Cap. 1: Eu odeio segundas feiras

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__Rio grande do sul__ 

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   Eu simplesmente odeio segundas feiras. Sempre fui uma pessoa que adora trabalhar, principalmente quando se fala nas indústrias brasileiras. Meu papel sempre foi cuidar do desenvolvimento da soja no nosso país, e sinceramente, adoro este trabalho. Mas eu tenho graves problemas com segundas feiras, ainda mas quando são em final de mês. Todos os meses nos reunimos no território de Brasília para termos uma reunião com o patrão Brasil sobre o andamento dos produtos. E esse mês não seria diferente.

   Estávamos no carro indo para lá, eu, Santa Catarina e Paraná, juntamente da capivara que me olha com cara feia, sinto que aquele bicho não gosta de mim, mas Paraná vive defendendo aquele filho do 'djanho', aí eu não posso xingar ou julgar a capivara protegida dele.

   A viagem era longa, mas o menos umas 4 horas de viagem, pra mais. Então nesse meio tempo enquanto eu dirigia, vi Paraná ao meu lado acabar dormindo, olho pelo espelho retrovisor e vejo Santa Catarina dormindo com Naná deitada em seu colo. Voltei os olhos a estrada e soltei um bocejo, precisava ficar acordado pelo menos até chegarmos em um posto que ficava a uns 30 minutos dali, santa Catarina disse que trocaria de lugar comigo nas próximas 2 horas de viagem seguintes.

   Ouvi um baixo bocejo ao meu lado, olhei rapidamente e percebi que Paraná havia acordado.

-Bom dia guri, teve uma boa soneca? - Pergunto com um sorriso bobo no rosto.

-Muito engraçado gaúcho - Ele me responde olhando pra janela para não precisar olhar na minha cara.

-Só estou perguntando - Digo prestando atenção na estrada, mas percebo pelo canto do olho que ele desviou seu olhar pra mim.

-E desde quando se importa?

-Que grosseria é essa guri, nem te fiz nada tchê. - Respondo com um pouco mais do sotaque gaúcho.

   Ele apenas ficou quieto e voltou a olhar pela janela.

-Você vai passar calor com esse seu casaco aí - Digo para o garoto ao meu lado, ele sempre estava com aquele mesmo casaco verde inseparável.

-Não vou não - Ele responde frio como sempre.

-Duvido muito

-Só fica quieto gaúcho. - Ele diz em um tom de voz mais alto, que me fez estalar a língua no seu da boca e apertar levemente o volante.

-O que tá acontecendo aqui? Já estão brigando denovo? - Ouço Santa Catarina, que até minutos atrás estava dormindo. Olhei pelo retrovisor e vi ela fazendo carinho em Naná que havia se assustado.

-O guri aqui que começou com essas 'chinelage' pra cima de mim - Digo voltando os olhos a estrada.

-O que houve Paranazinho? - Santa Catarina pergunta preocupada, o que me fez revirar os olhos em desgosto.

-Nada Cata, tá tudo bem - Ele responde com uma carinha de emburrado e de braços cruzados, ele parece uma criança quando está com raiva.

-Parem de brigar os dois, não podemos sair em uma viagem de região que vocês ficam sempre brigando - Ela diz e logo sinto Naná dar uma cabeçada no meu braço e pular pelo meio dos bancos até o colo de Paraná que pegou a capivara no colo e começou a acaricia-la.

O amor está no arOnde histórias criam vida. Descubra agora