Capítulo 18

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Rebeca Silva.

Enquanto estávamos lá, deitados na cama, ainda recuperando o fôlego após o sexo ardente, nossos lábios se encontraram em um beijo suave e apaixonado.

Por um momento, tudo parecia perfeito, até que fomos interrompidos pelo som da voz da Mel ecoando pela porta.

Mel: Rebeca, tá em casa!? - Ela gritou, tentando abrir a porta.

Um arrepio de pânico percorreu meu corpo enquanto eu me levantava apressadamente, buscando minhas roupas espalhadas pelo chão.

O Fraga, com uma agilidade surpreendente, vestiu apenas uma cueca, pegou seu celular e pulou pela janela, me deixando perplexa com sua repentina fuga.

Beca: Caralho, Fraga, onde você tá indo!? - Gritei, mas ele já havia desaparecido.

Com um suspiro resignado, continuei a me vestir, tentando controlar os nervos enquanto a Mel continuava a tentar abrir a porta. Finalmente, eu estava pronta quando ela conseguiu abrir, revelando uma expressão preocupada em seu rosto.

Mel: Beca, o que aconteceu? Você está bem? - Ela perguntou, sua voz cheia de preocupação.

Eu forcei um sorriso, tentando parecer calma apesar da confusão que reinava em minha mente.

Beca: Estou bem, Mel. Só um pouco cansada! - Menti, desviando o olhar.

Ela franziu o cenho, claramente desconfiada.

Mel::Você falou com o Fraga? Ele estava aqui? - Ela questionou, seu tom de voz se tornando mais sério.

Decidi manter minha mentira, não querendo preocupar ainda mais minha amiga.

Beca: Não, eu não falei com ele e não quero vê-lo nem pintado de ouro! - Respondi, tentando soar convincente.

Mel suspirou, parecendo resignada.

Mel: Tudo bem, se você diz. Mas se precisar de alguma coisa, estou aqui para você, tá bom? - Ela disse, colocando uma mão reconfortante em meu ombro.

Eu assenti, grata por ter uma amiga como ela ao meu lado.

Beca: Obrigada, Mel. Boa noite! - Desejei, vendo-a sair em direção ao banheiro para tomar um banho e descansar para o trabalho do dia seguinte.

Com um suspiro de alívio, fechei a porta atrás dela e me permiti relaxar um pouco, refletindo sobre os eventos tumultuados daquela noite.

Apesar de tudo, uma coisa era certa, a vida ao lado do Fraga nunca seria monótona.

A bagunça no quarto era evidente, resultado da paixão selvagem que compartilhei com o Fraga momentos antes.

Decidi então arrumar as coisas, afastando lençóis amassados e roupas espalhadas pelo chão, enquanto deixava minha mente processar os eventos da noite.

Finalmente, com o quarto organizado, me joguei na cama e peguei meu celular, procurando por uma distração para meus pensamentos agitados.

De repente, uma mensagem de um número desconhecido chamou minha atenção.

— E aí, beleza? [23:45]

Fiquei intrigada com a mensagem, mas decidi responder.

Beca: Quem é? 🤨 [23:46]

A resposta veio rapidamente.

— Sou eu, Fraga. [23:45]

Meu coração deu um salto em meu peito ao ver seu nome na tela.

Beca: O que você quer? 🙄 [23:48]

Fraga: Desculpa ter saído assim, tive que dar o fora de uma situação complicada. Encontrei o Cerol e tive que inventar uma história maluca pra escapar ileso. 😅  [23:50]

Fraga: Ele me levou pra casa e agora tô na boca resolvendo umas paradas, o Miguel tá aqui comigo, comendo um miojo. [23:50]

Beca: Tudo bem, só não suma assim de novo. [23:52]

Fraga: Pode deixar, amanhã passo no seu trabalho pra dar um dinheiro pra pílula do dia seguinte, só por precaução. [23:53]

Beca: Tá, obrigada. ❤️ [23:54]

Fraga: Vou f1 na laje e levar o Miguel pra casa, ele tem aula de manhã. [23:55]

Fraga: Boa noite, princesa. Foi muito bom comer você! 😏 [23:56]

Suas palavras me fizeram sorrir involuntariamente, apesar da confusão que ainda pairava em minha mente.

Beca: Boa noite, Fraga, dorme bem. [23:57]

Coloquei o celular de lado, me sentindo estranhamente reconfortada com a troca de mensagens.

Apesar de todas as complicações, havia algo entre nós que eu não conseguia ignorar.

2 semanas depois..

Enquanto a Mel fazia meu babyliss, eu não conseguia conter a ansiedade pelo baile. Afinal, era uma das poucas oportunidades de descontração que tínhamos ultimamente. Enquanto ela terminava de arrumar meu cabelo, aproveitava para fazer uma unha de gel.

Mel: Estou tão cansada, Beca. Acho que não vou ao baile hoje! - Ela comentou, desviando o olhar para as unhas.

Suspirei, sabendo que teria que ir sozinha.

Beca: Tudo bem, eu entendo. Vou indo então!

Assim que terminei de me arrumar, dirigi-me até o ponto de moto táxi próximo à praça e peguei uma moto em direção ao baile.

Nas últimas semanas, mal havia tido tempo para falar com o Fraga, o meu irmão e o meu pai estavam praticamente ausentes.

O Cerol me contou que o meu pai estava fazendo alguns negócios em outro morro, mas prometeu estar de volta hoje.

No dia seguinte à nossa última noite juntos, quando o Fraga apareceu no salão enquanto eu estava sozinha e me entregou algum dinheiro.

Com isso, comprei a pílula do dia seguinte e tomei, para evitar qualquer imprevisto.

Ao chegar no baile, percebi que o lugar estava lotado, como sempre. A batida alta da música ecoava pela rua, e as luzes coloridas iluminavam o ambiente.

Entrei, sentindo a energia pulsante do lugar, ansiosa para me divertir e esquecer temporariamente as preocupações do mundo do tráfico.

Enquanto dançava ao som do funk, não pude deixar de notar olhares familiares na multidão, mas, por enquanto, decidi deixar as preocupações de lado e aproveitar a noite.

Afinal, era domingo, e o baile estava apenas começando.

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