Capítulo 49 - Rise Above

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Campo de batalha. Alívio temporário.

- Minha princesa.... Você está bem... - Isabela ria entre as lágrimas. - Estive com tanto medo...

- Oi... - Ela sorria, acanhando-se como uma garotinha. - Eu senti saudades.

- Sarah... - Lucas contornou toda a borda de seu rosto, descrente de que finalmente a tinham de volta. - Sarah... Perdoe-me...

- Não há o que perdoar. - Seus olhos verdes inundaram-se. - Vocês estão bem! - Riu. - E o meu irmãozinho? - Tocou o ventre da mãe, sorrindo abobada.

- Você sabe...? - A rainha do Leste surpreendeu-se.

- Sim. Estou feliz. - Suas bochechas estufaram-se com o sorriso. - E vocês fizeram a coisa certa. Vocês acreditaram. - Apertou-os com sofreguidão. - Acreditaram na verdade.

- Devíamos isso a você. - Isabela beijou-lhe os cabelos. - E a ela. - Os três miraram a Rainha de Trotsten, que ainda observava a princesa abraçada à mãe e a irmã.

Foi como se já tivessem combinado. Novamente o encontro explosivo dos olhos. Sarah Andrade desvencilha-se dos braços de sua família, assim como Juliette. E o choque de seus corpos no abraço é arrepiante. O calor que compartilham ameniza a tensão do cenário conflituoso ao seu redor. Gisele e Marina sorriem. Isabela e Lucas ainda não sabem como proceder. Mas ao ouvirem o choro baixo da filha e suas palavras, dispensam as explicações primárias.

- Dama Escarlate... - Sussurrava com o rosto afundando em seu pescoço. - Eu voltei. Voltei para você. Voltei para o meu oceano. - Sua voz infantil encheu os ouvidos da rainha.

Juliette riu. Riu tão espontaneamente que Sarah teve de erguer-se para vê-la.

- E me salvou novamente. Não é, Senhorita Andrade? - A provoca com o tom formal, tentando conter as lágrimas nas pálpebras. - E irresponsável, como sempre, saltou do dorso de um dragão... - Franziu as sobrancelhas.

- Eu tive medo. - Fungou, ainda em prantos. O nariz vermelho, o bico encantador. Juliette estava extasiada só de vê-la. - Tive medo de não chegar a tempo. Eu tinha que tentar, não podia deixar machucarem você. - Sorriu. - Não posso mais deixar fazerem isso, Dama Escarlate.

A Rainha a encara emocionada e muda. Seria eterno seu encanto? Como era bonita e dócil, como era amável e corajosa. Permite que as lágrimas caiam de sua imensidão castanha, mais uma vez tocada por seus gestos e palavras.

- Eu sinto tanto... - Juliette confessa. - Eu deixei que...

Sarah a interrompe com um beijo. Definitivamente, as interrupções seriam para sempre daquela maneira. Sorriem nos lábios uma da outra. Era curioso constatar como era ainda mais magnífico fora do mundo dos sonhos. Toda a tontura da mágica usada para transportar-se voltou bruscamente no corpo da princesa, que amolece nos braços de sua Dama. Juliette a segura. Mas o beijo permanece. De maneira alguma Sarah quer parar.

Isabela compreende, agora. "Destruída e resgatada por ela".

- Passou. - A princesa sorriu ao afastar-se minimamente de seus lábios. - Já passou. E desculpe te beijar assim, ainda estou cheia de sangue. - Faz uma careta.

Juliette afunda-se novamente em seu abraço, beijando-a profundamente. Sarah poderia estar banhada em sangue, que ainda assim quereria tocá-la. Envolta pelos braços macio, se esquece totalmente de que há uma guerra prestes a explodir ao seu redor.

Os homens e mulheres do exército do Leste abandonam posição, afastando-se com seus escudos erguidos para os inimigos em direção aos exércitos de Trotsten, Perth e Moors. O exército do Norte permaneceu estático. Apenas alguns soldados ousaram sair. Sabiam agora que seu rei, Rumpelstiltskin, estava sob o poder de George. Não arriscariam abandoná-lo e enfrenta-lo.

Dive (Sariette)Onde histórias criam vida. Descubra agora