gelo.

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Dois dias se passaram desde dos acontecimentos e em uma tarde calma, o sol estava se pondo enquanto Elian fumava de frente para a área externa. O frio cortante do inverno envolve-o enquanto ele permanece na entrada, observando a cena hipnotizante da neve caindo suavemente sob o crepúsculo tingido de tons dourados e rosados.

Uma nuvem de fumaça se dissipa lentamente no ar gélido, testemunhando sua presença estática diante da transformação silenciosa que acontece à sua volta.

Quando Elian sente um leve toque em seu ombro. O toque suave e inesperado no seu ombro quebra a imersão profunda nos pensamentos turbulentos, trazendo uma sensação de realidade palpável à cena hipnotizante diante dos seus olhos.

Uma corrente elétrica sutil percorre sua espinha enquanto você se vira para identificar a fonte desse contato delicado e Dominique encontra-se ali. A presença dela ao seu lado naquele momento de contemplação silenciosa adiciona uma camada de calor humano à paisagem gelada do entardecer.

Elian: Olá.

Dominique o observa bem antes de falar.

Dominique: Ficar muito tempo exposto ao frio pode te deixar doente.

O aviso cuidadoso dela ecoa como um lembrete da sua presença preocupada e atenta.

Elian fica quieto enquanto dá mais uma tragada no cigarro, ele sente as correntes sutis da conexão emergente entre eles se entrelaçando cada vez mais firmemente.

Dominique: Oi?? Eu to falando com você!

Com um impulso rápido e instintivo, o leva a dar um passo à frente, aproximando-se de Dominique com uma determinação silenciosa e inesperada.

Dominique: Eita porra?!

Ela fica surpresa com a aproximação repentina, diante do olhar surpreso dela, Elian enfrenta o abismo de desejos que ele tenta conter dentro dele.

Uma tempestade tumultuosa de desejos reprimidos e anseios não declarados que ameaçam submergir qualquer momento.

A distância entre eles encolhe até se reduzir a nada mais do que centímetros, o rosto dela está levemente vermelho.

Dominique: Eu nunca consigo te compreender... Uma hora você é todo tímido, mas agora...

A vergonha e a reserva inicial que ele tinha começam a se dissipar lentamente diante da luz radiante do entendimento mútuo que está nascendo entre eles.

O encontro intenso e prolongado dos olhares deles desencadeia uma corrente elétrica invisível que dança entre eles, tecendo um elo silencioso e profundo que transcende as palavras. Nos recessos de suas pupilas dilatadas.

Em meio ao silêncio tenso que permeia o ar ao redor deles, Dominique diz.

Dominique: Que dualidade repentina é essa?

Um sorriso contido brinca nos cantos dos lábios dele, revelando uma centelha de ousadia.

Elian: Dualidade? É? Bem... talvez seja um vislumbre do meu verdadeiro eu.

Ele responde, com um tom de curiosidade misturado à confusão que o assola.

Enquanto os olhares se encontram e a corrente elétrica invisível dança entre eles, Dominique questiona com interesse perceptível.

Dominique: É mesmo? E quem realmente é você?

Ela pergunta, seus olhos castanhos refletindo uma mistura intrigante de emoções.

Elian hesita por um momento antes de responder.

Elian: Eu sempre me vi como alguém gélido, mas estar perto de você... é como se algo dentro de mim estivesse despertando. Eu me sinto confortável perto de ti, estou baixando a guarda sem perceber e minha verdadeira natureza está vindo à tona.

Amar por debaixo de dúvidasOnde histórias criam vida. Descubra agora