Pedro Fraga.
Aquela situação era completamente desconfortável. Ali estava eu, confrontado pela Kathlyn.
Eu estava furioso, perplexo com a audácia dela em se comportar como se fosse algo mais do que apenas uma transa passageira.
Fraga: Você está maluca, Kathlyn! - Eu gritei, minhas mãos cerradas em punhos de raiva.- Tudo o que fizemos foi transar, não é possível que você tenha se apaixonado tanto assim por... isso.
Ela me olhou com olhos cheios de lágrimas, como se esperasse que eu dissesse algo diferente, algo que a consolasse e a confirmasse como minha parceira.
Mas eu não podia fazer isso, não havia espaço para sentimentos em meu mundo, especialmente não os sentimentos de amor e compromisso que ela parecia esperar de mim.
Fraga: Não somos nada, Kathlyn! - Continuei, minha voz dura e cortante.- Você não é minha mulher, nem aqui e nem na puta que pariu. Você precisa entender isso e seguir em frente.
Ela soluçou as palavras cortando profundamente em sua alma, mas eu não podia me dar ao luxo de me sentir culpado, eu precisava ser firme, deixar claro que nossos momentos juntos não significavam nada além de prazer passageiro.
Kath: Eu... eu pensei que éramos especiais! - Ela murmurou, suas palavras mal conseguindo atravessar o nó em sua garganta.
Eu balancei a cabeça, meu coração endurecido pela vida nas ruas.
Fraga: Você pensou errado agora, vá embora daqui, eu não quero mais ver você por perto.
Ela se afastou, as lágrimas escorrendo por seu rosto enquanto ela se dirigia para longe de mim, minha atenção logo foi desviada quando percebi que a Beca tinha sumido da minha vista, corri pra procurá-la.
Ali estava eu, na rua da casa da Mel, quando a vi. A Beca estava quase chegando em casa, mas algo dentro de mim me impulsionou a ir atrás dela, a explicar a verdade, mesmo que isso significasse expor minhas vulnerabilidades.
Fraga: Beca! - Chamei, correndo em sua direção enquanto a chuva começava a cair, seus cabelos escuros se molhando sob a fina película de água que começava a cobrir tudo ao nosso redor.
Ela se virou para mim, os olhos cheios de desconfiança e incerteza.
Beca: O que você quer, Fraga? - Respirei fundo, tentando encontrar as palavras certas para expressar o que estava sentindo.
Fraga: Eu preciso te explicar, Beca, tudo aquilo com a Kathlyn, foi uma mentira, eu não tenho nada com ela, de verdade. - Ela franziu o cenho, claramente cética em relação às minhas palavras.
Beca: E por que eu deveria acreditar em você agora? - Eu a encarei nos olhos, a seriedade em meu olhar refletindo a honestidade das minhas palavras.
Fraga: Porque é a verdade, Beca. Eu nunca mentiria para você.- Ela pareceu considerar minhas palavras por um momento, seus lábios franzidos em uma expressão pensativa.
Beca: Eu não quero sair mal falada pelo morro, Fraga, não quero ser conhecida como amante de traficante.
Fraga: Eu entendo! - Disse rapidamente, meu coração apertando com a ideia de Beca sendo julgada por algo que não era verdade.- E eu juro para você, nunca vou deixar que isso aconteça!
De repente, uma rajada de vento frio nos atingiu, a chuva se intensificou ao nosso redor, a Beca olhou para mim, seus olhos escuros brilhando.
Beca: Vem, vamos entrar, você vai ficar gripado se ficar nessa chuva!
Ela pegou as chaves do portão do bolso e abriu, me convidando para entrar. Sentamos na sala, os olhares ainda cautelosos, mas havia uma centelha de esperança em seus olhos.
Fraga: Beca, eu sei que errei, mas eu juro que não tenho nada com a Kathlyn.
Beca: Eu não sei, eu preciso confiar em você.
Fraga: Eu entendo e eu prometo, nunca vou mentir para você.
Beca: Você tem que me prometer uma coisa.
Fraga: Qual é?
Beca: Que nunca vai me fazer passar por isso de novo.
Fraga: Eu prometo, nunca vou te machucar.- Ela sorriu.
Eu a vi levantar para ir tomar um banho, e meu coração acelerou com a perspectiva de vê-la novamente. Quando ela saiu do banheiro, ela me entregou uma toalha e me instruiu a fazer o mesmo para evitar pegar um resfriado. Eu agradeci, indo para o banheiro enquanto ela voltava para o quarto.
Quando saí do banho, vestindo apenas uma toalha ao redor da cintura, fui até o quarto onde Beca estava dormindo na casa da Mel. Minha respiração ficou presa em minha garganta quando a vi deitada na cama, usando um baby doll de renda que realçava cada curva de seu corpo.
Fraga: Porra, Beca! - Murmurei, incapaz de desviar meu olhar de sua figura tentadora.- Você não facilita as coisas para mim, não é?
Ela sorriu, um sorriso travesso brincando em seus lábios.
Beca: Eu poderia dizer o mesmo de você, só de toalha? Você está tentando me enlouquecer? - Eu me aproximei da cama, meus olhos famintos traçando cada contorno de seu corpo.
Fraga: Se estou tentando te enlouquecer? Talvez. Mas admite, você gosta! - Ela riu, um som suave que ecoou pelo quarto.
Beca: Talvez um pouco! - Ela admitiu, seus olhos brilhando com desejo.- Mas você ainda tem muito a provar!
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Vida Rasa
FanfictionComplexo da Penha - Rio de Janeiro. Em Vida Rasa, mergulhe na vida tumultuada de Pedro, vulgo Fraga, um cafajeste que se vê enredado em amores intensos. Entre traições e conflitos, ele busca redenção, mas será que seu coração superficial pode encont...