Destinados ao que parece ser um eterno desencontro, Samantha Wilson e Matthew Grant são duas almas que vagam pelo mundo na ininterrupta busca de sempre voltarem um para o outro - mesmo que eles não tenham consciência disso. Ainda.
Condenados a conv...
Eu nasci doente, mas adoro isso Ordene-me que eu me cure Ah, amém, amém, amém Take Me To Church - Hozier
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
MATTHEW GRANT
LOS ANGELES, CA 18.02.2023 07:57 AM
As rugas de preocupação no rosto do meu melhor amigo é a primeira coisa que vejo, assim que adentro a cozinha.
Flynn encara o próprio prato de comida com os ombros curvados de cansaço e nem mesmo ergue o olhar para me encarar assim que eu o cumprimento. Franzo a testa, antes de pegar um pouco do café e me sento ao lado dele, começando a me preocupar com seu silêncio.
Ele não estava normal.
Desde ontem, Flynn não estava normal.
— Está tudo bem? — pergunto e ele dá de ombros.
— Estou bem.
Eu continuo o encarando.
— O que está acontecendo?
Ele ergue a cabeça para me encarar.
— Por que você acha que acontecendo alguma coisa?
— Porque, você está quieto. Quieto demais.
— Sou assim todos os dias.
— Está encarando esse prato há mais de um minuto sem sequer tocar na comida, Flynn. O que está acontecendo?
— Não está acontecendo nada.
— Cara, eu te conheço. Por que não me fala a verdade?
— Estou ótimo. Nunca estive tão bem em toda a minha vida.
— Vai insistir mesmo nessa mentira esfarrapada?
— Bom, e você vai mesmo continuar fingindo que tudo isso aqui não parece errado? — ele deixa escapar.
— O que é errado?
— Ah, qual é... não finja que não percebeu.
Eu olho para ele, confuso.
— Do que você está falando, Flynn?
— Estou falando da minha irmã trazer um desconhecido para morar na nossa casa. — ele sussurra, claramente aborrecido — Quer dizer, quem é essa cara, afinal das contas? — abro a boca para responder mas ele se adianta — Tem apenas um dia que ele está aqui e já está agindo como se estivesse em casa! Na nossa casa. Não dele. Vai me dizer que também não se incomoda com um completo estranho morando aqui?
— Ele não é um estranho pra sua irmã, Flynn. — tento explicar.
— E isso dá a ela o direito de trazê-lo para morar aqui? Na nossa casa? Ele pode não ser um estranho para a Sam, mas é um estranho para mim. Eu não o conheço. Não sei o que ele quer com a minha irmã. E ela não perguntou para ninguém se estava tudo bem se ele dormisse na porra do nosso sofá, Matthew. Ela apenas o trouxe para cá sem qualquer aviso.