Cap. 24: A chuva caiu por você, ela caiu por nós

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_Acre_

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   Eu conversei muito, muito mesmo com a Amazonas.

   Eu estava confuso, confuso sobre o que eu sentia em relação a tudo.

   Estávamos sentados em um sofá que tinha no quarto dela. Ela acariciava meus cabelos enquanto eu estava deitado em seu ombro.

-Eu...tenho medo de perder ela, ela é minha amiga, e se eu perder a amizade dela?! Eu nunca me perdoaria se isso acontecesse - Digo secando uma lágrima que ameaçou escorrer, não queria borrar a pintura no meu rosto.

-Eu sei, meu bem, eu sei...mas você tem que tentar algo, vai ser péssimo tanto para você como para ela se você continuar a esconder o que sente de verdade em relação a tudo isso - Seca minha lágrima e toca minha bochecha.

-Eu tenho medo de perder ela...e se ela não sentir o mesmo? - Olho no fundo dos olhos da mulher.

   Ela põe as duas mãos em minhas bochechas e levanta meu rosto para eu conseguir encarar ela.

-Só tem um jeito de descobrir isso - Abre um sorriso caloroso - Você nunca vai saber se não tentar.

   Penso por alguns segundos nas palavras dela, palavras essas que ecoaram pela minha cabeça. Olho no fundo dos olhos castanhos da morena e concordo com a cabeça lentamente.

-Ela já é sua, Acrezinho - Enche meu rosto de beijos.

-Amazonas! Para! - Começo a rir enquanto a mulher beija meu rosto.

   Ela se afasta e me dá um forte e apertado abraço.

-Já disse como te amo? - Pergunta com a cabeça no meu ombro.

-Eu também amo você - Deito no ombro da mesma e fecho os olhos - Obrigado.

~#~

   Caminho pelos corredores do resort em passos lentos e silenciosos. Uma pequena chuva de verão caia do lado de fora, aquelas que só duram algumas horas e logo terminam.

   Dava pra se ouvir ao fundo o som das pessoas conversando e mexendo em coisas nos preparativos do aniversário do Luciano, que faltava apenas poucas horas.

   Chego em um corredor com grandes portas de vidro, eram enormes e davam vista para um jardim. Conforme fui passando vi Espírito Santo sentada ali, encolhida em um dos pequenos sofás da área com teto observando a chuva cair.

   Ela parecia triste, melancólica de certo modo. O que me deixou preocupado.

-Santinha? - Me aproximo aos poucos.

   Ela dá um pulo e me olha rapidamente, logo suspirando aliviada ao percebe que era eu ali.

-Acre! É bom te ver - Diz com um leve sorriso.

   Sento ao lado dela no sofá que ela estava. Logo tocando o rosto dela com uma mão.

-O que houve? - Aliso a bochecha dela com um polegar.

   Ela suspira e encosta a cabeça no meu ombro.

-Sabe quando...você se sente um pouco deslocada? - Pergunta desanimada.

O amor está no arOnde histórias criam vida. Descubra agora