Capítulo sete - Thomas.

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~ Quinta-feira, 1 de setembro de 2022. (Thomas)

    A seleção de "pessoas que você talvez conheça" no Facebook é uma armadilha ao mesmo tempo que uma salvação. Zendaya havia passado seu número para mim, alegando que já havia passado a hora de conversarmos por mensagens e ligações. No nosso primeiro dia de troca de mensagens, dormimos em ligação. Queríamos assistir nossa série juntos, porém ela estava com preguiça de atravessar a rua e eu também. Então fizemos uma chamada de vídeo, rendendo a preguiça e a vontade de olhar um para cara do outro. Eu particularmente odiava chamadas de vídeo, mas quando vi eu já tinha ligado para ela e lá estávamos nós, sorrindo como dois otários. E talvez seja por isso que ela apareceu na minha lista de sugestões de amizades do Facebook.

    Ela tinha poucos amigos e sua configuração de privacidade era bem rigorosa, não me permitindo ver quase nada. Mas se dividimos o sofá e ela teve a audácia de me roubar um casaco, ela teria que me aceitar no Facebook. Mandei solicitação de amizade, ela aceitou quase que de imediato e eu, como um bom curioso, fui vasculhar cada foto dela.

— Caramba... — Suspirei, ela era linda. Não que eu não soubesse disso, mas vasculhar as suas fotos publicadas era como folhear um catálogo de moda, uma edição exclusiva com a modelo mais linda do mundo. O rosto era como o de um anjo, os olhos sempre brilhantes e um sorriso que simplesmente não saia da minha cabeça. Em algumas fotos ela fazia cara séria, esqueci como respirava quando vi os lábios contornados e pintados de vermelho em uma das fotos. Zendaya tinha uma boca extremamente atraente, carnuda e hidratada, lindos e volumosos. Sempre com cheiro de morango ou cereja. Eu pequei dar um pouco de atenção ao seu corpo, curvas modeladas, pernas longas e torneadas, a maioria das fotos de mini-saia, dando-me a visão da sua coxa. Ela era um pecado e era óbvio que os poucos rapazes que estavam adicionados à sua lista de amizades comentavam em suas fotos com muita regularidade. Quem sou eu para julgar, ela era bonita mesmo, só não achava certo ficar elogiando tanto ela, sei lá, ela poderia não se sentir confortável ou simplesmente não gostava. Engoli em seco, sentindo uma certa raiva daqueles comentários e de como ela era agradável ao responder cada um deles.

    Era seu aniversário, não que eu não soubesse, ela havia me convidado para sua noite especial no jardim da casa de seus pais. Ela deixou claro que era algo mais íntimo e apenas para a família e amigos íntimos. Fui ameaçado caso não aparecesse, pois ela queria me apresentar aos seus amigos. Conhecer gente nova, seria bom. Ela me permitiu levar Haz para eu ter algum outro conhecido e não me sentir desconfortável. Mas foi uma coisa que eu neguei. Era dia dela, um encontro privado entre amigos e seus pais. Não poderia cometer essa mancada e levar Haz, ainda mais depois da chuva, melhor, tempestade de elogios.

     Eles tinham uma história cômica, Haz nutriu sentimentos por Zendaya na adolescência, eram colegas de sala e como sempre ela foi um show de beleza e simpatia. Até onde eu sei, ela namorava um rapaz dois anos mais velho, qual Haz tinha um ódio quase que doentio. Quando o casal terminou, foi quase uma guerra, todos os garotos ficaram excessivamente gentis com ela. Ninguém nunca conseguiu nem um beijo, não se sabe se ela namorou na faculdade ou em qualquer outro lugar. Não era uma coisa que me interessava, muito pelo contrário, me deixava incomodado ao extremo. Então não, eu não levaria o meu amigo com possíveis sentimentos na minha melhor amiga.

       Zendaya era a melhor companhia que eu poderia ter, me preparava marmitas deliciosas para levar para o trabalho, ou então se oferecia para me fazer companhia. No meio da semana passada, Laura veio chorando até mim pedindo perdão. Conversamos em particular na sua casa, ideia dela, pois sabia que Haz daria um escândalo se nos visse juntos conversando. Eu sei que não sou a pessoa mais inteligente do mundo, mas eu cometi a maior burrada que um ser humano poderia cometer: confiar em uma pessoa de caráter ruim. Nós conversamos, ela sugeriu que iniciássemos um relacionamento, alegando que estava apaixonada, porém expliquei que não me sentia pronto para um relacionamento e que eu não via ela dessa maneira. Laura disse que tudo bem e me pediu um beijo, eu neguei e então ela forçou.

Fireboy • TomdayaOnde histórias criam vida. Descubra agora