Friedrich Boursheid é um alemão que se apaixonou pelo Brasil antes mesmo de colocar os pés no país para fazer intercâmbio, passaram-se 4 anos, a faculdade acabou e o seu visto de estudante também e ele não queria voltar para o seu país, foi aí que o...
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Eu lembro exatamente do momento em que eu te conheci.
Eu sabia quem era você, já tinha visto fotos do melhor amigo da minha irmã com ela, sabia seu nome e outras coisas superficiais sobre você que ela me contava enquanto conversávamos em ligação.
Acredito que você sabia sobre mim tão quanto eu sabia sobre você.
Um dos momentos que eu mais fui impulsivo foi quando abri o notebook naquele dia e comprei a primeira passagem para o Rio de janeiro, arrumei minha mala com poucas coisas, não tinha a intensão de ficar por muito tempo, só precisava chegar a tempo de conhecer eles em suas primeiras horas de vida.
Você estava tocando o vidro do berçário quando me aproximei depois de sair direito do aeroporto para o hospital, ainda arrastando minha mala, parei ao seu lado e foi quando vi os trigêmeos que minha irmã tinha acabado de ter, eram coisinhas pequenas e que no futuro, me mostram que eu podia amar muito crianças, logo eu que nunca tive jeito com elas.
- São lindos, não é? - Você disse, em um sussurro que transmitia todo o seu encanto pela cena, a voz um pouco rouca, mas era reconfortante, o sotaque alemão era forte e foi se misturando nas palavras em português.
- São sim. - Respondi sorrindo e olhei para você.
Seus cabelos ruivos pareciam que foram arrumados por bons minutos, e mais uma vez, descobri no futuro que você não fazia nada para que eles ficassem daquele jeito.
E ficamos olhando aqueles três bebês por minutos até que você virou para mim com um sorriso e disse:
- Ah, perdão por não me apresentar, eu sou Friedrich Boursheid, o padrinho. - E estendeu a mão para mim e eu aceitei.
- Olá, Friedrich, não vou falar o seu sobrenome para não passar vergonha com a pronúncia horrível, mas eu sou Thiago Valentim, o tio, ninguém me chama pelo primeiro nome, então é só Valentim.
- Acho que a gente meio que já se conhece, de tanto Maju falar, estou certo?
- Sim está.
Tinha algo em você que eu não conseguia tirar os olhos, não sei se eram os cabelos ruivos, as sardas no seu rosto, os olhos verdes brilhantes, o seu sotaque que é a coisa mais gostosa de ouvir, o fato de você estar molhado pela chuva que caia lá fora.
Acho que foi o conjunto de tudo isso, ou seja, eu não conseguia e nem queria tirar os olhos de você pelo simples fato de você ser... você mesmo.
E é louco pensar na nossa história porque alguns meses depois desse dia, a gente se casou.
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