Destinados ao que parece ser um eterno desencontro, Samantha Wilson e Matthew Grant são duas almas que vagam pelo mundo na ininterrupta busca de sempre voltarem um para o outro - mesmo que eles não tenham consciência disso. Ainda.
Condenados a conv...
E eu ouvi falar de um amor que vem uma vez na vida E eu tenho certeza de que você é esse amor meu Dandelions - Ruth B
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MATTHEW GRANT
LOS ANGELES, CA PRAIA DE SANTA MONICA 24.02.2023 05:57 PM
Eu ainda me lembro exatamente do dia em que eu descobri que era apaixonado por ela.
O ano era 2013 e ela estava sentada na frente do piano do seu avô. Flynn e eu treinávamos alguns passes na porta de sua casa e o meu melhor amigo não parava de falar sobre o seu encontro com uma das garotas mais bonitas do nosso colégio.
Eu não me lembro ao certo o que Flynn tanto falava sobre a tal líder de torcida. Apenas me recordo que, em dado momento, parei de escutar o que ele falava porque eu só conseguia me concentrar na voz dela.
Samantha parecia determinada a aprender aquela música já fazia algum tempo, e eu sempre tentei me manter distante pela insistência de Flynn em "viver o momento que era o colégio" mas, naquele dia em específico, quando Flynn resmungou que estava morrendo de fome e a interrompeu no meio da música, foi inevitável ignorar a curiosidade de querer ouvi-la de perto.
A irmã do meu melhor amigo tinha pouco mais do que 12 anos na época, mas o seu talento já era notável mesmo nessa idade. E apesar de preferir ocultar sua vocação com a música para todo o resto do mundo, essa era uma parte de sua vida que ela sempre se destacou mais. Meu melhor amigo odiava isso, é claro.
Samantha sempre nos seguia para onde quer que fôssemos, cativando as pessoas ao nosso redor e já naquela época, eu sabia o motivo. Aprendi a identificar o sinais de interesse assim que Flynn e eu entramos no colégio e eu sabia que com ela, aqueles mesmos sinais estavam sempre presentes.
E eu também sabia o quão perigoso era me manter por perto e alimentar sentimentos que poderiam machuca-la no futuro, mas, ainda assim, eu não conseguia evitar. Havia algo que ela tinha que me fazia querer estar perto. E por mais que eu tentasse me convencer de que com o tempo eu encontraria uma maneira de afastá-la sem que isso a machucasse, naquela tarde, há dez anos atrás, eu percebi que já era tarde demais.
A irmã do meu melhor amigo estava tocando piano e a medida em que ela cantava aquela música olhando nos meus olhos, percebi que já era tarde demais para me afastar sem que isso a machucasse. Eu sabia que qualquer medida que eu tomasse a partir daquele momento, partiria seu coração. Mas ao invés de ficar assustado por causa disso, eu me vi ainda mais assustado com a ideia de perder aquilo. De perdê-la por puro medo.
