~ Quinta-Feira, 24 de novembro de 2022. (Thomas)
— Poxa, que irresponsabilidade. Para uma cadela pegar cria é um macho montar nela com tanta facilidade, era cio na certa. — Mike diz avaliando os nove filhotinhos que haviam sido abandonados na minha porta com um bilhete. — Não é culpa de nenhum dos cães, Zendaya queria muito castrar o Noon, mas não temos tantos veterinários que possam fazer esse serviço. Não temos os medicamentos necessários e nem suporte. A cidade é muito pequena. A Daya não tem tempo para nada, coitada. Agora é impossível não notar que uma cadela está no cio, sair com ela poderia ser até perigoso. E se um cachorro de grande porte se aproximasse? — Mike estava cheio de raiva e eu o entendia, não sabia como lidar com aqueles nove filhotes chorões, com fome e frio. Entendo de peixes e não de cães.
— Poxa, ela os abandonou na minha porta. Coitadinhos. Eu ofereci dinheiro para ajudar nos gastos, mas tudo o que recebi foi isso, uma caixa de filhotes. — Suspirei, dando mamadeira para dois de uma vez só. Noon cheirava os próprios filhos, curioso com os pequenos, o rabo abanando de um lado para o outro.
— A Daya já sabe que você conseguiu arranjar nove filhotes para a vida dela? — Meu pai estava irritado com o ocorrido. Gostava de animais tanto quanto eu, mas estava completamente irritado comigo. Sorri amarelo para a sua pergunta, fingindo estar tudo bem. Então ele suspirou alto. — Stanley, você não tem tempo para cuidar de um canil, muito menos ela. Como que você esconde que agora o cachorro dela tem filhotes?
— Pai aconteceu tudo tão rápido, eu ia contar e acabei esquecendo. É a minha fisioterapia, todos esses remédios que eu estou tomando por conta da depressão... E poxa, eu comecei a namorar do nada, não que isso tenha sido ruim, sinceramente namorar tem sido a melhor coisa que me aconteceu nos últimos anos. — Suspirei, um dos filhotinhos grunhiu, estava tão satisfeito que a linguinha estava para fora.
— A culpa não foi dele, Dom! Você conhece o Tom, sempre no mundo da Lua. — Minha mãe suspirou maravilhada com os filhotes. Coloquei o filhote no lugar e suspirei, era a hora de passar o algodão nas partes íntimas para estimular o xixi e o cocô. Filhotes eram fofos mas fazer isso era nojento e com certeza a minha patricinha não faria isso. — Oh, deixe que eu faço isso. Limpei você, seus irmãos e seus primos. Apenas terminei de alimentar os filhotinhos em silêncio. Aguardando a minha morte, não sabia como iria começar a explicar que eu tinha deixado Noon se tornar pai e o pior, como eu contaria que a mãe dos bebês era a cadela de Olivia, a mesma mulher com quem eu flertei e recebi fotos íntimas em meu celular.
— Bem, eu vou avaliar cuidadosamente cada um desses cãezinhos agora, pode levar um tempo, mas preciso de uma baía na clínica, enquanto não sou liberado para levá-los comigo, vou fazer tudo por aqui. — Mike explicou pacientemente, esvaziando sua mochila, deixando as bugigangas veterinárias por todo o piso da sala.
— Você conhece a minha nora? — Meu pai perguntou, revirei os olhos, aguardando o que viria a seguir. Mais humilhação sem sombra de dúvidas. — Sei que é uma moça excelente e de boa família. Mas eu tenho uma mala sem alça sentimental. Eu não quero que nada aconteça com o meu garoto. — Suspirei tentando conter o choque, meu pai prestava irreconhecível. Não esperava que ele se importasse comigo nessa ocasião.
— A abominável patricinha das neves? Conheço muito bem. — Mike soltou uma risadinha, colocando uma fitinha colorida no pescoço do primeiro filhote e o pesando em seguida. — Não se deixe enganar por a cara de boazinha, o seu filho apanha todo o momento. Pobrezinho do meu amigo, caiu nos encantos daquela bruxa. — Meus pais riram, minha mãe sabia dos tapas de geléia que eu levava, pois em toda chamada de vídeo, onde as duas tinham uma conversa animada, eu dava o meu jeito de ter um pouco de atenção também. — Não que o Tom não mereça, mas caramba, tanta mulher na cidade, tinha que ser justo ela?
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Fireboy • Tomdaya
Fanfiction°• 𝑪𝒐𝒏𝒕𝒆𝒖́𝒅𝒐 𝒔𝒆𝒏𝒔𝒊́𝒗𝒆𝒍 +18 Qual é o significado da vida? O destino existe? O amor vale a pena? Quando se escolhe uma profissão de alto risco é egoísmo permitir que alguém te ame? Thomas, um jovem bombeiro apaixonado pel...