Capítulo 07

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Pedro Fraga.

Abri meus olhos e vi que tava no meu quarto, procurei o meu celular em algum lugar da minha cama, logo achando. Olhei o horário e eram 5:30 da manhã, era segunda-feira, o baile do meu aniversário no sábado foi um sucesso, não peguei ninguém pois queria aproveitar.

Passei o domingo mais tranquilo, fiz um churrasco e comemorei só com a família mesmo, só lazer. Levantei e fui pro banheiro, fiz minha higiene pessoal, quando terminei, parei na frente do espelho ainda com a toalha na cintura e fiquei me admirando.

Minha tatuagem favorita é uma representação de uma águia no peitoral, eu admiro a águia por sua força, coragem e capacidade de voar alto. Além disso, a arte da tatuagem em si é algo que me atrai.

Logo fui até meu armário, vesti um conjunto da seleção da inglaterra, calcei uma kenner e fui até o quarto do Miguel, acordei o mesmo, mandei ele ir tomar banho e vesti o uniforme. Desci pra fazer o café da manhã dele, e preparei a lancheira, logo ele já tinha se alimentado e tava pronto.

Fomos até o carro, desci até o começo do morro, deixei ele no colégio e fui pra boca.

Fraga: Bom dia família! - Disse assim que entrei, vendo todos ali

Hg: Bom dia! - Anotava algumas coisas nos cadernos.

Cerol: Eae irmãozinho, mais um carregamento foi interceptado!

Fraga: Ah Cerol, não me fala isso uma hora dessa não!

Cerol: É sério chefe!

Mauê: Quer? - Eu assenti vendo ele terminar de fazer um balão.- Ele se levantou do sofá, me entregando.- Cê tá precisando!

Fraga: Aí Cerol, liga pra o filho da puta do Oliveira, manda ele vim aqui, eu quero conversar com ele! - Acendi o balão.

Cerol: Jaé, chefe! - Pegou o celular e saiu da salinha.

A primeira vez que eu topei com o Oliveira foi numa daquelas noites movimentadas do morro, eu devia ter uns 20 anos na época, ainda era um moleque no jogo, mas já tava começando a mostrar serviço. Tava na boca, fazendo o meu trampo, quando vejo um cara todo engravatado descendo do carro e vindo na minha direção.

Eu pensei: "Quem é esse otário?" Mas aí ele veio com aquela lábia de polícia, falando que queria uma parceria, que podia garantir a proteção do meu território em troca de uma graninha. Eu sabia que era arriscado, mas a oferta era boa demais pra recusar.

Aos poucos, fui conhecendo o Oliveira, vi que ele era um policial da pesada, daqueles que não tinha medo de sujar as mãos. E a parceria deu certo, mano, ele mantinha os outros porcos longe do meu morro, e eu mantinha a grana rolando pra ele.

O tempo foi passando, e eu percebi que o Oliveira era um dos meus caras de confiança, daqueles que não ia me dar um tiro pelas costas, ele sempre foi leal, nunca me deu motivo pra desconfiar.

Até hoje, a gente mantém essa parceria firme e forte, mesmo com toda essa pressão da polícia lá de cima, mas agora ele tava fudendo meu morro.

Depois de 40 minutos, o Oliveira chegou.

Fraga: Coé Oliveira, precisamos ter uma conversa séria sobre a proteção da polícia aqui no meu morro, tenho notado que as minhas drogas estão sendo interceptadas com mais frequência ultimamente.- Falei assim que ele entrou.

Oliveira: Calma aí, Fraga, estamos fazendo o nosso melhor para proteger o seu território.- Se sentou de frente pra mim.- Mas você sabe como é, a pressão tá grande lá de cima.

Fraga: Não me venha com caô, eu pago uma fortuna para ter a minha mercadoria protegida, e não estou vendo resultados.- Enchi um copo de whisky e entreguei pra ele.- Se isso continuar assim, vou começar a procurar proteção em outro lugar.

Oliveira: Olha, Fraga, você sabe que estamos na mesma barca, se o seu negócio vai mal, o meu também vai.- Bebeu o Whisky.- Vou falar com os caras lá em cima e garantir que a proteção seja reforçada.

Fraga: Espero que sim, porque se eu descobrir que você está me traindo ou fazendo jogo duplo, você vai se arrepender amargamente.

Oliveira: Relaxa, Fraga, eu não sou maluco de te trair, você sabe que eu sou da sua confiança.

Fraga: Espero que sim, porque se algo der errado, não vai ter perdão.

Oliveira: Tenho uma suspeita de que pode haver um vazamento de informações aqui do morro.

Fraga: Como assim, vazamento de informações? Você tá dizendo que tem algum traidor entre os meus?

Oliveira: É isso mesmo, Fraga, pensa comigo, o carregamento de drogas do seu morro está sendo pego com uma frequência muito alta ultimamente, e isso não pode ser coincidência.

Fraga: Porra, não acredito que tem um rato no meu próprio quintal!

Oliveira: Eu sei que é foda, mas eu vou investigar a fundo essa parada, vou me infiltrar e tentar descobrir quem é o filho da puta que tá passando informações pra polícia.

Fraga: Você faria isso por mim?

Oliveira: Claro que sim, Fraga, cê sabe que nossa parceria é forte, e não vou deixar ninguém te foder assim. Vou descobrir quem é o traidor e te passar todas as informações.

Fraga: Valeu, Oliveira. Confio em você, irmão, e se descobrir quem é o traidor, pode ter certeza que eu mesmo vou cuidar dele.

Oliveira: Pode deixar Fraga, eu não vou descansar até resolver essa parada, tamo junto nessa! - Fez o toque comigo e saiu.

Tem um filho da puta entre os meus..

Marcelo Oliveira | 28 anos
(Oliveira)

Marcelo Oliveira | 28 anos(Oliveira)

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