Dive (Sariette)

Capítulo 41 - Run To You

O Mundo dos sonhos.

- Eu estou completamente apaixonada por você...

Sarah estremeceu sobre seu corpo, aturdida, como se recebesse um golpe violento e um afago ao mesmo tempo. Retraiu-se por um momento, desconfiando da própria percepção.

- Não! Não pode ter sido um sonho! - Assusta-se.

Juliette segurou-a contra o próprio corpo quando a princesa tentou fugir, confortando-a de forma branda.

- Não sou uma ilusão. Estou aqui.

- Mas... Mas... - Tocou seu rosto, contornando as bordas. Subiu do queixo aos cabelos, aspirou o aroma à sua volta, ainda estarrecida.

A Rainha sorriu, tampando sua boca novamente, com certa delicadeza ao sentir os lábios trêmulos e os olhos caídos novamente. Suas expressões eram sempre tão adoráveis.

- Sarah... - A fez concentrar-se em seus olhos. A veracidade de suas palavras estava estampada neles. - Estou completamente apaixonada por você. É isso que vim dizer.

Ainda se recuperando da confissão, sorriu emocionada.

- Isso quer dizer que...

- Nada mais que nos cerca importará. - Seguiu-a no sorriso, acariciando seus cabelos. - Sem vinganças. - Assistiu ao escorrer de uma lágrima. - Sem torturas. Sem punições. Sem defesas. - Encostou suas testas, fechando os olhos. - Somente... Esta Rainha.

Nenhuma resposta veio da princesa do Leste. Apenas sua respiração acelerada e seus descontrolados batimentos cardíacos. Há muito desejava, mas não nutria esperanças estáveis. Juliette era uma rainha magnífica com poderes colossais. E ela era apenas... Sarah Andrade.

- Mas... Eu não sou... - Engoliu em seco. - Eu sou só... - Bufava, embasbacada.

Juliette não deu tempo para que se encontrasse e respondesse. Puxou-a pela nuca para um beijo esfomeado, como se nunca mais pudesse beijá-la novamente. Compreendia os motivos da princesa para duvidar, mas a convenceria. Depois de admitir a si mesma, nada mais poderia ser um obstáculo.

- Você é o mais bravo leão que cruzou meus caminhos. - Riu contra seus lábios. - Definitivamente a princesa mais encrenqueira e impulsiva que já existiu. - Roçou seus narizes. - Uma luz. Uma luz na escuridão, Sarah Andrade. - Encarou-a com profundidade. - E quero esforçar-me para merecer você, pequena leoa.

Sarah caiu num choro intenso e sem fôlego, afundando-se em seu peito entre soluços entrecortados. Juliette não resistiu em permitir que suas próprias lágrimas também se esvaíssem. Desejava reparar cada uma que escorria no rosto de sua princesa. Desejava mostrar-lhe que tudo seria diferente dali em diante.

- Merecer-me? - Sarah fungou sobre sua pele. - Não há nada que precise fazer, nada que precise provar. Sou eu quem deveria preocupar-me com isso! - Riu divertidamente.

- Durante toda a sua vida eu disse que pertencia a mim. - Ergueu-a para fitarem-se. - Mas ainda não perguntei se este é o seu desejo.

- Eu sempre pertenci a você. - Sorriu. - Desde a primeira vez em que nos vimos eu soube que pertenceria a você. Só não sabia ainda naquela época que seria dessa forma. E... - Suspirou. - Céus, como eu gostaria de estar em Trotsten, só para tropeçar em algum lugar e me atirar em cima de você! - Gargalhou.

- Quer dizer que o fazia de propósito, Andrade? - Indagou em falsa reprovação.

- Nem sempre. Ainda sou uma princesa completamente desastrada, lembra-se? - Cessou seus risos. - Mas era meu único meio de...