Pedro Fraga.
Eu estava sentado em uma pequena cela, olhando pela janela de grades enquanto alguns detentos passam pelo corredor.
— Ei, Fraga! Você tem direito a uma ligação - Me levanto rapidamente.
Fraga: É sério? Beleza, me dá o telefone.
O guarda me entrega o telefone e eu disco o número do celular descartável do Cerol, indo pra o canto na cela.
Cerol: Alô?
Fraga: E aí, Cerol! É o Fraga. Tô na merda aqui, mano.- Falei o mais baixo possível.
Cerol: Porra, Fraga já fazem 3 dias, cê tá onde?
Fraga: No Bangú, fui pego pela polícia, os caras me encaixaram aqui.
Cerol: Caralho, e agora?
Fraga: Olha, preciso que você e o Mauê assumam a gerência das lojinhas lá no morro. O Hg vai ficar no comando da boca.
Cerol: Entendi, chefe e o Miguel?
Fraga: O Miguel vai ficar na tua responsa, Cerol. Cuida bem dele!
Cerol: Pode deixar, Fraga. Vou cuidar do moleque como se fosse meu.
Fraga: Beleza. E olha, no interrogatório eles me perguntaram sobre a Beca, eu neguei até o fim.
Cerol: Firmeza, mano. Nós vamos dar um jeito nisso.
Fraga: Preciso da tua ajuda durante esse tempo, Cerol. Minha pena foi mais de 15 anos, mas eu vou dar um jeito de sair daqui.
Cerol: Tamo junto, pode contar comigo!
Fraga: Jaé, e fica ligado, Cerol. Tô desconfiando de geral, quase ninguém sabia que eu tava no postinho antes de ser preso.
Cerol: Pode deixar, vou ficar esperto.
Fraga: Tá certo. Vou entrar em contato em breve. Tô negociando umas coisas aqui dentro.
Cerol: Firmeza, Fraga.
Desliguei o telefone e entregando ao guarda, voltando para sua cela.
O presídio era um lugar sujo, abafado e cheio de sombras, o ar era pesado, impregnado com o cheiro de suor e cigarro, as celas eram pequenas e escuras, e os detentos circulavam pelos corredores com olhares desconfiados, cada um cuidando de seus próprios interesses.
Era um ambiente hostil, onde a lei era ditada pelos mais fortes e os mais espertos.
No horário do almoço, um guarda se aproximou da minha cela.
— Fraga, hora do almoço. Vem comigo até a enfermaria.
Fraga: Enfermaria? Mas eu não tô me sentindo mal, por que eu deveria ir até lá?
— Não é questão de escolha, é ordem. Vem.
Fiquei confuso, o meu coração batia forte no peito, enquanto eu tentava imaginar o motivo da convocação.
Ao chegar à enfermaria, me deparei com uma cena surpreendente, lá estava Oliveira, um misto de surpresa e desconfiança se misturou em meus pensamentos enquanto nos encarávamos em silêncio por alguns segundos.
Oliveira: E aí, Fraga. Sentiu minha falta?
Fraga: O que você tá fazendo aqui, Oliveira? Pensei que nunca mais ia te ver.
Fraga: O Cerol me mandou aqui, as coisas mudaram, meu amigo. E precisamos conversar sobre alguns assuntos importantes.
Fraga: Como assim?
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Vida Rasa
FanfictionComplexo da Penha - Rio de Janeiro. Em Vida Rasa, mergulhe na vida tumultuada de Pedro, vulgo Fraga, um cafajeste que se vê enredado em amores intensos. Entre traições e conflitos, ele busca redenção, mas será que seu coração superficial pode encont...