Rebeca Silva.
A noite logo chegou e eu saí com a Mel, ansiosa para me distrair um pouco e esquecer por um momento os problemas que assombravam minha mente. Passamos pela praça e encontramos uma mesa vazia em um barzinho.
Nos sentamos e começamos a beber, deixando a conversa fluir entre nós. A noite estava agradável, e eu me sentia aliviada por ter a companhia da Mel ao meu lado, porém, minha paz foi interrompida quando avistei o Fraga e o Cerol se aproximando.
Meu coração deu um salto no peito, e uma onda de raiva e amargura me invadiu ao ver o Fraga. Eu ignorei o mesmo completamente, respondendo apenas ao cumprimento do Cerol com um aceno de cabeça. Eu não queria ter nada a ver com o Fraga, não depois de tudo o que aconteceu.
Conversei animadamente com a Mel e o Cerol, tentando manter minha mente ocupada e longe dos pensamentos sombrios que me assombravam.
Porém, mesmo com toda minha determinação em ignorar o Fraga, ele parecia determinado a me perturbar.
Quando me levantei para ir ao banheiro, senti alguém me seguindo. Antes que eu pudesse reagir, o Fraga me puxou para um canto isolado, seus olhos fixos nos meus com uma intensidade que me deixou sem fôlego.
Fraga: Por que você está me evitando, Beca? - Ele perguntou, sua voz suave e cheia de emoção.
Eu engoli em seco, a raiva e a frustração borbulhando dentro de mim.
Beca: Porque você fudeu com a minha vida, Fraga. Você colocou meu irmão e meu pai nessa vida suja, e agora eu estou pagando o preço por isso.
Fraga franziu o cenho, seus olhos escurecendo com dor e remorso.
Fraga: Eu sinto muito, Beca. Eu não queria que isso acontecesse, você precisa acreditar em mim. - Eu ri amargamente, sentindo a raiva borbulhando dentro de mim.
Beca: Acreditar em você? Como eu posso acreditar em alguém que mente e manipula as pessoas como se fosse um jogo? Você é um traficante, Fraga, e nada do que você disser vai mudar isso.
Ele me encarou por um momento, sua expressão tensa e sombria.
Fraga: Eu sei que não tenho desculpas para minhas ações, Beca, mas desde que nos beijamos na praia, eu não consigo parar de pensar em você.
Eu me senti como se tivesse levado um soco no estômago, as palavras do Fraga sacudindo minhas defesas. Sabia que não deveria ceder à tentação, mas havia algo na intensidade de seu olhar que me puxava para ele.
No calor do momento, nossos lábios se encontraram em um beijo desesperado, nossos corpos se unindo em uma explosão de emoção reprimida.
Por um breve instante, esquecemos de todo o resto, perdidos um no outro.
Eu me sentia como se estivesse presa em um turbilhão de emoções confusas, incapaz de processar tudo o que estava acontecendo ao meu redor.
Enquanto caminhávamos de volta para o bar da praça, eu estava perdida em meus próprios pensamentos, tentando entender o que tinha acabado de acontecer entre mim e o Fraga.
O beijo que compartilhamos foi tão intenso e apaixonado, mas agora tudo parecia tão complicado e confuso.
Foi então que esbarramos com uma loira deslumbrante que emanava uma aura de confiança e poder. Ela olhou para mim com desprezo, seus olhos azuis faiscando de raiva enquanto me encarava com desdém.
— Quem é essa puta que tá com você, Fraga? - Ela perguntou, apontando para mim com um dedo acusador.
Eu me senti como se tivesse levado um soco no estômago, uma onda de choque percorrendo meu corpo enquanto eu tentava processar suas palavras.
Beca: Quem é você? - Perguntei, minha voz estava soando fraca e incerta.
— Eu sou a mulher do Fraga, sua puta! - Ela respondeu, seus lábios curvados em um sorriso cruel.
Eu olhei para o Fraga em busca de uma explicação, mas ele apenas balançou a cabeça com frustração.
Fraga: Não tenho nada com essa louca, Beca, ela é só uma maluca que não sabe aceitar a verdade.- Ela bufou de raiva, seus olhos faiscando com fúria
— Você está me traindo, Fraga? Com essa vagabunda aqui? Eu sempre soube que você era um canalha, mas nunca pensei que chegaria a esse ponto.
Fraga interveio, sua voz carregada de frustração e exasperação.
Fraga: Kathlyh, para com essa loucura! Eu já te disse que não tem nada entre nós, então para de inventar merda e me deixa em paz.
Me senti como se estivesse prestes a desmaiar, o chão se abrindo sob meus pés enquanto eu tentava entender o que estava acontecendo.
Não podia acreditar que tinha me envolvido em toda essa loucura, que agora estava sendo arrastada para o meio de uma briga entre o Fraga e sua suposta mulher.
Sem dizer uma palavra, virei as costas e saí andando, deixando para trás o caos e a confusão que haviam dominado aquela noite.
Eu me afastei do Fraga e me aproximei do Cerol e da Mel, sentindo-me aliviada por estar longe da confusão, eu sabia que precisava me recompor e encontrar uma maneira de lidar com tudo o que acabara de acontecer.
Beca: Vocês estão bem? - Perguntei, minha voz um pouco trêmula enquanto eu tentava manter a calma.
Cerol assentiu com sua expressão preocupada
Cerol: Estamos sim, Beca. E você? Tá tudo bem?
Eu respirei fundo, tentando controlar as emoções tumultuadas que borbulhavam dentro de mim.
Beca: Não sei, Cerol, esse dia todo foi uma loucura, eu só quero ir para casa e tentar processar tudo o que aconteceu.- A Mel colocou a mão no meu ombro, sua expressão solidária.
Mel: Estamos aqui para você, Beca. Se precisar de qualquer coisa, é só chamar.
Eu sorri fracamente, grata pelo apoio dele.
Beca: Obrigada, Mel. Eu realmente aprecio isso.
Me virei para a Mel, me sentindo culpada por estragar nossa noite juntas.
Beca: Você pode ficar aqui com o Cerol, se quiser. Eu sei que vocês estavam se divertindo, e eu não quero atrapalhar.- Ela me olhou com compaixão, sacudindo a cabeça.
Mel: Não se preocupe comigo, Beca. Eu vou ficar bem, mas se precisar de mim, é só chamar! - Eu a abracei, agradecendo por sua compreensão.
Nos despedimos e eu me afastei, os deixando para trás enquanto me encaminhava para casa, eu sabia que a noite ainda não tinha terminado, e que eu teria muito o que pensar e processar nas horas que viriam pela frente.
Mas por enquanto, tudo o que eu queria era estar em casa, em um lugar seguro onde eu pudesse me recompor e tentar entender o que realmente estava acontecendo em minha vida.
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Vida Rasa
FanfictionComplexo da Penha - Rio de Janeiro. Em Vida Rasa, mergulhe na vida tumultuada de Pedro, vulgo Fraga, um cafajeste que se vê enredado em amores intensos. Entre traições e conflitos, ele busca redenção, mas será que seu coração superficial pode encont...