Capítulo 12

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—Aqui está —Harry falou tirando um papel dobrado do bolso de seu casaco.

Por um instante, Hermione não olhou o que ele lhe mostrava. Ela estava, novamente, trabalhando no braço do rapaz. Ela já havia conseguido reconstruir os três primeiros ossos do carpo, recuperando o contato entre a mão e o rádio e a ulna (os dois ossos que formam o antebraço), mas ainda faltavam cinco ossos, que se conectam com os metacarpos.

Quando, finalmente, terminasse com os ossos, ainda teria o ligamento do rapaz para restaurar e o tempo começava a trabalhar contra ela. A copa de quadribol estava a cada dia mais próxima e Harry cada vez mais ansioso para retomar aos treinos. Se não se apressasse, logo o jogador iria deixar de lado suas sugestões e voltaria a treinar sem estar completamente curado. E Hermione não sabia por quanto tempo a magia provisória que havia feito no dia da final iria durar.

—O que é isso? —Ela finalmente perguntou, tocando a mão de Harry do lado externo, bem no ponto onde se conecta com o pulso. Ali, Hermione fez com que sua magia restaurasse os últimos fragmentos do osso piramidal. —Pronto, agora você tem uma cavidade para comportar o pisiforme.

—Querida, você pode estar me dando garras de dragão e eu não faria a menor ideia do que você está fazendo —Harry abriu e fechou as mãos algumas vezes, com as sobrancelhas escuras se levantando. —Mas parece que a mobilidade está melhor.

—Agora você tem três ossos restaurados. Faltam mais cinco —Hermione falou dando um suspiro.

Ela puxou as pernas em direção ao peito e recostou a cabeça no sofá. Desde que o jogador chegara, eles haviam se trancado na sala de visitas, sentados no tapete felpudo, e trabalhado no tratamento de Harry. Agora, várias horas mais tarde, Hermione sentia-se completamente esgotada e faminta. Toda e qualquer energia havia sido drenada de seu corpo.

—Hermione, você deveria descansar um pouco —Harry comentou também apoiando a cabeça no sofá para encarar a amiga. —Eu não vou morrer porque você precisa descansar por um dia ou dois.

—A copa está chegando, geninho. Você não tem que se reunir com o time logo para começar a treinar?

—Bem, sim. Mas todos esperam que eu use esse mês para me recuperar. —Harry sorriu de canto, os olhos verdes estudando o rosto da amiga. —Você é a única que espera ser capaz de fazer um milagre, sabe.

—Você precisa estar perfeito, Harry. —Ao notar que Harry estava prestes a questionar, Hermione ergueu a cabeça, olhando o papel dobrado, esquecido sobre o tapete, que o amigo havia tirado do paletó ainda há pouco. —O que é isso?

—Ah, isso é o que eu queria te mostrar —ele falou entregando a folha dobrada em suas mãos. —A garantia da minha promessa.

A curandeira franziu a testa para o amigo, não fazendo ideia do que ele estava falando, mas desdobrou o papel mesmo assim. Era um documento assinado por Harry e por mais duas testemunhas que Hermione não reconheceu os nomes. Havia um selo oficial que dizia que o documento havia sido validado em cartório.

Quando leu o conteúdo do documento, foi inevitável que os olhos da menina se arregalassem. Ela escancarou a boca, surpresa, olhando do papel para o amigo, que tinha um sorriso satisfeito nos lábios.

—Harry! —Sua voz estava esganiçada. —Isso é loucura! Sua futura esposa vai matar você. Ou seus futuros filhos e netos.

—Minha futura esposa vai entender a importância dessa promessa —Harry revirou os olhos, mas um sorriso ainda brincava em seus lábios.

—Acho que você está sendo muito otimista. —Hermione murmurou voltando a olhar para o documento em suas mãos.

Agora era oficial, o primeiro filho de Harry seria nomeado em sua homenagem. Assim como o primeiro Potter de cada geração futura. Hermione quase riu da impossibilidade daquilo.

Domínio e AscensãoOnde histórias criam vida. Descubra agora