voltando à realidade --------------------------------------------------------------


- És mesmo muito parecida com o Eduardo! - disse eu

- Obrigada...

- Então Eduardo? Sempre escolheste com qual destas raparigas irás ao casamento dos nossos pais? - perguntou ela

- Ainda não, mas isso agora não interessa. Agora vamos mas é aproveitar a festa.

- Escapas-te sempre, não é? - disse ela já na brincadeira

- Eduardão!! - ouvi um rapaz ao qual não prestei grande atenção, deve ser algum grande amigo do Eduardo

- Hey! Há já tanto tempo! - disse o Eduardo

- Anda cá amigo! - disse o tal rapaz

- Jade, deixo-te aqui com a Clara, vão dar uma volta, pode ser?

- Por mim tudo bem. - respondi eu

- Podemos ir dar uma volta à mansão, tipo uma visita guiada. Queres?

- Sim, gostava muito.


Fomos para fora do salão de festas, saímos por uma porta que, por detrás, dava lugar a um corredor enorme que dava acesso a muitas portas.

- Sabes, não precisas de ser formal comigo. - disse ela timidamente

- Estava anciosa por que dissesses isso.

Ela lançou-me um sorriso e nesse momento percebi que estava totalmente enganada a seu respeito.

- Penso que agora somos amigas, não é?

- Sim, claro. - disse eu

- Ótimo! Assim posso mostrar-te um dos meus locais favoritos da mansão.

Ao contrário do que eu pensava, ela levou-me até aos jardins, mas não podemos estar lá muito mais tempo pois percebi que o céu estava a ficar com ar de quem ía chover, não agora, mas talvez daqui a alguns minutos ou horas. Eu e as minhas previsões do tempo...bem, ... tem muito que se lhe diga.

Fugimos dos jardins e, de seguida, ela levou-me até ao seu quarto.

- É realmente lindo! - exclamei eu

- E ainda não viste a minha surpresa.

- Surpresa?

- Há já há muito tempo que eu esperava ter alguém para me ajudar a completar este caderno...

- Qual caderno?

Ela mostrou-me um caderno de melhores amigas, que parecia já ter alguns anos.

- Era da minha mãe e da melhor amiga dela. Mas agora quero que seja nosso.

- Tens a certeza, nós mal nos conhecemos. - fui um pouco má sem querer, mas também não queria iludi-la

- Sim tenho.

- Como?

- Quando tu desces-te a escadaria, achei que eras uma rapariga como a Penélope e as outras...

- Conhéce-las?

- Mal, mas também não me parecem ser simpáticas seja no interior ou no exterior. Na verdade tenho a certeza que não o são.

- Como assim?

- Foi por culpa delas que, ... que saí da vossa escola. - disse ela aos soluços

- Não precisas de me contar, se isso te deixa assim...

- É melhor parar, não quero arrastar mais ninguém para isto.

Ela colocou de novo um sorriso e deu-me o caderno para as mãos.

- Mas voltando ao assunto de saber e confiar em ti para partilhares comigo este caderno... Achava-te demasiado...bonitinha...mas afinal não és apenas superficial.

- Agradeço os elogios.

- E com aquela resposta: " Estava anciosa por que dissesses isso " , que me deste. Mas tenho o pressentimento que posso confiar em ti principalmente pela nossa troca de sorrisos.

- Também notei algo quando sorriste. - disse eu sinceramente

- Vamos começar?

Começámos a preencher o caderno até que o Eduardo bate à porta.


- Quem é? - perguntou a Clara

- Sou eu, o teu maninho.

Foi giro ver o lado mais querido e sincero do Eduardo ao dizer " maninho ". Ele estava cheio de surpresas.

Abrimos a porta.

- Aqui estás tu! Procurei-te por todo o lado. - disse ele

- Mas não aqui. - disse eu

Ele olhou-me e fez com que me levantá-se , segurou o braço com cuidado e disse:

- Até já maninha. Nós vamos dar um passeio.

- Até já Clarinha. - disse eu sorrindo





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