cobrança

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Evitar o Miguel e a Raquel até foi fácil já que eles saíram novamente. Mas evitar as lembranças de nós dois juntos foi impossível.
Cada vez que fechava os olhos ou via o meu reflexo ao espelho a visão do seu olhar cafajeste entre as minhas coxas tomava conta da minha mente e corpo.

Não posso negar que adorei as sensações que ele causou. Mas não posso me entregar novamente, tenho que me afastar. É perigoso demais não está em jogo somente o meu corpo o meu coração está igualmente, senão mais, em perigo. E eu sei que não tenho forças para lutar contra aquilo que sinto quando estou perto do Miguel.

Farta de me esconder nas sombras revolvo sair. Decido ir á livraria, talvez encontre algum livro que me cative e me envolva o suficiente para me acalmar a mente.

Horas depois não encontrei nenhum livro que me chamasse a atenção mas a vontade de voltar para casa é pouca. Por isso vou até ao centro e aproveito para tomar um sorvete numa esplanada e telefonar para a Bianca. Ponho a conversa em dia, mas não lhe conto o que aconteceu, nem sei como começar o assunto, acho que estou demasiada envergonhada.
Mas no final até consigo me distrair e respirar um pouco.

Mas não posso ficar aqui para sempre.
Levanto-me fecho os olhos repiro fundo pego na minha bicicleta e volto para casa.

Boas notícias. Não encontro ninguém quando chego á mansão. Os meus avós saíram para irem ao mercado, os senhores ainda não voltaram e nem sinal do Miguel nem da cobra da Raquel.

Um sorriso aparece na minha face, enquanto entro no meu quarto.
Mas rapidamente desaparece.

Um Miguel muito zangado está sentado na minha cama com as costas encostada á cabeceira. O seu olhar não esconde sua raiva.

- Onde porra andaste?- Miguel não esconde a raiva.

- Não tens nada a ver com isso! - respondo cheia de coragem.

- Ratinha, ratinha não brinques comigo! Enquanto o James andar por aí não sais de casa. - está explicado o seu estado. Ele ainda não tinha tocado no assunto.

- Brincar contigo é a última coisa que quero. - sussurro

- Só agora é que comecei a brincar contigo e nem comecei de verdade. - se já fiquei toda marcada imagino como vou ficar quando a nível de brincadeira aumentar.

- Encontra outro brinquedo porque este já está cansado. - nem sei se ele é capaz de ouvir aquilo que digo de tão baixo que falo.

Rápido como uma sombra o Miguel envolve o meu pescoço com a mão e empurra-me contra a parede.

- Eu é que digo quando e como brinco contigo, ratinha. És minha para fazer o que quiser contigo. Se me dá a vontade de te foder posso faze-lo onde e como quiser.- fala pausadamente ao meu ouvido antes de sugar o meu lobo da orelha. O que me causa um arrepio que desce pelas costas e se concentra no meu baixo ventre.

- Não és meu dono. - respondo com dificuldade

- Não foi isso que eu senti na minha língua ontem.- começo a sentir um calor no rosto

- Ainda sinto o teu sabor na boca- diz ao lamber minha do pescoço.

- Não pode voltar a acontecer o que aconteceu ontem. - sinto o rosto vermelho.

Filha Da OutraOnde histórias criam vida. Descubra agora