Daniela e Malu - Memórias de Duas Leoas 🦁

Baby DamLu - Acalento

Narrador: Chegaram ao hospital e foram direto para a sala de exames, mas quando foi feita a ultrassom, não havia mais batimentos cardíacos no bebê. Ele não estava mais ali... tinha ido e junto a ti, levou a alegria de Malu e Daniela que durou apenas 3 meses.
A cantora se segurou no seu pranto porque não queria assustar Malu:

- Dam... - chorava deitada na maca, enquanto a médica tentava achar o batimento do bebê - diz que é mentira.

- Oh meu Amor... - estava ao seu lado segurando sua mão e também chorava - eu queria tanto que não fosse verdade.

- Daniela, Malu... Infelizmente, Malu sofreu um aborto espontâneo e o sangramento foi muito forte. Eu sinto muito.

As duas se desesperaram no choro e foram acalentadas por Zilma que acompanhava tudo emocionada com a situação.

Malu foi encaminhada para realizar a curetagem e depois viria para o quarto, onde Daniela a esperava para que pudessem ainda ficar no hospital até ela ter alta.
Quando a trouxeram de volta, ela estava ainda dormindo por causa da anestesia aplicada:

- Ela vai ficar bem, Dam - Zilma tentou a acalentar.

- Porque isso, Zilma? - tentava conter o choro - ela vinha tão bem com a gravidez.

- Abortos são abortos, minha cunhada. Ainda mais espontâneos. Não há muito o que explicar.

- Ela vai ficar tão triste, meu Deus - deixou algumas lágrimas caírem!

- Eu sei, mas vocês vão superar e além do mais, vocês podem tentar novamente, depois - ponderou.

- Duvido que Malu queira passar por todo o processo novamente - limpou as lágrimas no seu rosto - ela já estava muito resistente ao primeiro.

- Conversem com calma depois. Agora, ela precisa ter você por perto para superar essa perda, assim como você também.

Daniela não falou nada, só afirmou que sim com a cabeça e ficou ali fazendo um carinho nos cabelos da esposa, esperando ela acordar para lhe confortar e lhe dar muito amor.

Já era madrugada quando Malu despertou. Se sentia enjoada com os remédios que estavam no seu soro e não conseguia se mexer direito devido ao incômodo do procedimento feito:

- Dam. Amor - chamou por Daniela que estava dormindo sentada na poltrona ao seu lado.

- Oi, Amor - se levantou e veio de encontro à ela - como você está?

- Não foi mentira né? - começou a chorar.

- Não, meu Bem - alisou seu rosto - infelizmente não.

Malu se agarrou à ela e chorou, chorou muito, até Daniela lhe acalmar dizendo que foi do jeito que Deus quis. Que não era pra ser, infelizmente. Mas que poderiam tentar novamente, depois:

- Eu não quero!!! - se desesperou quando ouviu a esposa lhe falar sobre isso.

- Calma, Malu. Fique tranquila, depois conversamos sobre isso, meu amor. Só descanse.

- Não adianta que você não vai me convencer do contrário, não dessa vez - fungava o nariz.

- Tá bom, eu só quero que você descanse e fique bem! - trouxe seu rosto junto ao seu peito e ficaram consolando uma à outra.

No outro dia, a jornalista tinha tido alta e já chegava na sua residência onde seus pais, sua sogra e suas duas irmãs, além das filhas, a esperava.

- Mãe, a gente sente muito por tudo o que aconteceu e queremos dizer que estamos aqui pra qualquer coisa - Márcia falou a abraçando e recebendo o carinho de sua mãe.

- Obrigada, minhas filhas. Vocês são o que tenho mais de precioso na minha vida. Eu vou ficar bem.

- Minha filha - sua mãe lhe abraçou forte o que fez com que Malu começasse a chorar - tudo vai ficar bem. Estou aqui com você.

- Ohhhh mãe - tentava conter o choro.

- São os planos de Deus, minha filha. Não podemos ir contra Ele. Receba o meu abraço e o do seu sogro que ficou muito triste com essa situação.

- Obrigada, minha sogra. Obrigada pelo carinho de vocês - recebeu o abraço da sogra e de seus irmãs também.

Depois que foi acalentada por todos, pediu licença e subiu até o seu quarto, sendo acompanhada pela esposa que lhe preparou um banho de banheira pra que pudesse relaxar um pouco com a água morna:

- Entra. Fica aqui comigo, Daniela. Eu sei que eu estava grávida, mas você também era mãe desse bebê e precisa de acalento também.

Daniela não respondeu, em vez disso, deixou-se cair em um pranto sentido e foi tirando suas roupas pra se aconchegar em sua mulher:

- Me perdoe, me perdoe - entrou na banheira e ficou de frente pra ela ainda se lamentando.

- Você não tem culpa de nada, meu Bem - a trouxe pra dentro de suas pernas e repousou a cabeça da cantora no seu colo - nós iremos superar isso. Temos uma a outra. Nós vamos superar!
A abraçou forte e ficaram um bom tempo em silêncio, até Daniela se levantar e ajudar a outra a terminar o banho para poder descansar daquela inevitável noite.

O tempo como sempre, cura tudo! E ele foi generoso com as meninas que vinham se recuperando daquela perda. Ao longo dos dias Malu melhorou seu ânimo, assim como Daniela também. Não havia mais nada a ser feito a respeito daquela situação. Ainda tinham uma à outra como Malu disse e estavam recém casadas e poderiam aproveitar esse momento.

Depois de um mês, foram passar uns dias na casa de praia para se energizarem novamente:

- Que bom que tenho você, meu amor - beijou o topo da cabeça de Daniela que estava de costas pra ela.

- Você sempre terá a mim, Malu - se aconchegou mais à mulher que lhe abraçava.

- Saudades de você, do seu corpo, dos seus beijos... das nossas noites de amor - haviam se afastado um pouco sexualmente depois da gravidez porque passaram por aquele momento difícil.

- Eu também, estou louca pra ficar em seus braços, sentir seu corpo sobre o meu - beijaram-se com muitas saudades.

- Vamos subir... - a trouxe pela mão e subiram as escadas que dava para o quarto delas.

Se amavam com muito fogo e paixão! Como sentiram falta uma da outra. Como estavam loucas de saudades e Malu estava no colo de Daniela e essa acariciava seu corpo nu com muito tesão:

- Que saudades de você, Malu! - continuava com as carícias, fazendo a esposa murmurar alto palavras indecifráveis.

- Eu também, meu amor - conseguiu verbalizar algo correto.

- Eu te amo, eu te quero e te desejo muito - a penetrou ela ainda estando sentada no seu colo e viu sua mulher se contorcer com o prazer que recebia, chamando por seu nome repetidamente.

Chegou ao ápice e se jogou nos braços da cantora, exausta, cansada e feliz de estar ao lado da mulher que lhe completava em todos os aspectos de sua vida.