Friedrich tinha insistido em levar Valentim até o seu apartamento, afirmando que tinha uma pomada muito boa para ajudar no hematoma que começava a se formar na testa de Valentim.
E o que Valentim poderia fazer? só aceitou ir depois de negar umas duas vezes, Fred tinha sido muito gentil ao lhe pagar um bom almoço acompanhado da sua coca-cola zero e de quebra, um mousse de maracujá que estava incrível.
Eles não conversaram muito durante o almoço, mas Valentim percebeu o olhar de Fred na sua testa o tempo todo.
- Eu juro que vai melhorar com pomada, você querer café também? - Fred diz enquanto eles andavam até o elevador, ele carregava sua bolsa com a raquete de tênis, a mesma que praticamente assassinou Valentim.
- E quem sou eu pra recusar um cafézinho né?
Valentim não se importava se estava parecendo um grande folgado, ele merecia explorar um pouco da boa vontade de Fred depois dos últimos acontecimentos, certo?
As portas do elevador abriram e eles entraram, Fred apertou no botão do oitavo andar e esperou que as portas fechassem e começasse a subir. Ambos ficaram em silêncio até que o elevador parou dois andares depois, as portas abriram revelando uma idosa pequeninha e com os cabelos brancos ficando em um tom de lilás de tanto matizador usado.
- Olá querido. - Diz a senhora para Fred, que dá mais um daqueles seus sorrisos simpáticos.
- Olá, Beth! Não esperava encontrá-la nesse andar.
- Vim trazer algumas plantas para Lucy, a coitadinha ainda sente muita falta do marido.
- É realmente uma pena o que aconteceu. - Fred responde e antes que o silêncio triste por causa do assunto se fizesse presente, ele fala: - Ah, esse é meu marido.
Valentim já tinha percebido o olhar curioso da senhora, mas agora, ela estava o analisando descaradamente.
- Olá, dona Beth, é um prazer conhecê-la, eu sou o Valentim.
- Nada de dona, por favor! Vocês são um casal muito bonito.
- Obrigado.
- Há quanto tempo estão juntos.
Valentim não ousou abrir a boca pra responder, caso fizesse poderia gaguejar ao mentir.
- Quase um ano! - Fred respondeu.
- E por que eu nunca tinha visto ele por aqui antes?
- Ele morava em São Paulo por causa do trabalho, voltou faz alguns meses e resolvemos casar logo.
Valentim apenas afirmou com a cabeça, levemente impressionado como Fred poderia mentir tão fácil para uma vovózinha.
- Ah, entendi, eu e meu Alberto também casamos rápido. Veja só, é meu andar, te vejo quinta-feira no horário de sempre, Fredinho e leve o seu marido, vai ser bom te conhecer mais Valentim.
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Gringo in Brazil | Romance gay
RomanceFriedrich Boursheid é um alemão que se apaixonou pelo Brasil antes mesmo de colocar os pés no país para fazer intercâmbio, passaram-se 4 anos, a faculdade acabou e o seu visto de estudante também e ele não queria voltar para o seu país, foi aí que o...