Dezesseis anos depois

Capítulo 16

Eliz Martinez
01 de novembro de 2025

Os pensamentos sobre você se tornaram cada vez mais presentes em minha mente. Acreditei que, quando você fosse embora e eu não te visse mais, tudo se tornaria mais fácil, mas a realidade se mostrou bem diferente. Nos últimos dois dias, a verdade me atingiu como o maior dos tapas: eu fui a única a amar loucamente em uma relação que nunca existiu e que jamais existirá. Fui a única a nutrir sentimentos tão profundos por você, sem que você sequer soubesse da minha existência até o momento em que levei um fora.

As pessoas ao meu redor insistem que isso não é amor, que é impossível amar algo que nunca existiu. Mas eu sei o que senti. Só eu sei das emoções que me invadiam toda vez que te olhava, das preocupações quando não te via, das lágrimas derramadas por um amor não correspondido e inexistente. Eu desejava tanto que as coisas fossem diferentes. Queria poder te abraçar, te beijar, dedicar cada hora do meu dia a você, oferecer tudo o que você quisesse, tudo o que você merecesse.

Você foi o meu primeiro amor, Kiara. Talvez seja por isso que, mesmo após tanto tempo, eu ainda não consegui te esquecer. Mas eu não quero continuar assim. Você segue sua vida normalmente, e o que eu sinto ou deixo de sentir não te afeta em nada. Contudo, isso interfere profundamente na minha vida. Talvez você nem se lembre de mim, talvez eu tenha sido apenas mais uma entre tantas outras pessoas que você dispensou. Mas para mim, você foi a primeira em tudo: o primeiro amor, o primeiro fora, o primeiro sentimento avassalador de querer alguém tão intensamente.

Sinto-me estúpida por não conseguir seguir em frente, por não te esquecer, por não entender que o que sinto por você não tem fundamento, que nunca será recíproco, e que nunca poderei demonstrar todo o amor que guardo dentro de mim. Sei que nunca terei você, mas, ainda assim, não consigo imaginar estar com outra pessoa além de você.