Cap. 18: Talvez em outra vida

397 22 27
                                    

_Maranhão_

------------------------------------------------------------

   Como posso começar? Bom, faz aproximadamente uns 4 anos que conheço Sergipe. E como posso dizer isso.

   Desde que vi os cachos loiros pela primeira vez, eu fiquei completamente fascinado. Tudo nele era perfeito.

   O jeito bobo e carinhoso dele. O jeito que ele fica envergonhado com pequenas coisas.

   Se eu pudesse resumir ele em uma palavra, perfeito seria pouco pra o que ele realmente é.

   Devem se perguntar porque eu nunca me declarei para ele. A resposta é simples: eu não posso.

   Ele nunca gostou de mim, e quando eu tentava abordar o assunto de forma discreta, ele sempre me chamava de melhor amigo, e que confiava em mim mais do que qualquer um.

   Ele nunca me viu como um interesse romântico, e sempre - mesmo que não percebesse - ele deixava isso bem claro.

   Eu caminhava pelo corredor em direção ao quarto de Sergipe, queria fazer uma surpresa e buscar ele para ir para o térreo, já que Bahia estava pronta para arrastar o menino pelos cabelos.

   Estava levando um croissant pra ele, passei rápido na cozinha para pegar e levar de café da manhã pra ele.

   Chegando lá bato na porta e logo ouço um "entra!" Então faço o que foi mandado.

-Oi Gipe - Digo entrando no quarto.

   Quando entrei, a primeira coisa que notei foi a bandana verde muito bem conhecida em sua cabeça, o que fez minha expressão se fechar levemente.

-Oi mara! Entra aí, eu já ia descer lá, a Bahia já me mandou descer - Ele levanta da cama e vem em minha direção.

   Tento ignorar a bandana e apenas abro um leve sorriso gentil.

-Trouxe um croissant, você quer? - Estendo para ele.

-Ah não, valeu aí, pode comer, o potiguar já me trouxe um café - Ele solta um leve suspiro após a fala.

-Ele trouxe café? - Quase esmago o croissant na mão.

-Sim, ele trouxe uma bandeja de café da manhã pra mim, junto com alguns remédios pra ressaca - Diz ele indo até o armário de roupas para se trocar.

-Você tava de ressaca? - Tentei esquecer e ignorar o resto da frase que ele disse.

-Sim, eu bebi muito ontem depois que você saiu, aí o poti cuidou de mim e me trouxe para o quarto - Ele pensou que não percebi, mas ele tinha um sorriso bobo no rosto.

   Meu chão simplesmente cai, é como se não existisse mais ninguém ali, nem eu mesmo.

   O Sergipe não pode estar apaixonado pelo Rio grande do Norte não é?! Ou...pode?

   Não, ele não pode fazer isso, ele não...ele...

-Mara? Tá tudo bem? Se tá paralisado aí - Diz ele se aproximando de mim, já tinha trocado de roupa.

O amor está no arOnde histórias criam vida. Descubra agora