Capítulo 24

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Kiara Lima
21 de abril

Cheguei em casa depois de um dia exaustivo no trabalho

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Cheguei em casa depois de um dia exaustivo no trabalho. Joguei a bolsa no sofá e subi as escadas devagar, sentindo cada passo pesar nos ombros. Quando finalmente cheguei ao quarto, me deixei cair na cama, sentindo a suavidade dos lençóis frescos contra minha pele cansada. Suspirei profundamente, tentando relaxar.

— Ah, cama, como eu precisava de você
murmurei para mim mesma, fechando os olhos.

Mal comecei a relaxar quando ouvi batidas suaves na porta. Abri os olhos e vi meu filho, Matteo, parado na entrada, segurando uma mochila e com um brilho de entusiasmo nos olhos.

— Mãe, estou indo para a festa agora
ele anunciou, dando um passo hesitante para dentro do quarto.

Sorri, sentindo uma pontada de nostalgia.

— Divirta-se, filho. Lembre-se de se comportar e mandar mensagem quando chegar lá.

— Pode deixar
disse Matteo, virando-se para sair.

Ele deu dois passos para fora, mas então parou e se virou novamente, com uma expressão hesitante. Sentei-me na cama, preocupada.

— Matteo, aconteceu alguma coisa?

Ele entrou no quarto e fechou a porta atrás de si.

— Na verdade, mãe, queria falar com você sobre uma coisa... algo importante.

Fiz um gesto para ele se sentar na cama ao meu lado.

— Claro, pode falar. O que aconteceu?

Rafael sentou-se, olhando para as mãos por um momento antes de levantar os olhos para me encarar.

— Eu... convidei uma menina para ir à festa comigo.

Meu coração deu um pequeno salto ao ouvir isso.

— Sério? E quem é essa menina?

— Ela se chama Kiara,
respondeu ele, corando um pouco. "Ela é muito bonita e inteligente. E... eu gosto muito dela.

Senti um calor no peito ao ouvir o nome da menina e a confissão do meu filho.

— Temos o mesmo nome!
Sorrio

— E você quer saber como conquistá-la, é isso?

Matteo assentiu, ainda nervoso.

— Sim, mãe. Eu não sei o que fazer. Nunca me senti assim antes.

Sorri, lembrando-me de quando eu mesma passei por algo parecido.

— Ah, Rafael, o primeiro amor é algo realmente especial. Lembro-me bem de quando passei por isso.

"Como foi para você, mãe?" perguntou Matteo, curioso.

— Foi maravilhoso e assustador ao mesmo tempo. Talvez um dia eu te conte a história...

— Então o que eu faço, mãe? Como eu conquisto a Kiara?

Coloquei a mão no ombro do meu filho, oferecendo conforto.

— Primeiro, você precisa ser você mesmo. Não tente ser alguém que você não é só para impressioná-la. A honestidade e a autenticidade são muito importantes.

— Tá, mas... e se eu ficar nervoso e não conseguir falar nada direito?
perguntou Matteo, a ansiedade clara em sua voz.

Ri suavemente.

— É normal ficar nervoso. Todo mundo fica. O importante é ser sincero. Se você ficar nervoso, diga a ela. Às vezes, essa vulnerabilidade pode ser cativante.

—Ok, e sobre o que eu falo com ela?

— Pergunte sobre os interesses dela. Descubra o que ela gosta de fazer, o que a faz feliz. As pessoas gostam quando mostramos interesse genuíno nelas

aconselhei.

—E lembre-se, a conversa deve ser uma troca. Compartilhe também sobre você, mas sem exagerar. É um equilíbrio.

Matteo parecia pensar nas minhas palavras, assimilando cada conselho.

—E se ela não gostar de mim?

—Ah, filho
suspirei, sabendo que essa era uma possibilidade difícil de encarar.

— Nem sempre as coisas saem como planejamos. Mas o importante é tentar e ser honesto com seus sentimentos. Se não der certo, pelo menos você vai saber que foi sincero e deu o seu melhor.

— Entendi, mãe. Vou tentar ser eu mesmo e mostrar que gosto dela.

Sorri, orgulhosa do meu filho.

—Isso mesmo. Seja gentil, respeitoso e mostre interesse genuíno. E, acima de tudo, aproveite o momento. Essas são memórias que você vai carregar para sempre.

Matteo sorriu, parecendo um pouco mais confiante.

— Obrigado, mãe. Você sempre sabe o que dizer.

— Fico feliz em poder ajudar. Agora vá lá e se divirta na festa. E me conte tudo quando voltar.

Ele levantou-se e me deu um abraço apertado.

— Vou contar sim. Te amo, mãe.

— Também te amo meu amor. Vá com cuidado.

Ele saiu do quarto, e fiquei deitada na cama por um momento, refletindo sobre a conversa. Era incrível ver como meu filho estava crescendo e vivenciando suas próprias experiências. Cada dia trazia novas descobertas, novos desafios e, claro, novos motivos para me orgulhar. Levantei-me, sentindo-me um pouco menos cansada, e fui até a janela, observando Matteo  se afastar em direção à festa. Lembrei-me do meu próprio primeiro amor e sorri. A vida era cíclica, e agora eu tinha a chance de guiar meu filho pelas mesmas emoções que um dia eu quis experimentar com Eliz. Era um privilégio e uma responsabilidade que eu não tomava levianamente. Finalmente, voltei para a cama, mas desta vez com o coração mais leve. Sabia que, não importa o que acontecesse, Matteo estava pronto para enfrentar o que viesse, com sinceridade e coragem. E isso era tudo o que eu poderia desejar para ele.

Dezesseis anos depoisOnde histórias criam vida. Descubra agora