Capítulo nove - Zendaya

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~ Sábado, 17 de setembro de 2022. (Zendaya)

Você tem dormido bem, tido pesadelos? — Perguntei a Billy, os pés estavam agitados, balançando para frente e para trás, batendo e sujando o sofá do meu consultório. Estava mais agitado e nervoso que o normal, algo que me deixou em alerta.

— Por que você não cuida da sua vida, vadia estúpida? Eu não estou nem aí para o seu tratamento de merda, dei descarga em todos os seus comprimidos imundos. Quero mais é que você morra, sua puta. — Billy despejou de uma vez, dizendo as palavras entre dentes. Não era a primeira vez que ele me ofendia nesta consulta. Então apenas suspirei.

— Billy, eu não posso tolerar que você fale assim comigo. Sou sua psiquiatra, só quero te ajudar. — Digo com o meu tom de voz mais calmo, não queria que ele se irritasse, pois não tinha nenhum policial conosco na sala. Normas de segurança que eu detestava, todos os meus pacientes mereciam dignidade e privacidade. Mas Billy era considerado um risco, então sempre tinha um policial com ele.

— Foda-se você, não preciso dessa merda toda. Sua vaca imunda, aposto que a sua boceta é tão podre quanto a sua boca. — Billy se levantou de repente, me assustando. Então ele abaixou as calças e urinou em mim e nos meus papéis. Olhei em seus olhos, havia apenas ódio. Me senti imunda, nunca havia imaginado passar por isso. — Essa noite eu vou te estuprar, vou te deixar arregaçada, depois eu vou cortar sua garganta de maneira que pareça suicido e depois vou cagar na sua boca de puta boqueteira. — Billy defecou no sofá, levantou as calças e saiu. Deixando-me em choque em um ambiente insalubre. Tinha mais consultas para fazer, porém teria que remarcar para o modo a distância. Não tinha condições de atender daquela maneira.

    Guardei os papéis em sacos plásticos, pois iria entregá-los para as autoridades junto com a minha desistência. Não acreditava em sua ameaça, pois de qualquer forma, ele era apenas um adolescente de catorze anos. Guardei meu laptop, organizei a minha mesa e chamei a faxineira, eu precisaria de um banho urgente. Na recepção tinha um grande número de policiais e tudo estava detonado, a televisão estava quebrada, a porta de vidro estava quebrada, papéis espalhados no chão, pacientes assustados e os quadros estavam todos quebrados.

— A senhora é a psiquiatra responsável pelo caso do William Bonbour? — Suspirei querendo chorar, minhas roupas estavam molhadas com a urina de outra pessoa, eu só precisava de um banho. Apenas concordei com a cabeça. — William fugiu da casa de detenção para menores na noite passada, nas coisas dele foram encontrados esses desenhos e anotações. — O policial me entregou os papéis, olhei com calma, o primeiro desenho era um retrato meu, muito bem feito, porém eu estava nua, completamente nua. O segundo tinha uma enorme quantidade de vermelho, meu pescoço estava cortado e o terceiro era o pior, minha garganta cortada e ele abusando de meu corpo. Meu corpo inteiro tremeu, tinha meu endereço na anotação, detalhes do que ele iria fazer comigo. Eu estava completamente assustada. — Vamos acompanhar a senhora até em casa, tudo bem? Você tem onde passar a noite?

— Sim. — Menti, não podia ir para a casa dos meus pais. Eles iriam surtar. Talvez Tom deixasse eu ficar no apartamento dele até que eu arranjasse uma reserva em um hotel. Eu tinha suas chaves e sua permissão para que eu pudesse entrar em seu apartamento quando eu quisesse. Bem, dessa vez era extremamente necessário.

    Segui os policiais até a viatura e ao entrar no carro mandei uma mensagem para Tom, avisando que eu estaria em seu apartamento para tomar um banho. Ele apenas recebeu, não iria responder até dar a hora de seu almoço. Fiquei inquieta o caminho inteiro até o meu apartamento. Eu estava apavorada, preocupada com Noon que estava sozinho, jamais me perdoaria caso acontecesse algo com ele. Fui escoltada até o meu apartamento, encontrando a porta suja de fezes. Afinal de contas, por que tantas fezes? E por que na minha porta?

Fireboy • TomdayaOnde histórias criam vida. Descubra agora