Foi inevitável não encarar aquele corpo maravilhoso, ela continuou se tocando e eu encarando boquiaberta, paralisada, sentindo mil coisas ao mesmo tempo..
As comparações são inevitáveis, Pocah era muito menor perto dela.
- Você quer que eu te foda, tá morrendo de vontade de ter um sexo de verdade, não é?
Eu não conseguia falar nada só fiquei parada, feito uma idiota. Ela deu o primeiro passo, me senti empurrada por uma força estranha, e dei um passo também em direçãoa ela.
Helena se sentiu mais confiante e deu os três últimos passos que faltavam para estarmos tão próximas que era possível sentir seu hálito mentolado. Ela esticou as mãos e tocou meu ombros de leve, descendo para meus braços, os descruzando da frente dos meus seios. Me expondo a ela, numa lentidão ao mesmo tempo sensual e angustiante.
Meu coração batia na garganta, então ela diminuiu ainda mais a distância entre nós, me olhando nos olhos, maxilar tensionado, as narinas sutilmente dilatadas, mas a respiração dela era controlada, enquanto a minha era exaltada, exasperada.
Engoli em seco. Helena molhou os lábios na língua e tocou minha boca suavemente, meu corpo inteiro estremeceu quando senti seus dedos na minha buceta, excitada, faminta.
E foi por estremecer e suspirar que ela descolou nossas bocas bruscamente. Me olhou com os olhos semicerrados, de um para o outro, acho que na minha cara estava estampado um pavor absurdo! Senti a mão dela relaxar um pouco e Helena se afastou. Respirou muito fundo mesmo, soltando o ar pela boca de uma só vez, pegou uma muda de roupas quase que correndo e saiu do quarto, sem dizer uma só palavra.
E foi estranho porque assim que ouvi a porta da sala bater, uma música que eu não reconhecia começou a tocar, não me lembro de tê-la colocado na playlist. E também não combinava em nada com o momento do chá de lingerie!
Me usa.
Sabe quando dá vontade de chorar? Me senti assim e não pude evitar as lágrimas, aquela música malditamente romântica tocando e eu me esvaindo em lágrimas e coriza, tomei um banho rápido e vesti uma camisola de algodão e me deitei.
Foda, a música ficou repassando na minha cabeça!
"Amor, me leva faz de mim oque quiser" aquela voz triste cantava, eu realmente não me lembro de deixar essa música pra tocar.
Não consegui pregar o olho, fiquei rolando de um lado a outro horas e horas e quando ouvi o barulho da porta fiquei nervosa. Olhei no celular, quatro da madrugada. Me virei de lado, fingindo dormir, ela voltou! Mas só entrou no quarto muito tempo depois, ficou com a porta aberta, eu fingi estar dormindo, mas abri os olhos bem pouquinho e pude vê-la escorada no porta, cabeça reclinada me olhando um bom tempo, pensando em alguma coisa, então esfregou o rosto e andou até o outro lado da cama, se deitou ao meu lado sem fazer muito barulho.
- Clara . – não respondi, fiz que estava no décimo sono, então ela entrou para debaixo do lençol que me cobria e se aconchegou a mim.
Meu coração disparou, o corpo dela estava quente e podia sentir cheiro de whisky, ela passou o dedo de leve no meu cabelo, tirando-o do meu rosto, tentei manter a respiração controlada, mas tudo o que consegui foi prendê-la.
Morri quando senti seus lábios tocando meu pescoço ao mesmo tempo que seus braços me puxavam pra ela, me colocou recostada em suas pernas, minhas costas em seu peito e seu braço direito enlaçando minha cintura. Suspirou e voltou a respirar normalmente e seu braço relaxou, deixando o peso em meu corpo. E foi aquela respiração que me acalentou a alma e adormeci.
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Abri os olhos por culpa da claridade e.... bem, por causa de uma coisa me cutucando a bunda.Olhei de esguelha e era real, Helena estava ali comigo, ressonando bem baixinho, e eu com um sorrisinho bobo no meio da cara. Não dava pra ser perfeita né? Mas até aquele ronquinho baixinho a deixava sexy. O cabelo caia um pouco sobre o olho fechado e os lábios dela estavam entreabertos, tentei não fazer movimentos bruscos para descer da cama mas assim que me afastei um tantinho atoa ela me puxou com tudo me agarrando forte.
Ela continuava dormindo, mas havia parado de ressonar, tentei me afastar novamente, estava estranho aquilo ali, minha camisola mais parecia uma blusa, toda embolada acima da cintura e a mão dela sobre meu abdômen. Os dedos dela começaram a deslizar para cima, eu paralisei, meus olhos estavam pra lá de arregalados e então senti seus dedos em meu mamilo, acariciando tão delicadamente quanto se estivesse passando uma pluma.
Meus olhos já arregalados começaram a se fechar aos poucos, revirando e revirando, minha respiração presa se esvaindo de meus pulmões lentamente, a mão que outrora era delicada se fecha de uma só vez em meu seio, de repente a voz rouca de sono alcança os ouvidos e todos os pelos do meu corpo se arrepiam!
- Aonde você pensa que vai?
- Fazer xixi.
Fazer xixi? Eu disse isso mesmo? Senhor eu disse sim.
Foi mico, mas ela me soltou na mesma hora. E eu como sou muito inteligente saí correndo para o banheiro. Como um leão enjaulado (no banheiro de quatro metros quadrados), andando de um lado a outro, o que fazer? O que fazer? Não tinha nem como ligar pra Sol . Ah! O que estou pensando? A primeira coisa que aquela maluca me diria é: dá pra ela! Será que devo? Não que eu não possa, afinal de contas como diria a Lady Kate, eu tô pagando. Meu coração a mil migrou do peito pra minha garganta, começava a suar.
Banho!
Um banho frio vai resolver a situação!
E foi isso mesmo o que fiz me enfiei por inteira debaixo do chuveiro e quando saí... estava morrendo de frio e de vontade de transar com a Helena. Escovei os dentes, fiz o máximo de hora possível! Mas em algum momento precisaria sair e foi isso que fiz, saí!