Destinados ao que parece ser um eterno desencontro, Samantha Wilson e Matthew Grant são duas almas que vagam pelo mundo na ininterrupta busca de sempre voltarem um para o outro - mesmo que eles não tenham consciência disso. Ainda.
Condenados a conv...
Mas quando você me contou toda a história, tive vontade de vomitar Pude ver no seu rosto, foi difícil Deixou um gosto ruim na sua língua
E ela nem usou drogas Ela chovia o dia todo, mal podia esperar o sol brilhar E você fez brilhar Lá quando ela chorou, você salvou a vida dela Daddy Issues (feat. Syd) - The Neighbourhood
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SAMANTHA WILSON
LOS ANGELES, CA WESTWOOD VILAGE, EM CASA 13.02.2023 10:11PM
Eu tinha 13 anos quando eu acreditei genuinamente que eu fosse morrer pela primeira vez.
De vez em quando, eu ainda fecho os olhos e me pego relembrando exatamente de como aconteceu. Eu estava deitada na minha cama, tentando pegar no sono e escutei a porta se fechar. A princípio, achei que era só o vento, então, eu ignorei aquele pressentimento e voltei a fechar os olhos.
Mas aí, a segunda coisa que eu ouvi foram os passos seguidos dos gemidos dele.
Meu coração havia acelerado, juntamente com meu estômago embrulhado e as respirações ofegantes que ressoavam pelo meu quarto, estavam ficando tão altas que eu arrisquei olhar para trás, para ver o que estava acontecendo. No entanto, foi a pior decisão que eu tomei naquele dia.
Eu me arrastei na direção oposta da minha cama e gritei assim que realmente ovi. O namorado da minha mãe se masturbava enquanto me olhava e tudo aquilo havia sido um choque muito grande a primeira vista. Ele movia sua mão, chamando pelo meu nome repetidas vezes e eu gritava para que ele saísse.
Quando ele começou a se aproximar da minha cama, eu saí correndo na direção da porta para gritar pela minha mãe e o desespero parecia aumentar a medida que eu escutava suas risadas. Quando percebi que a porta estava trancada, eu estava empenhada a fazer o maior escândalo que eu conseguisse para, enfim, sair daquele lugar.
Mas aí, eu senti um objeto frio, ser apontado para a minha nuca. E aquela... aquela foi a primeira vez que eu achei que fosse morrer.
Eu era uma criança.
Hoje eu entendo isso.
Entendo que na noite seguinte e na depois dessa, todas as vezes em que eu fui o alvo daquela arma, eu nunca corri o risco de realmente morrer.
Ao invés disso, eu comecei a querer morrer.
Acolhi aquele sentimento de desespero de tal modo que a única solução que eu vi em meio a todo aquele pesadelo foi essa. A de querer morrer.
