Capítulo 36

7 2 0
                                    

Kiara Lima

Acordei com o som suave do despertador no meu celular

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Acordei com o som suave do despertador no meu celular. Os primeiros raios de sol entravam pela fresta da cortina, iluminando o quarto com uma luz dourada. Estiquei-me na cama, sentindo os músculos relaxados após uma boa noite de sono. Virei-me e vi Eliz ainda adormecida, com uma expressão tranquila no rosto. Um sorriso involuntário apareceu nos meus lábios. Eu não queria acordá-la, mas sabia que tínhamos um dia longo pela frente.

Levantei-me devagar, tentando não fazer barulho. Fui até a janela e olhei para o jardim lá fora. As flores estavam em plena floração e os pássaros cantavam alegremente. Era como se o mundo estivesse tão feliz quanto eu me sentia por dentro.

Peguei meu celular e vi que tinha algumas mensagens não lidas, mas decidi deixá-las de lado por enquanto. Queria aproveitar esses últimos momentos de paz. Fui até a cozinha e comecei a preparar o café da manhã. O cheiro do café fresco se espalhou pela casa e logo Eliz apareceu na porta, com os cabelos bagunçados e um sorriso sonolento no rosto.

— Bom dia, Kiara
disse ela, se aproximando para me dar um beijo.

— Bom dia, linda. Dormiu bem?

— Melhor impossível. E você?

— Também. Quer café?

Ela assentiu e eu servi duas xícaras. Sentamos à mesa e começamos a conversar sobre a viagem. Era difícil acreditar que estava chegando ao fim. Cada momento com Eliz tinha sido incrível e eu sabia que queria viver aquilo para sempre.

— Essa foi a melhor viagem da minha vida
confessei, olhando nos olhos dela.

— A minha também
respondeu Eliz, segurando minha mão.

— Quero que a gente tenha muitas outras como essa.

Terminamos o café da manhã e logo Kiara e Matteo desceram para comer também, logo depois começamos a arrumar nossas coisas. Era uma tarefa triste, mas necessária. Cada peça de roupa que eu colocava na mala trazia uma lembrança diferente: risos, conversas profundas, caminhadas à beira-mar. Finalmente, com tudo pronto, chamamos um táxi para nos levar ao aeroporto. O trajeto foi tranquilo, mas eu sentia um aperto no peito à medida que nos aproximávamos do destino. Eliz também estava muito nervosa, eu percebo seu nervosismo e aperto sua mão.

— Vai ficar tudo bem
Eu disse com confiança.

—Eu sei. Só não quero que isso acabe.

— Não vai acabar. Vamos fazer dar certo, não importa a distância.

Chegamos ao aeroporto e passamos pelo check-in e pela segurança sem problemas. Encontramos um lugar tranquilo para esperar o voo e nos sentamos. O silêncio entre nós não era desconfortável; era cheio de compreensão e amor.

Finalmente, chegou a hora de embarcar. Eliz me deu um último abraço apertado e um beijo demorado, era o último porque não demostrávamos nenhum tipo de carinho quando estávamos com Kiara e Matteo, iria ser uma longa conversa e contar pra eles sobre tudo. As palavras dela ecoavam na minha mente enquanto entrávamos no avião: "Vamos fazer dar certo".

O voo foi tranquilo, mas minha mente estava a mil. Revivia cada momento da viagem, cada sorriso, cada toque. Eu não sabia como seria voltar à rotina sem Eliz ao meu lado. Passamos o voo conversando mas sem nenhum tipo de afeto e nem muito contato

Chegamos em casa e, assim que entrei, senti uma mistura de alívio e tristeza. O lugar parecia familiar, mas ao mesmo tempo estranho, como se algo estivesse faltando. Comecei a desfazer a mala automaticamente, sem realmente prestar atenção no que estava fazendo.Foi então que meu celular tocou. Olhei para a tela e vi que era Meg. Atendi, tentando parecer o mais normal possível.

- Alô, Meg?

- Oi amiga, desculpa ligar assim de última hora.Houve uma emergência aqui na clínica, eu já tentei resolver de todos os jeitos possíveis mas não estamos conseguindo. Precisamos de você aqui.

Meu coração afundou. A ideia de voltar para Chicago sem Eliz era devastadora. Senti a mesma coisa quando minha mãe me obrigou a viajar para me separar de Eliz

— O que aconteceu?
perguntei, tentando manter a calma.

— É complicado, não consigo explicar por telefone. Consegue vir o mais rápido possível?

— Eu vou me organizar aqui Meg.Vou ver o que posso fazer, até lá, tenta deixar o máximo resolvido aí por favor!

— Tá bom amiga, saudades. Te amo

— Também te amo! Tô com muita saudades também

Desliguei o telefone e sentei na cama, sentindo uma onda de desespero me envolver. Eu não queria ficar longe de Eliz, especialmente depois de tudo o que vivemos juntas. Mas sabia que não tinha escolha. Além disso, teria que conversar com Matteo, eu tenho certeza de que ele não vai aceitar ir comigo pra Chicago, mas não quero deixar ele aqui em casa sozinho.

Saio do quarto e vou até o quarto de Matteo no final do corredor

— Posso entrar?
Bato na porta

— Claro mãe, entra
Ele diz deitado na cama mexendo no celular

— Quero conversar com você
Digo sentando na cama

— Meg me ligou agora pouco, ela precisa de mim lá na clínica.

Matteo me olha sem dizer uma palavra

— Eu sei que você não quer voltar, vou te deixar aqui

Ele comemora com um "eba!"

— Mas, vai ter que ficar na casa da sua avó. Não quero deixar você aqui sozinho

— Mãe, eu já tenho quase 17 anos

— Mesmo assim. Não sei quanto tempo eu vou passar fora, é melhor previnir.

— Ok, eu fico na casa da vovó então.

— Manda mensagem pra ela avisando, ok

Ele assente

— Se precisar de qualquer coisa me liga!

— Certo mãe!

Ele sorri, sei que Matteo detesta esse meu jeito "protetora". Saio do quarto de Matteo e desço pra cozinha para comer algo. Enquanto como, milhares de pensamentos invadem minha mente. Quanto tempo vou ficar fora? Não quero ficar longe da Eliz.

Dezesseis anos depoisOnde histórias criam vida. Descubra agora