Extra - Filhotes para dar e vender.

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Três batidas rápidas na porta, café na mesa, cães correndo pelo apartamento minúsculo. Dominic, tão mal-humorado quanto de costume, esperava encontrar a nora em casa, mas foi informado que ela teria que ficar até mais tarde na clínica. Pacientes demais para aquele dia. Nikki agraciada com a quase organização do apartamento do filho. Zendaya estava mudando a sua vida para melhor. Isso era muito bom.

— Poxa, espero que seja a minha nora. — Dom resmungou mergulhando o biscoito tem sua xícara de chá. Tom revirou os olhos.

— Parece que o senhor veio mais por ela do que por mim. Você gosta mais dela, é isso? — Se levantou, completamente enciumado. Ele era o filho, por que a namorada era mais importante?

— Sim, ela é bonita, inteligente e não me faz passar vergonha. — Tom ficou indignado. Esse velho maldito não tinha superado a vez em que o filho havia tropeçado e derrubado todas as sacolas em frente ao mercado inteiro, quebrando ovos, garrafas e frascos. 

— Eu tropecei e caí, poxa. Eu machuquei os meus dois joelhos! — Thomas cruzou os braços.

— Existem perguntas quais as respostas não devem ser tão agradáveis quanto esperamos. — Dom balbuciou antes do filho se levantar irritado e ir até a porta.

    O choque foi gigantesco. A caixa de papelão cheia de trapos e coisinhas pretas e cinzas. Thomas ficou estático encarando a caixa, então a pegou e colocou para dentro.

— Recebi uma encomenda. A Daya compra muita coisa pela internet e... — Thomas pode jurar que uma das coisinhas cinzas tinha um focinho fofo de recém nascido. — MEU DEUS SÃO FILHOTES!

— Filhotes? Deixa eu ver! — Nikki adorava cãezinhos, e ter a oportunidade de ver exemplares gratuitamente era uma sorte e tanto. Sentaram no meio da sala e começaram a retirar os filhotes. — Um, dois, três... Sete, oito e nove. — Que gracinha, a Daya comprou filhotes tão novinhos, coitadinhos.

— Na verdade... É uma longa história. — Ele sorriu amarelo, sem realmente acreditar que Olívia tinha feito isso.

   Ao longo da gestação da pequena cadela, Tom fez depósitos de dinheiro e sempre perguntou se elas precisavam de algo. Assumia a responsabilidade de ser descuidado ao ponto de permitir que Noon fizesse o que fez, porém não conseguia entender como uma mulher, que dizia ser tão amante dos animais, simplesmente fizesse algo nesse nível.

   Revirou a caixa e encontrou um envelope com um papel dobrado, sabia que ali teria uma bomba daquelas e não estava errado. Na carta dizia que Olivia não tinha a obrigação de lidar com aqueles filhotes e que haviam nascido na noite passada. Que ou ele ficava com eles, ou poderiam ir para uma lixeira. A tamanha crueldade chocou não só Thomas, como Nikki que também tinha lido a carta.

— Ótimo, vou ligar para o Mike. Eu não sei cuidar de recém nascidos e eles devem estar com frio e com fome. — Thomas, já sem paciência, sacou o celular e ligou para o amigo. O contato estava no topo da lista, perdendo para o contato da namorada que estava fixado na lista. Chamou duas vezes e com uma voz animada Mike atendeu a ligação, o final de semana se aproximava e provavelmente iriam se reunir para uma bagunça. — Mike, companheiro, pode me dar uma ajuda? Tenho filhotes para dar e vender e não tenho a menor ideia do que fazer com eles. — O outro lado da linha ficou em silêncio por alguns segundos, imaginando que seria uma piadinha. — Eu não estou brincando. São muitos cachorros mesmo. Nove filhotes, nascidos na noite passada, abandonados em uma caixa na porta do meu apartamento.

— Caramba! Estou indo. — A ligação foi encerrada, e antes que pudesse falar algo um dos filhotinhos deu um berro alto e assustador, assustando o homem que tinha tamanho e força o suficiente para esmagá-lo com os dedos. Dom deu risada, seu filho, um militar havia se assustado com um filhote de cachorro.

— Catapimbas, a Daya vai me matar. — Com o filhote chorão na palma da mão, ele se jogou no sofá. Já desesperado em imaginar a reação que sua namorada teria quando chegasse em casa.

Fireboy • TomdayaOnde histórias criam vida. Descubra agora