princesa

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- Vem, vem depressa, Mariana!- eu a chamo ao mesmo tempo que puxo o seu braço

- Mais devagar, Miguel, as minhas pernas são curtas, não são como as tuas. - ela fala rindo. O som dos nossos passos é abafado pelo tapete grosso e antigo do corredor .
Olho para trás e vejo os raios de sol, que entram pelas vidraças, criarem várias tons de castanhos e vermelhos, nos seus cabelos, à medida que corremos.

Ela é tão linda.

Quero chegar rápido, quero lhe mostrar o que eu fiz. Ver novamente o seu sorriso.
Quando a Mariana sorri é como se o seu rosto se  iluminasse e sempre que isso acontece o meu coração dá um pulo e eu não consigo respirar.

Já perguntei à mamã o que isso significava, se era uma coisa má, se eu estava doente, como o vovô Fernando.
Ela sorriu e disse que era uma coisa maravilhosa e que o que eu tinha não era uma doença. Eu queria saber mais, mas ela disse que quando eu for maior eu vou saber o porquê que eu sinto estás coisas quando estou com a Mariana.

- Miguel diz lá o que me queres mostrar. - ela faz beicinho .

- Não vale a pena tentares descobrir. Anda mais depressa. Estamos quase a chegar.

Paramos à porta da biblioteca, a minha divisão preferida da casa. Empurro a madeira pesada, e as portas duplas se abrem.

- Oh, que lindo Miguel!- eu estou parado a olhar para o seu rosto, para não perder nada do seu sorriso.

- Fizeste isso tudo, sozinho?- como ela é linda, parece mesmo uma fada, uma princesa -fada.

- A mamã ajudou, mas eu pensei tudo sozinho!- falo cheio de orgulho.

- Anda, vamos brincar!- eu puxo ela sua mãos. O seu toque provoca sempre pequenos choques na minha pele.

À nossa frente está um castelo feito de cartão, decorado por flores trepadeiras, assim como a figura do castelo da Bela adormecida.
Pendurando entre as estantes uma grinalda de luzinhas, piscam, como se fossem estrelas.

- Isto é como se fosse um conto de fadas!- a Mariana olha para mim e lá está outra vez o meu coração a dar pulos como se tivesse num trampolim.

- Gostas mesmo,- pergunta timidamente- a mamã ajudou a desenhar e cortar e também com as luzes mas o resto foi eu.

- Miguel é lindo, a coisa mais linda que eu já vi. Agora posso dizer que sou uma princesa e tu és o meu príncipe. - e abraça-me, coloca os seus braços ao redor do meu pescoço e imunda o meu nariz com o seu perfume.

Eu sou o seu príncipe e ela é a minha princesa.
Para sempre, assim como nas histórias encantadas.

____

Quero me mexer e não consigo, tenho as pernas presas e sinto muito calor.
Abro os olhos e não conheço o lugar.
O sol, que entra pela janela, magoa os meus olhos e faz com que a minha cabeça apareça que quer explodir.

Olho para o meu lado e vejo uma mulher, o seu corpo está despido, ouço um grunhido mas não é dela. Viro o rosto e vejo outro corpo no outro lado.

Que porra fizeste, seu filho da puta.

Pelo quarto vejo roupas espalhadas, garrafas e camisinhas usadas.

Pelo menos usei proteção.

Em cima da mesa de vidro no centro do quarto há vários saquinhos de plástico com restos de pó branco.

Olho novamente para as duas mulheres loiras deitadas na cama. Os seus corpos nus e  descobertos, sem pudor, não podiam ser mais diferentes do corpo que eu desejo.

Sempre procurei esquecer-la usando mulheres o mais diferente possíveis. Já era doloroso suficiente deseja-la a todos os momentos e não a ter.

Mas a verdade é que eu a imaginava no lugar dessas mulheres para assim poder gozar.

O toque do meu celular, quebra o silêncio e as duas garotas começam a despertar.

- Sim, mãe?- pergunto ao atender a ligação.

- Miguel, querido, a onde estás, não dormiste em casa!- a D.Silvia pergunta. A minha mãe é a mulher mais maravilhosa que eu conheço. Tem um coração do tamanho do mundo. Nenhuma outra mulher era capaz de pegar ao colo, acarinhar e amar a filha da pessoa que a mais fez sofrer.

Mas a verdade é que ela ama aquela garota como se fosse sua filha. O que ela diria se soubesse o que eu já lhe fiz o que eu desejo lhe fazer?

- Dormi em casa de uns amigos! - respondo a sua pergunta, mas nem.eu mesmo sei a onde estou.

- Vens almoçar? É que convidei o James.- só em ouvir o seu nome o meu sangue ferve e eu vejo tudo vermelho.

Eu pensava que era meu amigo, o meu melhor amigo. Ele sabia do meu tormento, do que aquela garota me causava, ele estava lá em cada bebedeira a onde eu me descontrolada e acabava por falar dela.
Mas mesmo assim ele se deixou apaixonar por ela.

Ela é minha.

Ele e eu podíamos dividir outras garotas, até mesmo Raquel a gente divida. Mas ela nunca, ela é minha. Só de imaginar que outra pessoa a pode tocar eu fico fora de mim. Mas ele tinha que desejar.

A história volta-se a repetir

- Miguel, filho, estás a ouvir?- D. Sílvia fala  do outro lado.

- Não sei se vou. - respondo friamente.

- Miguel o se passa contigo, meu bem? Já não falas comigo e andas estranho. É por causa da Mariana?- a minha mãe pergunta a medo.

- Não tenho nada D. Sílvia. É só cansaço do estágio, o pai está a apertar comigo. É só isso.- minto

- Miguel...- a minha começa a falar

- Mãe agora tenho que desligar, depois falamos. Se der para ir ao almoço eu vou. - respondo sentindo-me culpado pela forma que falei com ela.

Desligo o aparelho e olho por fim para as duas garotas na cama.
Elas olham para mim. O seu corpo à mostra, seios pequenos, barrigas chapadas,  quadris esteiros, pernas compridas e magras e bucentas lisinhas. Todo nelas é puro tesão. Mas não para mim.

Eu anseio por outro corpo, um corpo com seios fartos e pesados, quadris largos que enchem as minhas mãos, coxas grossas, pele cheirosa e uma buceta que tem o melhor gosto que eu já provei.

Só de me lembras do corpo dela, o meu dá sinal. É como se o corpo da garota fosse o meu afrodisíaco pessoal.

É mamã, afinal o que eu sinto pela Mariana é uma doença. É a porra de uma obsessão que me consome a minha alma.

Eu não sou a porra do seu príncipe eu sou o seu vilão. E ela não é a princesa ela é a minha destruição.
Assim como disse a puta da sua mãe






Filha Da OutraOnde histórias criam vida. Descubra agora