˜ Sexta-feira, 1 de julho de 2022 (Thomas).
Minha mãe veio me visitar de surpresa, pegando-me em flagrante com a minha mentira. Logicamente fui alvo de muita frustração e preocupação. Era compreensível, eu havia sofrido um acidente sério e ela estava perdendo o marido aos poucos. Mas ultimamente a única coisa que me fazia verdadeiramente feliz era a minha profissão.
Passei longos minutos lhe explicando que em GreenWood tudo era mais tranquilo, as chamadas eram para incidentes simples e que os incêndios de grande escalas eram raros. O único grande problema era o lago, os jovens tinham o costume ridículo de se aventurarem por lá, dando mergulhos enquanto estavam alcoolizados ou quando a correnteza estava muito forte. Falei sobre os equipamentos seguros, sobre a equipe que era bem mais flexível e que eu estava tendo mais tempo para descansar, mas era como dizer que estava entrando em prédios desabando em chamas todos os dias.
Eu a amava, amava seu cuidado, o seu amor. Porém eu precisava fazer isso, seguir o meu destino. Tentar ser alguém melhor. Talvez ela nunca entendesse.
— Stanley para um pouco para pensar, essa profissão quase te matou! Como você pode continuar com isso? — Era a milésima vez que ela fazia essa pergunta e eu permanecia calado. Desde que me levantei da cama ela tentava me impedir de ir trabalhar, mas hoje era sexta, dia de ver os meninos. Eu teria que magoá-la mais um pouco.
— Eu tenho que ir, terminamos essa conversa mais tarde. — Beijei seu rosto com carinho, ignorando sua frustração.
Tivemos uma chamada logo pela manhã. Uma árvore havia caído durante a chuva da noite passada. Um serviço levemente complicado, porém nenhuma vítima fatal, apenas pessoas assustadas e um telhado quebrado.
Detestava esse tipo de serviço, havia pouca adrenalina. Não tinha vidas a serem salvas e era cansativo, teria que subir e descer escadas várias vezes, serrar um tronco era extremamente cansativo e para o meu azar, o dia estava passando rápido demais para que eu tivesse tempo de ver os pequenos, ou sorrir e acenar para Zendaya quando ela voltasse do trabalho.
Senti pena daquele casal, os filhos estavam completamente assustados, a árvore caiu no meio da madrugada, sacudindo a casa e fazendo o pior dos barulhos. Eu os entendia perfeitamente, já havia acontecido na casa dos meus avós quando eu era criança, foi um trauma para toda a vida, um barulho ensurdecedor e longo, a sensação é da casa estar caindo na sua cabeça.
O cômodo mais atingido havia sido um dos quartos, para a infelicidade deles, a claraboia havia se partido e milhares de folhas haviam caído dentro do quarto. Senti pena, as paredes rosa clarinhas estavam manchadas pela enxurrada e toda a decoração bonitinha estava fora do lugar. Aquele era o quarto digno de uma princesa, tudo tão impecável e bonito destruído em segundos.
— A garota deve ter levado um baita susto. — Haz diz, me ajudando a amarrar a corda em um galho grande e pesado.
— Será que ela se machucou? A claraboia ficava literalmente em cima da cama. — Digo baixinho, temendo ser ouvido.
— Ela estava no banheiro quando aconteceu. Foi o que me disseram quando perguntei. Uma sorte e tanto. — Haz acrescentou, suspirei e encarei dentro do quarto mais uma vez. — Que prejuízo, a árvore destruiu quase que o telhado inteiro, eles vão ter tanta infiltração.
— Droga! Meus prontuários, meu laptop! — A voz era familiar, Zendaya puxava os próprios cabelos quando entrou no quarto. Mexeu em algumas coisas, entre elas uma sucata que um dia foi um laptop caro. Havia uma pilha de papéis molhados e sujos.
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Fireboy • Tomdaya
Fanfiction°• 𝑪𝒐𝒏𝒕𝒆𝒖́𝒅𝒐 𝒔𝒆𝒏𝒔𝒊́𝒗𝒆𝒍 +18 Qual é o significado da vida? O destino existe? O amor vale a pena? Quando se escolhe uma profissão de alto risco é egoísmo permitir que alguém te ame? Thomas, um jovem bombeiro apaixonado pel...