Jeff
Quase todo homem já bateu uma. Todo homem, sem exceção, ao menos tentou, mesmo que o resultado às vezes não tenha sido o esperado, e isso por razões sem conta, mas o fato é que para a maioria, a punheta às vezes é uma questão de sobrevivência.
Não chegava a ser o meu caso, embora o fizesse com certa regularidade, sempre preferi entrar em outra pessoa, estar dentro dela na hora de gozar. Não era difícil encontrar companhia, afinal, eu até que mandava bem no flerte, (minha boca grande, lembra?) tinha uma aparência que parecia agradar a maioria, então, quando estava a fim (e às vezes até quando não, como foi o caso da Hannah), eu tinha uma foda garantida.
Voltando à punheta, nunca nem sequer em sonhos pensei que faria isso em outra pessoa. Nunca. Confesso que me surpreendi com o prazer que isso dava. Enquanto minha mão subia e descia sobre aquele falo (bem avantajado, diga-se de passagem), tudo em mim parecia vibrar em conformidade, isso sem contar que ter aquela palma quente e grande me envolvendo sem pressa porém sem dó era um catalizador poderoso que me empurrava cada vez mais para a borda.
Garotos costumam brincar, mas diferente de garotas que às vezes brincam sem roupas e se tocam para se descobrir, garotos têm um código muito rígido no que diz respeito a se tocar. Uma vez, lá pelos meus 15 anos, vi um cara num banheiro de shopping tocando outro cara, e a reação comum seria sentir nojo, mas ao invés disso, fiquei curioso. Talvez eu tenha ficado com esse desejo latente, sob a pele, esperando o cara certo para acordar.
– Ahnh devagar... Você está roubando... – ouvi André resmungar. Ele parecia nervosinho até nessas horas!
– Sobrevivência, meu caro... Sua boca é muito boa de beijar, preciso testá-la de outras maneiras – minha voz saía entrecortada, soluçando de acordo com os movimentos que ele fazia com a mão.
Ele era bom nessa porra! Envolvia meu membro inteiro e de vez em quando acariciava minha glande com o polegar, espalhando ali as gotas de pré-semen que evidenciavam o quanto eu já estava chegando perto.
Todavia, eu sentia seu pau latejar entre meus dedos. Eu sabia que ele também não ia demorar muito, mas eu realmente estava com muito tesão antes de começarmos a brincar. Achei que as drogas me favoreceriam, mas aparentemente, André era uma porra de um super-herói na coisa. Quando senti sua umidade prévia atingir meu polegar, o prazer começou a espiralar na base da minha coluna.
Eu queria me inclinar e sentir o gosto.
Eu queria me ajoelhar e assistir ao espetáculo.
Eu queria lamber a oferenda.
Porém, eu estava todo fodido, e nem era nesse sentido delicioso da palavra.
– André... Caralho... Vou goz...aar... gnhaaa
André me calou com um beijo e puxou a blusa sobre mim quando explodi em sua mão. Fatalmente, eu parei de punhetá-lo, mas numa atitude que me surpreendeu, ele ficou de joelhos na minha frente e terminou o serviço sozinho, derramando seu néctar de pérola sobre o blusão em meu colo.
– Eu teria te batizado com isso, como louros da vitória, mas não quero te sujar. Demorou muito tempo pra você ficar limpo, e já está limpo há um tempo recorde.
Filho da puta!
– Você era casado há até poucos dias atrás. Já eu, estava na seca há um bom tempo, se quer saber.
– Sei... – Ele tinha um sorriso arrogante que eu queria arrancar com os dentes – você deveria saber que a maior garantia de uma "não-foda" é estar casado com quem você quer comer.
– Promete então que nunca vamos nos casar?
Ele quase quebrou o pescoço ao olhar pra mim. Era uma brincadeira, mas caiu meio sem jeito em nosso meio. Eu era bom em falar merdas, contudo, ainda que tivéssemos acabado de foder um ao outro com as mãos, não tínhamos intimidade a ponto de conversar como velhos amigos.
Que bizarro!
– Um casamento é suficiente para não querer reviver a experiência. Você melhor do que eu devia saber disso.
Certo. O comentário enrolou o momento num saco preto e o lançou ladeira abaixo, fazendo tudo ser esmagado num fosso de pedras pontiagudas. Em silêncio, me limpei como pude com o blusão dele e o devolvi sem o fitar. Ele percebeu a mudança de clima, ainda que eu tivesse tentado disfarçar. Não queria aborrecê-lo, não nesse momento.
– Jeff... Me desculpe.
– Não, cara. Tá de boa. Você foi cirurgicamente correto no que disse.
– Eu não tinha o direito...
– Para com essa merda! Tá tudo bem! – Fui estúpido, mas não foi de propósito. Em silêncio, ele levantou do sofá e pegou a blusa. Vi quando ele voltou do banheiro com mais algumas peças e levou tudo para a lavanderia.
Devia ser ali que a magia acontecia, onde ele deixava tudo com aquele cheiro gostoso que se desprendia de suas roupas, das toalhas, lençóis, cobertores e permeava por toda a casa. Me deu vontade de fazer alguma coisa pra ajudar, afinal, ele mantinha tudo tão em ordem, e eu era a própria desordem.
Quando ele voltou, parou à minha frente. Vi que sua pele estava arrepiada de frio, e seus mamilos estavam saltados por conta disso. Vi toda a sua compleição, desde as pernas musculosas que a calça não podia esconder, bem como o volume entre suas pernas, algo que até pouco tempo eu passava batido, mas que agora me deixava com água na boca. Ele tinha aquele V no abdômen, que apontava para uma penugem escura que afinava no sentido do umbigo e voltava a se alargar na altura do estômago até a clavícula.
Ele não era muito peludo, era só uma camada discreta de fios finos e macios. Seu peito era definido e, nesse momento em que ele estava com os braços cruzados, seus bíceps, tríceps e ombros ficavam saltados, revelando a musculatura nada truculenta, mas avantajada no nível certo.
Ele era fodido de gostoso, e eu me surpreendi com essa nova predileção.
– Quer tomar um banho antes de eu colocar esse soro de volta no seu braço? – Ele perguntou de modo tranquilo.
Sempre tão atencioso...
– Você vai me acompanhar?
– Só se você precisar de ajuda.
Sorri de canto de boca. Ele sorriu de volta. Porra! Ele sorrindo era demais! Suas esferas escuras brilhavam, e umas linhasinhas finas surgiam no canto do olho. Ele tinha o cabelo meio despenteado, talvez devido ao nosso momento anterior, mas isso conseguia deixá-lo ainda mais bonito.
Eu estava meio que me apaixonando por esse cara.
– Vamos para o banho – concluí.
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Improvável (Romance Gay)
Romance🌈 Romance Gay 🥉TOP 3 NA CATEGORIA "ROMANCE LGBTQIA+" - 3ª Ed.CONCURSO CÓSMICO 2024 🥇 #1 romancegay (Jun2024) 🥇 #1 sensual (Mai2024) 🥇 #1 homoerótico (Abr2024) 🥇 #1 autodescoberta (Abr2024) 🥇 #1 policial (Set2024) 🥈 #2 novos (Abr2024) 🥈 #2...