Capítulo 42

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André

Sim, eu tinha feito a lição de casa. Também tinha me preparado para a ocasião, ainda que nada garantisse que seria assim. Quando Jeff insinuou o polegar e pressionou minhas pregas, eu imaginava o que iria sentir; contudo, mesmo eu mesmo já tendo me tocado outrora sob a água do chuveiro, nada me preparou para a sensação da experiência pelas mãos dele. Aturdido com o impacto das sensações, perdi a força dos cotovelos e despenquei deitado no colchão.

— Tudo bem? — Ele perguntou entre uma chupada e outra que dava agora no meu saco. Nem tinha notado que ele abrira minhas pernas para facilitar o acesso, ou talvez eu mesmo tivesse aberto.

— Tud-nnnghn... — Mordi minha mão quando ele enfiou a ponta do dedo até a primeira falange. Percebi que seria menos constrangedor tentar não falar.

— Como faz...? Acho que preciso de algo para lubrificar aqui... Você teria...?

Apenas neguei com a cabeça. Meu movimento foi enérgico e ele devia ter interpretado errado, porque removeu o dedo, constrangido.

— O que está fazendo? — Finalmente, minha capacidade de fala parecia ter sido restabelecida.

— Está ruim?

Eu quase ri da inocência dele.

— Jeff, apenas... Continue! Você já deve ter feito isso antes...

— Já, mas não com um... homem...

— Porra, Jeff! É igual, apenas vá em frente!

A sombra de um sorriso matreiro cruzou seu semblante como quem acabava de ter um lapso de compreensão. Com uma nova determinação, ele se inclinou e enfiou o rosto no meio das minhas pernas.

Ooook... Essa questão eu não havia respondido no gabarito da lição de casa. Percebi meus músculos todos retesados ao primeiro toque da sua língua em meu orifício. Tenho certeza de que nessa hora meu pau deu uma cuspida e quase rasguei o lençol com o aperto das minhas mãos.

Senti suas mãos abrindo minhas nádegas para chegar mais fundo, e ergui os quadris sem nem perceber, me movendo contra sua língua. Ele começou a transitar pelo meu períneo e voltou a usar os dedos, agora o indicador. Aproveitando-se da umidade que já empapava a região, não demorou muito e ele introduziu o segundo dedo. Nessa hora, coloquei um travesseiro no rosto e contive meus gemidos infames.

Eu não imaginava que isso dava tanto prazer.

Quando ele colocou o terceiro dedo, senti minhas pregas protestarem, então ele voltou a trabalhar no meu pau e logo relaxei. Estava tudo ótimo, e eu transitava pela borda de um clímax, mas não queria que terminasse assim, como quando o toquei pela primeira vez. Sem protelar, segurei seus cabelos e o puxei para cima. Ele escalou meu corpo e nossas línguas se encontraram antes dos lábios.

— Quero o serviço completo, Jeff: barba, cabelo e bigode.

Ele riu. Adorávamos usar nossas palavras um contra o outro.

— Vá me orientando — ele murmurou contra o meu pescoço enquanto massageava seu membro junto ao meu. Sua mão se insinuou entre nossos corpos, e ele segurou firmemente seu falo e posicionou a glande na minha entrada — me diga para parar...

Eu não ia dizer. Nem fodendo... Ou melhor, mesmo fodendo!

Senti a cabeça entrar. Ardeu e eu contraí a musculatura, mas respirei fundo e tentei relaxar. Ele me encarava fixamente como quem esperava uma ordem; eu só chacoalhei a cabeça afirmativamente, e ele entrou um pouco mais.

Nghnnah...

— Tudo bem? — Perguntou.

— Caralho... Para de me perguntar isso e vai!

Vi quando uma sombra passou por seus olhos e sua íris adquiriu aquela tonalidade azulada que tanto me encantava. Suas mãos subiram pelos meus braços e agarraram firmemente minhas mãos. Quando entrelacei os dedos e apertei, ele entrou com o resto.

Certo, acho que gritei, mas dessa vez ele não parou. Começou com estocadas curtas e aos poucos me senti mais confortável. Num dado momento, senti seu membro tocar naquele lugar mágico dentro de mim, e o prazer me levou a capturar seus lábios e me mover em sincronia.

Em pouco tempo, o quarto foi inundado com sons de pele com pele e gemidos infames. Completamente desinibido e confortável, Jeff se apoiou nos joelhos e puxou minhas pernas elevando meu quadril. O movimento o fez chegar mais fundo, e arfei com a sensação. Levei a mão ao meu membro, que gotejava implorando por alívio. Olhei novamente para ele e vi uma camada de suor cobrir seu torso e escorrer por sua têmpora.

Ele era lindo. Mesmo com as cicatrizes e manchas que competiam com suas tatuagens, ele era o homem mais lindo que eu já tinha visto, e naquele momento não tive vergonha de assumir. Suas lâminas azuladas atingiram o breu dos meus olhos, como se confidenciassem segredos desconhecidos até por nós. Senti quando seus movimentos se tornaram erráticos, então aliviei o aperto do meu pau e deixei ir. Não demorou muito, senti meu sêmen atingir minha barriga, e percebi o calor em meu canal quando ele se abandonou dentro de mim.

Foi visceral.

Foi profundo.

Foi perfeito.

Jeff tombou sobre meu corpo e senti a pele pinicar com o suor que me cobria. Ele respirava pesado, e por um momento me preocupei com seu quadro pulmonar. Foi a minha vez de perguntar:

— Tudo bem?

Ele só moveu a cabeça e lambeu meu mamilo. Fiquei arrepiado e soltei o ar.

— A parte chata é que, quando acaba, tem que esperar a próxima rodada — ele murmurou, agora com o rosto contra minha axila.

— A parte boa é que podemos repetir quantas vezes quisermos, e aproveitar o intervalo para saber mais um sobre o outro.

Senti seu corpo retesar brevemente. Eu sabia que conversar não era o seu forte, mas não ia me inibir por isso.

— Por que você quer fazer isso, André? Por que comigo? — Soou como um lamento. Era impressionante como sua autoestima era quebrada.

— Você sabe por quê. 

Improvável (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora