Ato 2, Capítulo 27

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Duas semanas haviam se passado desde a abertura da Copa do Mundo. Os Leões Alados haviam jogado no meio daquela semana, mas Hermione decidiu não assistir ao jogo no estádio. Primeiro, Harry havia ficado furioso, mas então, quando Hermione falou que achava melhor não estar por perto caso o Príncipe realmente decidisse acionar a guarda para interrogá-la, ele concordou em chamar sua mãe e seu pai para seu jogo.

Hermione prometeu que, caso os Leões fossem para a final, ela estaria na primeira fila, vestida em uniforme completo, com uma torcida organizada.

Também haviam tido bailes, festas e jantares ao longo daquela semana. Hermione havia sido convidada para alguns e, para aqueles o qual ela não recebeu convite em seu nome, Harry a chamou para ser sua acompanhante, mas a garota declinou todos os convites. E, uma vez que o jogador tinha uma agenda rígida que definia desde o horário de suas refeições até o tempo gasto no banho, Harry não insistiu. Ele mesmo só tinha permissão para ficar alguns poucos minutos em eventos sociais, apenas o suficiente para cumprir sua agenda social em nome dos Leões, depois, o jogador deveria voltar para o alojamento, junto com os demais jogadores, mesmo que ele tivesse sua própria casa.

Com a rotina de treinos exaustiva, Harry não tinha muito tempo para passar com Hermione. Apesar de sentir a falta do amigo, a garota compreendia e, até certo ponto, sentia-se satisfeita. Ela também não estava disposta a muitas conversas e também não tinha vontade de participar de eventos sociais.

Durante seus dias de folga, ela tomou seu café semanal com Luna que estava morando na embaixada de Ottery na Capital, mas, tão logo seus dias de folga acabaram, ela se viu assumindo novos turnos na Casa, passando a maior parte de seu tempo trabalhando e, posteriormente, descansando.

Enquanto estivesse ocupada ou exausta demais, Hermione não tinha tempo para pensar no que não deveria e, portanto, não tinha tempo para ficar triste. Sua estratégia funcionou por alguns dias, até que... bem, Hermione notasse que estava triste e melancólica, além de absurdamente cansada.

Hermione também não havia ouvido sobre Viktor Krum novamente. Depois da surpresa daquela manhã, havia escrito um bilhete de agradecimento pelos presentes e enviado para o endereço que Harry havia lhe passado, mas, para ser sincera, ela sequer sabia se o jogador havia recebido seu recado. Ela sabia que o jogador estrangeiro esteve nas festas e bailes para os quais foi convidada, mas, não indo em nenhum deles, ela não o viu mais.

Talvez fosse melhor dessa forma, Hermione se pegou pensando certo dia enquanto separava as ferramentas usadas no último paciente para esterilização. Ninguém poderia acusá-la de tentar seduzir Viktor Krum se ela sequer estivesse no mesmo lugar que ele. Ninguém poderia acusá-la de interferir nos planos da coroa se ela estivesse trabalhando a maior parte do tempo.

O pensamento a fez sacudir a cabeça. Por que ela sequer se importava com o que ele pensava? E por que, pelo amor dos deuses, estava tomando decisões pensando no que outra pessoa pensava?

Era uma idiota, pensou com amargura. Era uma idiota completa.

Hermione jogou as toalhas sujas no cesto destinado à lavanderia e arriscou uma olhada rápida para o relógio na parede. Quase três horas da manhã. Já havia passado, e muito, o horário de sua janta, mas ela não se importou. Desde que o turno da noite havia começado, ela havia atendido uma ocorrência atrás da outra e sequer havia tido tempo para sentir fome.

Prometendo a si própria que iria fazer uma pausa, caso tivesse outra curandeira disponível para assumir os atendimentos, Hermione deixou a pequena sala do consultório e se direcionou até a mesa de recepção, encontrando a caixa de prontuários, finalmente, vazia.

Domínio e AscensãoOnde histórias criam vida. Descubra agora