Capítulo 17

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Como se fosse um vislumbre do divino, a pequena Ângela emergiu aos olhos de sua mãe,  uma manifestação celestial de olhos azuis e cabelos escuros que formavam uma auréola ao redor de seu rosto angelical. Sua mãe, uma mulher solo que enfrentava o mundo com determinação, viu naquela criança um sinal de esperança e imediatamente a nomeou Ângela.

Criada em um lar humilde e sem a figura paterna, Ângela cresceu aprendendo a força da resiliência. Trabalhava como garçonete em uma lanchonete local, onde os encontros diários com um estudante de economia, que almoçava no local todos os dias, desabrocharam em um convite para sair. Ela aceitou, encantada pela promessa de um novo começo.

Eduardo, de postura imponente e cabelos dourados, era um contraste marcante com o mundo de Ângela. Quando ela conheceu a mãe dele, a gentileza inata de Ângela a impressionou, mas não o suficiente para aceitá-la de pronto. Por amor a Eduardo, Ângela aceitou essa condição, submergindo-se em um mundo de regras e refinamento para poder estar ao lado dele.

Com uma família pequenas e feriados solitários Ângela tinha um sonho, uma família grande com muitos filhos,  porém após complicadas circunstâncias durante o parto de sua filha, Ana Elisa, que resultaram na perda da capacidade de ter mais filhos, Ângela sentiu o peso das expectativas familiares de Eduardo. A família dele não aceitava a adoção, insistindo que os herdeiros deveriam carregar o sangue dos Ravaneli.

Quando Ângela conheceu Milena, uma conexão especial floresceu entre elas. A doçura radiante de Milena a envolveu como um abraço caloroso, e aos poucos, um vínculo incomparável começou a se formar entre as duas. Era evidente que Milena também nutria um afeto genuíno por Ana Elisa

Em meio às turbulências da vida de Mina, Ângela esteve ao seu lado, oferecendo apoio e companheirismo. Passaram os dias juntas, compartilhando risadas e lágrimas, enquanto organizavam com carinho cada detalhe da festa de Ana Elisa.

Enquanto organizavam os convidados para a festa, Ângela exibiu orgulhosamente o álbum de fotos dos pretendentes para Ana Elisa, classificados de acordo com suas preferências. Mina observou o álbum com interesse antes de oferecer sua opinião.

— Posso dar um palpite? — Mina perguntou, seus olhos percorrendo as páginas.

— Claro, tem um favorito? — Ângela respondeu, curiosa para ouvir o que Mina tinha a dizer.

— Eu tenho, mas ele não está na lista — Mina respondeu, um sorriso misterioso brincando em seus lábios.

Ângela ergueu as sobrancelhas, surpresa pela revelação de Mina.

— Diga — ela instigou, ansiosa para ouvir mais.

Ângela ficou surpresa com a sugestão de Mina. Ela entregou uma foto de seu irmão, acompanhada de uma lista detalhada de suas qualidades.

— Rodolfo Vieira — Mina disse, sua voz carregada de convicção. — Ele é alto, assim como Lisa, o que os torna um par perfeito. É um rapaz trabalhador, conquistou seu cargo por mérito próprio. Monogâmico, uma qualidade rara nos dias de hoje. Não tem histórico criminal, exceto por um incidente que, na verdade, foi minha culpa. — Um sorriso triste se formou nos lábios de Mina. — Ele é inteligente, atraente, perfumado, charmoso. Gentil, teve apenas dois relacionamentos sérios e duradouros. Mas o mais importante de tudo — ela fez uma pausa dramática — é que ele não tem família.

Ângela ficou intrigada com a revelação.

— Como assim? — ela perguntou, confusa.

— Ele só tem a mim — explicou Mina. — Então, não haveria divisão nos feriados, festas de família ou problemas com sogra. Ele só tem a mim, e estarei ao lado dele onde quer que ele vá.

A filha do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora