Capítulo 13

527 26 0
                                    

Rebeca Silva.

Eu ainda conseguia sentir o gosto salgado do mar em meus lábios quando fechei os olhos, relembrando aquele momento mágico em Búzios.

O sol se pondo no horizonte, as ondas suaves quebrando contra nossos corpos enquanto nos entregamos ao calor do momento. O beijo com o Fraga tinha sido tão intenso, tão cheio de promessas e emoções que eu mal conseguia acreditar que tinha acontecido de verdade.

Mas desde aquele momento, as coisas entre nós haviam mudado.

O Fraga se afastou, tornou-se mais distante, e mesmo que eu tentasse me aproximar, ele parecia sempre escapar de mim.

Talvez tenha sido o medo, o medo de se envolver demais, o medo das consequências de nossos sentimentos.

Ou talvez tenha sido apenas uma ilusão, um breve momento de conexão em meio ao caos de nossas vidas.

Enquanto eu me perdia em pensamentos, fui abruptamente interrompida pelo som insistente da campainha. Com o coração acelerado, fui até a porta e me deparei com policiais uniformizados do lado de fora.

Um dos policiais se aproximou de mim, seu rosto sério e determinado.

— Rebeca Silva? - Perguntou ele, consultando uma pasta em suas mãos.

Beca: Sim, sou eu! - Respondi, lutando para manter a compostura apesar da torrente de emoções que estava sentindo.

— Desculpe incomodar, senhorita, mas precisamos conversar com você sobre alguns assuntos relacionados ao tráfico de drogas no Complexo da Penha!

Eu engoli em seco, tentando processar o que estava acontecendo. Minha mente girava em círculos, tentando encontrar uma explicação para tudo isso.

— Estamos investigando as atividades criminosas no morro, e sabemos que seu irmão Hugo Silva, conhecido como Hg, e seu pai Maurício Silva, conhecido como Mauê, estão envolvidos com o tráfico de drogas! - Disse outro policial, sua voz séria e implacável.

Beca: Eles são traficantes? - Perguntei, mal conseguindo articular as palavras.

O policial assentiu, confirmando minhas piores suspeitas.

— Eles trabalham para o dono do morro, Pedro Fraga, conhecido como Fraga.

A notícia atingiu-me como um soco no estômago, deixando-me tonta e sem fôlego, eu mal conseguia acreditar no que estava ouvindo.

Meu próprio sangue, minha própria família, envolvidos nisso.

Beca: Mas eu não tenho informações sobre eles, eu não tenho contato com eles! - Protestei, as lágrimas começando a escorrer pelo meu rosto.- Eu juro, eu não sabia de nada disso.

O policial olhou para mim com desconfiança, suas sobrancelhas franzidas em desconfiança.

— Vamos ver sobre isso. Primeiro, precisamos verificar sua ficha criminal e realizar algumas investigações.

Eles puxaram minha ficha, verificando cada detalhe enquanto eu assistia impotente, quando viram que não havia nada, explicaram que eu deveria sair da casa e deixar a moto que eu tinha, enquanto eles investigavam se ela não tinha sido comprada com o dinheiro do tráfico.

Beca: Não, vocês não podem fazer isso, eu paguei com o dinheiro do meu trabalho, do meu salão! - Gritei, lutando contra o desespero que ameaçava me engolir inteira.

Mas eles não me ouviram, e eu fui forçada a fazer minha mala com algumas roupas e sair da casa que eu tinha construído com tanto esforço. Liguei para Mel soluçando ao telefone enquanto explicava o que tinha acontecido.

Vida RasaOnde histórias criam vida. Descubra agora