Cap. 22: Ben e Bea, os B's

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_Brasília_

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   Estou seriamente repensando sobre meu trabalho.

   Quando que eu escolhi ser a capital do Brasil? Nem eu lembro mais, faz muito tempo.

   Estou simplesmente exausta de ter que organizar tudo para o aniversário do Luciano, tudo bem que estou recebendo uma ajuda significativa de outros Estados e em especial da Bahia, mas não deixa de ser cansativo.

-Não não! Piauí! Isso é pro outro lado! - Digo vendo a mulher trazer algumas caixas. Ela bufa e muda de direção.

   Anoto algumas coisas na prancheta em minha mão e marco algumas coisas que já estavam feitas.

   Ouço um grito me chamando e olho para cima vendo Espírito Santo em uma escada segurada pela Amazonas.

-Tá bom aqui, Brasília? - Pergunta alto enquanto segurava uma fita que atravessava um lado ao outro do salão de festas bem decorado.

   Analiso um pouco e logo faço um sinal para ir mais para a esquerda. Ela move a fita e olha para mim. Faço um sinal para a direita e ela move novamente a fita, logo olhando para mim. Faço um certinho e ela prende a fita.

   Volto a prancheta e preencho mais algumas coisas que já estavam feitas, vi que só faltava os aparelhos de som no pequeno palco que havia ali, não sei de quem foi a ideia de um karaokê, mas eu sabia que provavelmente daria errado.

   Vejo Santa Catarina chegar com os aparelhos de som e logo com ajuda de Pará e Mato grosso do Sul colocar tudo no palco.

   Anotei isso na lista e suspirei, a parte de hoje estava feita. Amanhã seria mais coisas para ter que lidar, mas por hoje apenas queria jantar e ir deitar, minhas costas imploram por uma cama.

   Antes que eu me mexesse ouço a voz de Brasil me chamar e me viro.

-Bea, pode me fazer um favor? - Pergunta praticamente implorando.

   Sabia que quando ele me chamava pelo apelido do verdadeiro nome - Beatriz - não era coisa boa.

-Diga - Cruzo os braços encarando o homem.

-Pode buscar o Buenos Aires no aeroporto? O Martín tá quase me obrigando a ir buscar ele, mas eu não quero, pode ir? Por favooooor - Segura minha mão implorando.

   Quando ouvi o nome do homem rapidamente me alertei.

   Finjo pensar por alguns segundos apenas para disfarçar, logo suspiro e olho o moreno.

-Tá bom, mas diga pra deixarem comida separada para mim! - Solto minha mão que estava entre as do homem.

   Ele suspira aliviado e concorda.

-Pode deixar, Bea! Muito obrigado viu, amo você - Me da um abraço e sai.

  Tento disfarçar o sorriso que eu tinha nos lábios por saber que iria poder ver Buenos Aires. Estava deverás com saudade do homem.

   Fui rapidamente no meu quarto buscar a chave do carro e em minutos já estava no estacionamento.

   Adentrei o carro e o liguei, dirigi para fora dali. Eu sabia onde era o aeroporto então não fiz muita questão de colocar no GPS.

   Passei pelas ruas um tanto movimentadas da cidade norte-rio-grandense.

   Em alguns minutos cheguei em frente ao aeroporto. Estaciono e logo desço do carro, olho ao redor e não demoro a encontrar o argentino de cabelos escuros. Senti meu corpo esquentar vendo ele.

O amor está no arOnde histórias criam vida. Descubra agora