Capítulo 02

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Elisa aguardava impacientemente a chegada de seu pai, observando o ponteiro do relógio mover-se em um ritmo agonizantemente lento. Cada segundo parecia se arrastar, aumentando sua irritação crescente.

— Então — ela suspirou, desviando o olhar do relógio para seu pai — Seu funcionário sempre se atrasa.

Seu pai se aproximou dela com uma expressão séria, sua voz carregada de uma mistura de repreensão e preocupação.

— Pode ser legal com ele, Ana Elisa? — Ele soltou em tom de bronca.

— Desculpa, papai — ela murmurou, sua frustração transparecendo em sua voz. Ela seria legal com ele mas sua maior preocupação ele não aparecer, dar uma desculpa para evita-la.

— Gosto do rapaz, ele é esperto, sustenta a irmã mais nova e cresceu muito rápido na empresa — seu pai continuou, tentando acalmar a tensão no ar.

— Claro, o menino de ouro — ela respondeu com um tom sarcástico, seus olhos refletindo sua impaciência crescente.

Por algum motivo, Elisa estava cada vez mais irritada. Seu pé batia contra o chão de forma frenética, um reflexo de sua agitação interna.

— Eu vou lá — ela anunciou abruptamente, já se preparando para sair.

Seu pai tentou acalmá-la, mas ela estava decidida.

Enquanto isso, na sala ao lado, Rodolfo ajustava seu paletó com precisão, como se estivesse se preparando para uma batalha. Seu olhar era frio e sério, revelando uma determinação inabalável. Ele havia tomado uma decisão: colocar uma pedra em cima da história deles, daquela única noite.

Levou um tempo considerável para que ele conseguisse controlar suas emoções após o que aconteceu naquela sala. Cada palavra, cada toque, parecia ainda ecoar em sua mente, mas ele estava determinado a não permitir que isso afetasse seu profissionalismo. Encarando a situação de frente, ele decidiu não ceder aos jogos de sedução ou aos olhares provocativos de Ana Elisa.

Com um suspiro profundo, Rodolfo endireitou sua postura e ajustou a gravata. Seu semblante era firme, indicando sua resolução em enfrentar o que quer que viesse pela frente. Ele estava determinado a manter sua compostura e foco no trabalho, deixando de lado qualquer distração que pudesse surgir em seu caminho, especialmente quando se tratava da filha de seu chefe.

— Desculpa, estava em uma ligação importante — explicou Rodolfo assim que se juntou a eles.

— Tudo bem, estávamos te esperando. Vou pagar o almoço pra vocês dois, meu melhor funcionário e minha bonequinha — disse o pai de Elisa com um sorriso carinhoso.

— Oh papai, você é um fofo — respondeu Elisa, retribuindo o gesto com um olhar afetuoso.

Os três entraram no elevador, mas por trás da aparente inocência de Elisa, havia um ar provocativo. Enquanto se encarava no espelho do elevador, ela ajustava seu batom com um gesto que poderia ser interpretado como inocente, mas que para Rodolfo, parecia uma provocação deliberada.

Quando chegaram à garagem, Rodolfo sentiu um impulso quase irresistível de sair correndo dali. Estava visivelmente agitado, e o carro que os aguardava, destinado a Eduardo e sua filha, não ajudava em nada.

— Vamos todos no mesmo carro — sugeriu o pai de Elisa.

Antes que alguém pudesse responder, Caio apareceu. Caio era filho de um dos diretores, e embora fosse esperto e esforçado, ele e Elisa não se davam muito bem desde a adolescência. Rodolfo e Caio, por outro lado, se tornaram bons amigos desde que ele entrou na empresa alguns meses atrás.

A filha do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora