~ Sábado, 13 de agosto de 2022. (Thomas)
Mulheres bonitas e inteligentes não gostam de homens fracos e problemáticos como eu, e mesmo que eu queira muito, nunca vou ser digno de algo sem ser a pena. Laura estava certa quando disse que Zendaya se aproximaria de mim sempre perguntando como eu estava, fazendo perguntas sobre como eu estava me alimentando e se eu estava saindo de casa com frequência, perguntava se eu havia tido mais crises ou se eu já tinha buscado ajuda profissional. Ela era muito atenciosa e gentil, porém todo aquele interesse era para que eu pagasse pelo seu tratamento ninguém é gentil assim sem esperar nada em troca e pelo menos nisso, Laura tinha razão.
— Você vai me levar para jantar hoje. — Laura diz ao tocar no meu ombro. Suspirei, não comia nada a dias e ver que ela queria minha companhia para uma refeição era gratificante, pois significava que eu não ficaria sozinho por mais um dia. — E escove os dentes, não aguento mais sentir esse cheiro de fossa que sai da sua boca. — Apenas concordei com a cabeça, o mau hálito não era falta de higiene ou alguma doença contagiosa para que ela se sentisse com nojo de mim. Sem sombra de dúvidas aquela era uma das minhas maiores inseguranças e algo que fazia com que eu evitasse falar tanto na presença das outras pessoas, Zendaya foi a primeira a notar isso e disse que estava tudo bem, que eu passava muito tempo sem comer e que acabava resultando em mau hálito, ela também explicou que eu precisava me alimentar ou então teria problemas no estômago ou até mesmo anemia.
As duas pareciam querer cuidar de mim, Zendaya tinha a voz mansa e calorosa, usando termos médicos e pequenas soluções, Laura era mais bruta e realista e realmente me deixava desconfortável com o meu estado de saúde me dando um choque de realidade e tentando ao máximo me acordar para a vida. Haz não gostava nem um pouco da maneira que Laura falava comigo, não gostava da forma que ela me olhava ou me tratava. Eu o entendia, também não gostava muito daquela situação, mas sabia que ela estava me protegendo de virar objeto de estudo gratuito de Zendaya.
— Sinto muito Laura, vou sair com o Tom para beber essa noite. Ele me prometeu que sairia comigo. — A voz de Haz é predominante, não existia dúvida ou insegurança. Eu queria ser como ele, forte e impor os meus próprios limites, mas cada dia que se passava eu me sentia mais inseguro e imaturo, estava enfraquecendo aos poucos como se a minha energia vital estivesse sendo sugada por alguma coisa ou alguém.
— Ele não vai. — Laura bateu os pés feito uma criança mimada. — Ele vai sair comigo.
— Não, ele realmente prometeu sair com a gente, Laura. — Tuwaine diz parando ao meu lado, colocando seu braço em torno dos meus ombros. — É a noite dos rapazes, jamais saberemos quando vamos ter a oportunidade de sairmos todos juntos novamente, nunca conseguimos folga no mesmo dia.
— Ele não está louco de desmarcar comigo, sou a única pessoa que tolera esse jeito dele. Sou a única mulher para ele, a não ser que seja um viadinho de merda, o que justifica muita coisa, inclusive a performance dele na cama. — Meu rosto inteiro esquentou com aquela revelação, ela havia dito aquilo em voz alta, para todos os meus colegas de trabalho ouvirem. Todos me encararam com os olhos cheios de julgamentos, me senti minúsculo e impotente. Minhas mãos começaram a tremer. — O que me diz, você vai ter o seu encontro gay ou vai me fazer gozar pelo menos uma vez essa noite? — Os outros rapazes começaram a rir de mim, meu coração começou a doer e antes que eu me envergonhasse ainda mais, fui para a frente do corpo de bombeiros respirar um pouco de ar fresco.
Cinco coisas que eu podia ver; sorveteria, árvores, carros, céu e pessoas. Quatro coisas que eu podia tocar; minhas próprias mãos, minhas roupas, o caminhão estacionado e a mureta que limitava o corpo de bombeiros e a rua. Três coisas que eu podia ouvir; os pássaros, as risadas das crianças na sorveteria e o som familiar dos saltos altos que Zendaya sempre usava. Fechei os olhos. Dois cheiros que eu conseguia sentir; grama recém cortada e o perfume floral. O gosto que podia sentir era o mesmo de todas as outras crises, o amargor de quem não comia nada há dias.
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Fireboy • Tomdaya
Fanfiction°• 𝑪𝒐𝒏𝒕𝒆𝒖́𝒅𝒐 𝒔𝒆𝒏𝒔𝒊́𝒗𝒆𝒍 +18 Qual é o significado da vida? O destino existe? O amor vale a pena? Quando se escolhe uma profissão de alto risco é egoísmo permitir que alguém te ame? Thomas, um jovem bombeiro apaixonado pel...