Cap. 4: Uma queda pelo praiano

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_Rio grande do Norte_

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Ok, eu admito, talvez eu tenha algum interesse romântico pelo Gipinho. Em minha defesa, eu sempre amei o quão doce ele é. Ele é a pessoa mais fofa e engraçada que já conheci. Como não se apaixonar por um rostinho bonito daqueles? Principalmente com aquele cabelo descolorido e hidratado, eu daria tudo para poder tocar por alguns segundos.

Sergipe nunca teve cara de quem se envolvia em relacionamentos românticos com frequência, e Maranhão, seu melhor amigo sempre me disse o quanto Sergipe é inseguro sobre sua aparência, ou abandono, já que seus pais acabaram partindo jovens, ele começou a morar com a sua vó desde então.

Me pergunto como ele consegue esconder um passado triste atrás de um rostinho tão bonito. Oh Sérgio, se soubesse o quanto amo seu sorriso.

Estava dirigindo com o garoto que sou apaixonado ao meu lado. Não demonstrei por um segundo, mas estava completamente nervoso com a presença do menor. Ele estava tão perto...mas ao mesmo tempo tão longe. As vezes me sinto sujo por pensar tantas besteiras envolvendo esse jovem rapaz praiano.

Sergipe me consolou depois de eu ter contado a ele toda minha história. Ele foi o único que eu contei toda a verdade, confio nesse rapaz de olhos fechados.

Observava de canto de olho o garoto olhar pela janela do carro. Ele ficava tão lindo com o sol da tarde batendo em seu rosto, detalhando seus traços, era impossível negar o quão Sergipe era lindo.

Ele era tão delicado. Sempre andava arrumado, e suas ondulações de cabelo sempre destacavam bem seu lindo rosto. Desde que conheço o rapaz, ele tem cabelo descolorido, me pergunto como deveria ser o Gipinho com seu cabelo natural. Será que é castanho? Me pergunto isso todos os dias, mas de algo tenho certeza, ele deve ficar lindo, mais do que já é.

Senti a curiosidade gritar alto então decido perguntar.

-Gipinho, qual a cor natural do seu cabelo? - Pergunto sem tirar os olhos da rodovia que se estendia por quilômetros.

-É castanho, castanho mesmo, parece marrom - Ele responde olhando para mim. Minha teorias estavam certas, é castanho.

-Como chocolate? - Pergunto com um leve sorriso no rosto.

-Sim, como chocolate - Ele diz tímido, senti a vergonha em sua voz.

-Um dia eu quero ver - Respondo e olho para ele rapidamente, mas logo voltei os olhos a estrada.

-T-tá bom... - Espera, ele gaguejou? Meu deus, Sergipe gaguejou para mim.

O resto da viagem foi tranquilo, tirando o fato do garoto mais lindo desse mundo estar ao meu lado. Tão lindo....oh Sergipe, seja meu, eu imploro.

Chegamos em Brasília tempo depois. Estacionei o carro e logo peguei meu celular e algumas outras coisas.

Desço do carro e abro o porta malas. Gipinho pega sua mochila e sua bolsa de carteiro. Pego minha mala e fecho o porta malas, logo trancando o carro.

-Vamos? - Pergunto para o garoto. Que apenas concorda com a cabeça e entra comigo na empresa. Subi as escadas diretamente para o quarto, Sergipe me seguiu e fomos até os quartos do nordeste. Destranco minha porta e olho para o lado, vendo o mesmo destrancar a dele também. Nossos quartos eram do lado um do outro, o que eu adorava, meu vizinho de quarto era incrível. Entro no meu quarto e fecho a porta. Caminho direto para o banheiro e tiro a roupa, logo entrando no box e ligando o chuveiro na água morna. Entro embaixo e solto um longo suspiro. Eu estava precisando daquilo.

Saio do banho com a toalha na cintura e vou até a enorme janela de vidro que tinha ali. Admirei a vista da cidade, era lindo, eu amava vir para o centro-oeste brasileira.

Ouvi batidas na porta, fui até lá e abri apenas um pouco, logo vendo Sergipe ali.

-Oi, desculpa incomodar potiguar, me empresta o barbeador elétrico? Eu esqueci o meu, se você não se importar - Ele diz um pouco tímido, o que me fez sorrir levemente.

-Claro Gipinho - Respondo indo até minha mala e pegando o barbeador, volto até a porta e a abro, não me importando de estar apenas de toalha - Aqui

-O-br-rigado - Ele diz gaguejando, percebi quando seus olhos desceram até a toalha.

-De nada Gipinho - Sorrio levemente malicioso. O mesmo ficou extremamente vermelho, ele parecia um pimentão, ele respirou fundo e saiu andando até o quarto ao lado. Fecho a porta e vou até a cama, logo me deitando e soltando um suspiro com um sorriso no rosto. Ele era tão fofo, tão...

~#~

Depois de me arrumar. Desci as escadas até o salão principal. Onde encontrei vários estados já presentes, e no meio deles, o patrão Brasil. Caminhei até ele para cumprimentá-lo. Quando me avistou, abriu um largo sorriso e estendeu sua mão para mim, que logo foi aceita em um caloroso aperto de mãos.

-Que bom lhe ver Norte - Ele diz sorridente enquanto me olha.

-Digo o mesmo Brasil - Respondo sorridente.

Ouvi um alto grito chamando pelo meu nome, reconheci na hora a voz e me virei, vendo um loiro barbudo, feio que dói, nem parece meu irmão. Mas também, a pessoa que mais amo neste mundo. Sorri e corri até ele, logo o abraçando com força.

-Sul! - Digo enquanto o abraço com força.

-Norte! - Ele responde enquanto me abraça ainda mais fortemente.

Assim que nos separamos do abraço, fazemos nosso cumprimento sagrado, como aqueles de melhores amigos.

-Eu senti tanto sua falta jaguara - Ele diz sortindo para mim.

-Eu também barbudo cheio - Respondo olhando para ele.

Eu e Sul éramos muito parecidos, tirando a barba que ele tinha, os cabelos em cores diferentes, e os tons de pele, nossas feições eram parecidas, o formato dos olhos, as expressões. Éramos claramente irmãos, muito parecidos.

-Fazia tanto tempo que não via você, ainda usa a bandana verde... - Ele diz encarando minha cabeça, na qual eu tinha a tão famosa e inseparável bandana.

-Claro, jamais tiro, e tão especial para mim quanto qualquer outra coisa - Respondo sorridente - E posso ver que você ainda usa o lenço vermelho.

-Jamais tiraria, é um presente seu - Ele responde traçando os dedos no lenço vermelho envolta do pescoço.

-Eu sei, por isso também não tiro a bandana, foi um presente, um presente seu.


O amor está no arOnde histórias criam vida. Descubra agora